terça-feira, 17 de setembro de 2002

Um balanço (emocional) da primeira fase



É. A primeira fase do Mundial da China já se foi. Três jogos, três vitórias. Primeiro do Grupo.

São muitas as sensações que passaram no coração do torcedor brasileiro nestes últimos três dias.

Primeiro, de tristeza. Micaela se contundiu em um simples treino e foi cortada do Mundial. Uma tristeza para a ala, que competiu arduamente com outras 12 grandes jogadoras pela única vaga em aberto na seleção. Depois de passar no vestibular, Caé parou no primeiro minuto do primeiro tempo. Uma pena e uma perda para o time, que perdeu uma opção de revezamento e uma boa defensora, e para a própria atleta que perdeu uma excelente oportunidade de projeção e de experiência.

Depois, de impotência. Tivemos que aceitar os limites do nosso basquete feminino, da nossa federação. Optou-se por não convocar outra atleta, alegando que os gastos não seriam compensados. Será? Talvez para uma confederação que não tem um patrocínio para exibir na camisa, não deva mesmo ser interessante. Mas será que algum dinheiro do mundo paga a alegria de defender sua seleção em um Campeonato Mundial. E fusos horários e passaportes à parte, acredito que se Barbosa optasse por chamar uma Jacqueline, uma Lílian, uma Mamá, uma Êga ou uma Geisa, a escolhida estaria hoje pronta para estrear na segunda fase.

A estréia nos trouxe alegria. O time jogou bem, mesmo com torcida contra e com um time chato, como o chinês.

Os jogos também nos deixaram surpresos. Adrianinha assumiu com sabedoria o papel de armadora e merece aplausos. Helen está no auge da forma técnica e psicológica. Janeth está como sempre sobrando. (Apesar da insistência, não vou voltar ao assunto Fernando Santos, pois acho que ele é quem deve saber se disse besteira ou não). E nossa dupla de pivôs Cíntia e Alessandra está maravilhosa.

Permanece um fio de tensão com as panes que vez por outra nos acometem, como as encostadas da China e da Iugoslávia, mas a equipe tem sabido como sair desses momentos ruins, ao contrário do que aconteceu em Sydney.

Inquietação. É o que nos desperta nosso banco. Já desfalcado de Micaela. Iziane, garota prodígio, não tem consiguido pôr os nervos e as bolas no lugar. Adriana, experiente, tem estado apagada. Precisa mostrar o basquete que arrancou aplausos na França, independente do tempo que lhe for oferecido. Érika está visivelmente fora de forma. Nossas jogadoras precisam aprender a cuidar da forma na WNBA. Os macaquinhos têm denunciado que houveram excessos nos Big Mac’s e M&M’s.

Kelly, Silvinha e Claudinha tem sido as reservas mais efetivas e o Brasil vai precisar muito delas.

Alegria, alegria. Primeiro do Grupo.

Tristeza. Medo. Ansiedade. Helen Luz se machuca na última partida. Pela declaração da médica no site da CBB, parece que as chances de vê-la em quadra só aumentam para a partida contra a Austrália. Helen é peça fundamental e dela dependem nosso sucesso nos lances de três pontos.

. Ela vai melhorar.

Que emoções nos trarão os próximos dias?

Não sei.

Prepare o seu coração.

Boa Sorte, Brasil!

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