sábado, 24 de maio de 2003

Na Folha:

Americana e Ourinhos, times patrocinados pela mesma empresa, dividem troféus dos Estaduais há três anos

Interior joga para manter domínio no Paulista feminino

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Absolutas nos últimos três anos, Americana e Ourinhos têm tudo para voltar a fazer uma decisão do Paulista feminino, cuja fase semifinal começa hoje. As duas equipes do interior contam com maiores investimentos e são as únicas a terem patrocinador privado -ambas são financiadas pela Unimed- e jogadoras de ponta na seleção brasileira.
"Nosso objetivo já foi alcançado. Pelo time que tem e pelas opções de revezamento na quadra, lógico que o favoritismo é do Americana. Sabemos que as nossas chances são pequenas", admite Laís Elena, técnica do Santo André, que enfrenta hoje a equipe do técnico Paulo Bassul, atual vice-campeã paulista e nacional.
"O favoritismo é total do Ourinhos, pelo investimento que fez. Elas têm tradição em fazer finais. Nós precisaremos controlar a nossa ansiedade, já que nunca fomos a uma decisão do Paulista", conta o técnico Norberto José da Silva, o Borracha, do São Caetano.
Embora não divulguem oficialmente o valor dos investimentos, a Folha apurou que Ourinhos e Americana gastam, por mês, entre R$ 40 mil e R$ 50 mil para manter seus times. O gasto tem dado resultado. O Ourinhos ganhou o Paulista em 2000 e 2002. O Americana foi campeão em 2001.
O Americana já contava com uma base forte, com Micaela, Geisa, Lílian e Êga -todas com passagem pela seleção. Para a fase final, trouxe ainda a armadora Adrianinha e a pivô Cíntia Tuiú, nomes certos na lista do técnico Antonio Carlos Barbosa para o Pré-Olímpico. As duas estavam no basquete europeu.
Apesar disso, Bassul desdenha do favoritismo -no Paulista-02 e no Nacional-02, seu time, apontado como o melhor, não levou o título. "O Santo André se reforçou com a Leila, que pode fazer a diferença", afirma Bassul, referindo-se à ala-pivô campeã mundial pela seleção em 94, que estava afastada das quadras havia três anos.
No Ourinhos, o técnico Edson Ferreto não esconde que sua equipe tem mais condições de avançar na disputa pelo título, mas prefere apontar o Americana como o favorito a erguer o troféu.
"O São Caetano vem como franco-atirador. Mas temos que respeitar. Eles foram a única equipe que venceu o Americana. Mas, com o time completo, o Americana está um patamar acima de todos os times", analisa Ferreto.
Para superar o São Caetano na semifinal, o Ourinhos conta com os tiros da ala Silvinha, cestinha do campeonato com média de 24,8 pontos por partida.
O São Caetano aposta no futuro. O time conta com cinco convocadas para a seleção sub-21: Tina, Lelê, Grazi, Fernanda e Fabiana.

Prefeituras bancam times "pobres"
DA REPORTAGEM LOCAL

Único semifinalista que já foi campeão do Nacional, o Santo André vive de verbas da prefeitura há dois anos. O time do ABC, que contou por oito anos com a ala Janeth, principal estrela da seleção, busca um novo patrocínio desde a saída da Arcor, em 2000.
Desde então, o time só jogou a final do Paulista em 2001 -perdeu para o Americana. "A prefeitura tenta parcerias, mas não consegue", diz a técnica Laís Elena.
O São Caetano, o outro semifinalista do ABC, também é sustentado pela prefeitura local.(ALF)



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