sexta-feira, 16 de maio de 2003

O que significa repatriar para a CBB?
por Fernando Pratti


A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) inventou um novo significado para a palavra repatriamento. Ao invés de querer dizer algo como trazer de volta ao país uma pessoa que vive em terra estrangeira, a administração do Grego entende repatriar como: os clubes, com seus patrocinadores, trazem de volta jogadoras que não conseguiram vaga na WNBA e nós divulgamos que graças a um projeto, estamos pagando pras jogadoras voltarem a defender a seleção no Pan-americano e pré-olímpico.
É muito fácil dizer que vai se fazer um projeto pelo bem do basquete feminino, que todas nossas estrelas que foram embora pela falta de equipes e patrocínios fortes no país estarão voltando ao país graças a um investimento milionário, mas nada disso funcionou, como já era de se esperar...
Até onde sei e me provem o contrário, a CBB, que perdeu inclusive o patrocínio da Caixa devido a acontecimentos ainda obscuros para a maioria, não gastou nada com a volta de Adrianinha, Tuiu, Kátião, Silvinha e Flávia. Quem investiu foram as Unimeds de Ourinhos e Americana. Agora o que realmente não sei é se quando elas estiverem defendendo o país, quem é que vai pagar: a CBB ou a Unimed? Quem vocês acham? E o pior. Se alguma jogadora se contundir jogando pela seleção, quem vai pagar o tratamento? A CBB? ou a Knorr?
E no release da entidade, publicado neste blog, no dia 30 de abril, aparece assim: “Cíntia entrou no programa de repatriamento lançado pela CBB”. Uma linha acima o mesmo texto esclarece que a própria pivô se repatriou: “Já tinha esse plano desde o ano passado”. Mas o projeto fantástico da entidade não foi deste ano? Então, parece que a própria jogadora pediu asilo em seu país.
Engraçado que as jogadoras que receberam boas propostas da WNBA foram pros Estados Unidos. Janeth vai dividir espaço com Cinthia Cooper, Helen vai entrar 10 minutos nos jogos em que estiver quase 100%, Érika pode ser tricampeã, entrando no final dos jogos, e Iziane vai ser coadjuvante em algum time. Será que vale a pena? Tomara que não se repita esta realidade do ano passado e elas surpreendam os (as) técnicos (as) norte-americanos (as).
É sempre ótimo ter nossas jogadoras de volta, exibindo seus talentos nas quadras paulistas, mas isto é um mérito delas e um amor pela camisa que elas e os patrocinadores, indiretamente, estão nos proporcionando. Sejam bem-vindas! Mas elas devem ter sido bem recepcionadas pela CBB quando voltaram. Garanto que tinha alguém da entidade as esperando no aeroporto, ou não?

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