quarta-feira, 16 de abril de 2003

WNBA

da gazeta esportiva


Draft é adiado e temporada 2003 está ameaçada


Nova York (EUA) - A falta de acordo entre empresários e jogadoras pode cancelar a temporada 2003 da Liga Profissional Norte-americana Feminina de Basquete (WNBA). A primeira prova foi o adiamento do draft (recrutamento das jogadoras universitárias ou estrangeiras), que estava marcado para ser realizado nesta quarta-feira.
A Liga anunciou que definirá até sexta-feira a realização ou não da temporada. Para isso, a Liga e a Associação das Jogadoras da WNBA precisam chegar a um acordo salarial.

As atletas pedem reajuste no salário, enquanto os proprietários das franquias defendem a manutenção ou até redução dos vencimentos, mas com um prazo de contrato maior. Segundo a associação, o piso salarial de uma caloura é de US$ 30 mil, enquanto uma atleta com, pelo menos, uma temporada recebe US$ 40 mil por um contrato de quatro meses.

A WNBA alega que os valores, na verdade, chegam a US$ 60 mil de média, US$ 14 mil a mais do que a média apresentada pela Associação das Jogadoras. A Liga anunciou que se não houver acordo, a temporada será cancelada. O Brasil conta com sete atletas na WNBA. Neste ano, as jogadoras Adrianinha, Janeth, Helen, Cíntia Tuiú, Iziane, Érika e Kelly devem disputar a competição, que tem início programado para 22 de maio.

Indefinição aumenta chances de brasileiras ficarem no país


São Paulo (SP) - A possibilidade da temporada 2003 da liga norte-americana feminina de basquete (WNBA) não sair do papel pode ter um efeito positivo para o Brasil. Segundo a agente das jogadoras Janeth e Érika, Karine Batista, o impasse aumentou as chances das duas ficarem no país durante o período de preparação da seleção nacional para seus compromissos internacionais desta temporada.
A WNBA enfrenta um impasse na negociação entre as franquias (equipes) e as jogadoras. As primeiras pedem a manutenção atual dos salários, ou até mesmo sua redução, enquanto as atletas reivindicam aumento. Por causa da falta de acordo, nesta terça-feira, a diretoria da liga anunciou oficialmente o adiamento do draft (escolha de novatas) e deixou claro que, caso as negociações não sejam concluídas até sexta, o torneio pode não ser realizado.

Janeth e Érika são duas das atletas nacionais com propostas para disputar a competição. 'As negociações começaram em março. Faltava só a assinatura (do contrato)', diz Karine, que acha pouco provável que o torneio seja cancelado. 'Acredito que isto não vai acontecer. Envolve tantos patrocinadores, que é difícil'.

De acordo com a agente, as duas jogadoras ainda conversam com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) sobre a possibilidade de, mesmo com a WNBA, ficarem no país durante a preparação. 'O desejo maior delas é ficar no Brasil e vestir a camisa da seleção. A Janeth tem o Pré-olímpico e a Érika também tem o Mundial (Sub-21, na Croácia)'.

Se tudo correr como o esperado, a resposta definitiva das atletas para a CBB será dada semana que vem. 'A Érika recebeu uma proposta oficial há 20 dias e a Janeth ainda está conversando', completa Karine. Este ano, a seleção feminina adulta participa do Sul-americano e do Pré-olímpico, procurando sua classificação para os Jogos de Atenas-2004. Érika, além do time adulto também faz parte da seleção sub-21, que vai disputar o 1º Mundial da categoria. Seu caso é igual ao da ala Iziane.

Depois do Mundial do ano passado, a CBB anunciou a intenção de bancar os salários das principais atletas da seleção para que não disputassem a WNBA e treinassem com a equipe. O objetivo era evitar o que ocorreu nas últimas temporadas, quando algumas atletas apresentaram-se apenas poucos dias antes da realização dos Jogos Olímpicos (2000) e do Mundial (2002) e não participaram da preparação.


Barbosa lamenta ameaça à WNBA


São Paulo (SP) - A seleção brasileira feminina de basquete pode sair ganhando com a não realização da temporada 2003 da WNBA, mesmo assim, o técnico Antônio Carlos Barbosa lamenta a possibilidade de cancelamento do torneio. 'Agente gostaria que não fosse resolvido por este lado', diz o treinador, referindo-se à possibilidade das jogadoras da equipe permanecerem no país treinando ao invés de jogarem nos Estados Unidos.
Para Barbosa, sem a liga norte-americana a modalidade perde em exposição. 'Não é bom, porque a WNBA dá prestígio ao basquete feminino', analisa. Na opinião do treinador, as negociações das atletas com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) estavam indo bem, o que dava margem ao otimismo quanto a suas finalizações.

'As meninas estão receptivas. Gostaríamos que viessem de maneira natural', afirma. Além de sentir a falta de um torneio de projeção mundial, Barbosa também lembra que a perda para as atletas é considerável. 'O prejuízo maior seria para as jogadoras que podem deixar de receber um bom salário durante quatro meses'.

De acordo com o treinador, o impasse nas negociações norte-americanas deixam claro que a crise no esporte é mundial. 'O futebol diminuiu salários na Europa também. Nossa crise é mais contundente, mas a crise é geral'.


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