segunda-feira, 30 de junho de 2003

Entrevista - Karina

ENTREVISTA

"Tenho propostas, mas ainda nada definido"

Karina


1) Karina, comecemos pela Argentina. Quando e como você conheceu o basquete? Conte-nos o começo da sua história com a bola.

Comecei as 13 anos no esporte Clube Crovara. Tentei vários esportes e o que mais gostei foi o basquete. Já era alta, o que deixava as coisas mais simples. Foi um começo normal.

2) Quais eram suas principais referências no basquete argentino e internacional, no começo de carreira? Em quem você se inspirava?

Na Argentina, o basquete não era conhecido. Então eu não tinha ídolos a seguir. A divulgacao internacional era inexistente. Então apenas aprendia o esporte.

3) Você tinha alguma informação sobre o basquete brasileiro?

Não, tive meu primeiro contato quando fui a garota que segurava a placa da Unimep no Torneio Sulamericano de Clubes. Esse time tinha a Paula , a Vânia Texeira, a Vânia Hernandes, a Maria Helena, a Heleninha e etc. O mundo é pequeno!

4) Sua relação com o Brasil começou a se desenhar quando as Marias Helenas Cardoso e Campos a viram jogar. Que torneio era esse (Sul-Americano? Copa América?) e me fale um pouco sobre sua participação nele.

No Sul-Americano de Cadetes, a Argentina foi campeã , superando uma fortíssima equipe brasileira. Depois no Sul-Americano Juvenil, pela primeira vez na história ganhamos do Brasil, e fomos campeãs. Nesses torneios, joguei muita bola e aí começou minha história no basquete brasileiro.

5) Como foi o primeiro contato com a Maria Helena? Ela logo lhe fez um convite para vir jogar no BCN?


Ela brincou comigo e falou que algum dia seria minha treinadora. A Paula me deu a camisa dela como souvenir. Logo após os sul-americanos, ela me fez um convite para jogar nas categorias de base da Unimep. Quando cheguei, a equipe principal foi desmontada e assim as garotinhas Karina e Janeth também jogavam na equipe principal.

6) Como você definiria seu primeiro mês no Brasil?

Difícil, apaixonante, saudades da família, esperança, conquistas, choro, risadas e dificuldades eternas com o português. Enfim, demais!

7) Qual foi o primeiro torneio que você disputou por um clube no Brasil?

Foi um torneio juvenil. Mas o melhor foi a conquista da taça brasil sobre o time da Magrela Hortência com um time super jovem no
ginásio do Corinthians com mais de 12000 pessoas assistindo. Foi o primeiro título do BCN.


8) Você teve uma passagem pelo basquete espanhol. Fale um pouco dessa experiência.

Foi demais. Fui contratada por 3 meses porque minha equipe estava muito mal. De repente melhoramos, fomos campeãs da Copa da Rainha e
terminei ficando por mais 3 temporadas. Foi muito legal e guardo grandes lembranças.


9) Com certeza, a cidade que você mais se identificou e onde passou os melhores momentos de sua carreira foi Campinas. Queria que você falasse um pouco do time da Ponte Preta, formado em 92, da migração de atletas do BCN-Piracicaba e que foi campeã paulista daquele ano, batendo o Leite Moça-Sorocaba, de Hortência.

Foi o melhor time de basquete de toda a história mundial. Tínhamos grandes jogadoras, um grande time, um corpo técnico da melhor qualidade e uma torcida que lotava o ginásio sempre. Além disso, morar em Campinas é uma experiencia inesquecível!

10) Mais ou menos nessa época você se definiu pela naturalização. O que te levou a essa decisão? Você se lembra do dia em que disse: "Quero ser brasileira!", quando e como foi?

Amei este país desde o primeiro dia, e o mais lógico seria querer ser parte dele. Quem se naturalizou foi a mulher e não a jogadora, isso tem que ficar sempre claro. A gente não pode escolher onde nascer, mas pode escolher onde quer viver e ser feliz.

11) No Brasil, você logo se tornou uma estrela. Foi estranho receber tanta admiração e reconhecimento em um espaço de tempo tão curto?

Trabalhei muito para isso e além disso tive o apoio de grandes amigos. Acredito que tudo tem um por quê e graças a Deus, nunca sofri nehum tipo de preconceito.

12) Você já jogou com e contra alguns dos maiores nomes do basquete mundial. Se você fosse escolher aquele que mais lhe impressionou, quem seria?

Paula e Hortencia, o resto são apenas boas jogadoras.

13) E a pivô que te deu mais trabalho, quem foi?

Quem me defendeu melhor foi a Vânia Hernandes; sem dúvidas um carrapato. Para defender, foi a Katrina MC Klein, jogadora americana.

14) Você jogou com e contra Paula e Hortência, separadas e com as duas juntas. Quais são as diferenças entre elas em quadra e como adversárias?

As duas são extremamente profissionais. Jogar com elas foi um prazer. Sem falar que todo mundo marcava elas e eu ficava livre! (Risos).

Aprendi muito com as duas. A Magra é mais durona e fria, mas me ensinou a ser professional. Ainda quis me ensinar a andar a cavalo!!! (Risos).

A Paula é uma amiga do peito. Me deu conselhos, me ajudou e sempre tinha uma piada para me alegrar. Grande sucateira!

Como adversárias, Deus me livre! Resumindo: um inferno!!!!


15) Qual o título que você guarda com maior carinho? Por quê?

Os 4 títulos Mundiais Interclubes. Por causa de não poder jogar pelo Brasil foi uma forma de retribuir o carinho que o povo sempre me deu.

16) Penso que deve ser doloroso pra você lutar tanto pela naturalização e depois não ter tido a possibilidade de jogar pela seleção. Como você enxerga seu caso e a condução que a FIBA deu a ele?

Ridiculo. Acho que a CBB bobeou!

Mas o destino é assim e tem coisas que nem o Freud explica.

17) Ao fim da Ponte Preta, você foi a Santo André. Como foi jogar com Janeth e com a técnica Laís, no time que conquistou o campeonato paulista de 1995?

Muito bom. A Lacta não conseguia conquistar títulos e acho que a união minha com a Janeth deu certo. Além disso, a Laiz é uma das melhores treinadoras do Brasil. Sabe obter o máximo de uma atleta. Devo muito a Laiz e a Arilza. Elas foram grandes amigas.

18) Logo após, você passou duas temporadas em Americana. Fale dessa experiência.

Bom, títulos, lutas por patrocinadores... Mais uma bela experiência. A Magra como diretora não é facil! (Risos).

19) Em seguida você volta ao BCN e ao comando da técnica Maria Helena Cardoso. Como foi essa decisão e a frustração de se contundir na primeira rodada do primeiro Campeonato Nacional?

Nunca tinha me machucado. Foi difícil, mas tive todo o apoio do BCN. Lutei muito e graças a Deus, não ficaram sequelas.

A liga podia esperar. Era apenas a primeira!

20) Fale da vitória sobre o WNBA team.

Brasileiríssima! Mostramos que elas deviam abaixar a bola. Era muita metidez para o meu gosto. Menos! Marketing é importante, mas dentro da quadra... é ripa na chulipa!

21) No Nacional do ano seguinte, você acabou dispensada para que o BCN pudesse ficar com Paula, por causa do ranqueamento. Foi um golpe duro?

Faz parte. No esporte de alto nível, tem que ser professional e eu sabia que depois da operção no joelho devia mostrar que não tinham ficado sequelas.

22) Após, você foi a Recife, onde jogou o Nacional, pelo Sport. Fale dessa passagem.

Foi otimo. Fui a cestinha e reboteira da Liga Nacional. Mostrei para todo mundo que estava de volta. Foi uma ótima escolha.

23) A partir daí, você tentou passar a comandar projetos e montou times em que você era jogadora e dirigente em Campinas e Jundiaí. Apesar de bem-intencionados, os projetos não tiveram sucesso. Por quê?

Faltou experiência. Mas nao me arrependo. É melhor errar tentando, do que se omitir e ficar apenas criticando. Queiram ou nao, dei emprego a muitas jogadoras e posso afirmar que a nossa estrutura era de primeiro mundo.

24) Você lutou bravamente por patrocinadores e conseguiu dois grandes (Quaker e Knorr). Por que os patrocinadores não se interessam pelo basquete?

Não sei. Acho que não temos estrutura de marketing. Acho que a fama de ser um esporte homosexual atrapalha o interesse de patrocinadores. Sem contar as péssimas e eternas administrações das pricipais entidades de nosso esporte.

25) Depois de conseguido um patrocínio, quais são as maiores dificuldades em se manter um time competitivo de basquete no Brasil?

Mídia televisiva e a inexistência de uma lei de incentivo fiscal. Exemplo: A TV fala o nome da cidade e não o nome do patrocinador.

26) Nesse meio tempo, você participou de uma pré-temporada na WNBA, no Miami, se não me engano, mas acabou sendo dispensada antes de iniciar a temporada regular. Me fale dessa passagem.

Eu tinha contrato assinado. Eu não quis ficar por motivos pessoais. Foi bom para conhecer um mundo mágico, mas não teria saco para algumas coisas que acontecem lá com jogadoras estrangeiras.


27) Você ainda voltou em 2001 ao basquete, novamente em Americana e foi campeã paulista mais uma vez. Me fale desse recomeço e do sabor dessa conquista.

Agradeço ao Paulinho e à Unimed por isso. Foi gostoso demais, e realmente é um dos títulos mais queridos da minha carreira.

28) Na renovação de contratos, você acabou não ficando no clube, e se viu novamente de fora do basquete. Por que não surgiram mais convites desde então? Ou os que surgiram não valiam a pena?

Gosto da política e novamente foi uma escolha pessoal. Surgiram bons e maus contratos, mas não tinham a estrutura que me agrada.

29) Hoje, a que você está se dedicando?

Minha vida hoje é um projeto socio-esportivo chamado Escolinha de Basquete Karina. Estamos em 2 cidades com 1000 criancas. Estamos ampliando para mais de 10 cidades e recentemente obtivemos o apoio da secretaria estadual de esportes.

30) O basquete pra você é passado? Ou você ainda pensa em voltar a atuar? Me fale dos seu planos.

Sinto saudades e gostaria de jogar para que as crianças do projeto pudessem me ver. Tenho propostas, mas ainda nada definido.

31) O que você tem a dizer sobre as últimas participações da seleção brasileira, principalmente no que se refere ao desempenho no último Mundial?

Um ponto fez a diferença. Acho que o BARBA é a pesssoa certa. Apenas temos que dar tempo ao tempo.

32) Você acha que o Brasil consegue a vaga para as próximas Olimpíadas?

Sem dúvida.

33) Você acha que o basquete feminino consegue se reerguer? Ou vamos continuar vendo nossas atletas jogar no exterior e perdendo a força dos nossos torneios internos?

Se a cartolagem não mudar, deveremos ter tempos difíceis.

34) Será que a presença de ex-jogadoras como você, Paula, Hortência e outras em cargos de dirigentes ou técnicas pode dar um pouco mais de dignidade ao nosso basquete feminino?

Acho que sim, mas a nossa imagem incomoda. Espero que a Paula consiga fazer um bom trabalho em Brasília e aí as coisas podem começar a mudar!

35) Depois de 34 perguntas, um Bate-Bola pra encerrar:


Um sonho:Continuar sendo feliz
Um técnico: Maria Helena
Uma estrangeira:Kathy Bosuel
Uma quadra: Americana
O jogo que eu não esqueço: os Mundiais Interclubes
Uma música:"She"
Uma cidade: Campinas
Um filme: Ghost
Um livro: O Alquimista
Uma palavra: PAZ
Érika assina com Ourinhos

Parece que está tudo certo e a pivô Érika será o primeiro reforço para o novo time de Ourinhos.
JOGOS PAN-AMERICANOS SÃO O PRÓXIMO OBJETIVO DA SELEÇÃO BRASILEIRA FEMININA



Disputar a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, de 2 a 9 de agosto, é o próximo objetivo da seleção brasileira adulta feminina de basquete, dirigida pelo técnico Antonio Carlos Barbosa. A delegação retornou do Equador nesta segunda-feira após conquistar o 19º título sul-americano e o nono invicto consecutivo. Além de manter a hegemonia do continente e de não perder um título nem uma partida desde 1986, as brasileiras estão ainda mais confiantes no sucesso da equipe em conseguir a única vaga das Américas para os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.

— Esse grupo, com jogadoras novas, trabalhou muito unido e cheio de disposição. Os resultados são a prova de que essa nova geração que está surgindo vai conseguir manter o alto nível do basquete brasileiro. O Campeonato Sul-Americano foi o início de um treinamento intenso rumo à conquista da vaga olímpica. No próximo compromisso oficial, que são os Jogos Pan-Americanos, estaremos ainda mais entrosadas. A volta da Alessandra também vai acrescentar demais ao grupo. Os amistosos que faremos contra a Rússia serão úteis para trabalhar taticamente a equipe e, com certeza, nosso desempenho refletirá positivamente nas competições futuras. Valeu à pena aceitar a proposta de repatriamento da CBB, ao invés de ir para a WNBA ou ficar na Europa. Estamos treinando em ritmo forte e me sinto satisfeita em colaborar com a equipe desde o início — comentou a pivô Kelly.

— No Equador, alcançamos o nosso objetivo inicial, que era trazer o título do Campeonato Sul-Americano. Na competição, sentimos que o entrosamento melhorou a cada partida e vai se aprimorar durante o restante da preparação. Em julho, faremos quatro jogos amistosos de alto nível contra a Rússia, que vão ajudar a seleção brasileira a adquirir mais ritmo de jogo e conjunto para os Jogos Pan-Americanos e para o Torneio Pré-Olímpico do México. Estamos trabalhando com dedicação e seriedade visando à conquista do nosso objetivo final, que é conseguir a vaga para as Olimpíadas de Atenas, em 2004 — explicou a armadora Adrianinha.

A seleção brasileira terá dois dias folga e se reapresenta na quarta-feira à noite em Ribeirão Preto. Nos dias 11 (Palmas), 13 (Brasília), 16 (Rio de Janeiro) e 18 de julho (São Paulo), Brasil e Rússia, atual vice-campeã olímpica, irão disputar quatro Jogos Desafio.

OS 19 TÍTULOS SUL-AMERICANOS DO BRASIL
1954 – 1958 – 1965 – 1967 – 1968 – 1970 – 1972 – 1974 – 1978 – 1981
1986 – 1989 – 1991 – 1993 – 1995 – 1997 – 1999 – 2001 – 2003

domingo, 29 de junho de 2003

SELEÇÃO FEMININA CHEGA NESTA SEGUNDA-FEIRA EM SÃO PAULO



Depois de conquistar o 19º título sul-americano de basquete adulto feminino e o nono invicto consecutivo, a seleção brasileira, dirigida pelo técnico Antonio Carlos Barbosa, retorna ao país nesta segunda-feira, às 5:25 horas. O desembarque será no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo (Avianca 085). Na final do 28º Sul-Americano do Equador, disputada sexta-feira à noite, o Brasil venceu a Argentina por 77 a 68 (38 a 20 no primeiro tempo). O grupo terá dois dias folga e se reapresenta na quarta-feira em Ribeirão Preto. Nos dias 11 (Palmas), 13 (Brasília), 16 (Rio de Janeiro) e 18 de julho (São Paulo), Brasil e Rússia, atual vice-campeã olímpica, irão disputar quatro Jogos Desafio.

Um dos destaques da campanha vitoriosa do Brasil foi a ala Lilian, do Unimed/Americana. Aos 24 anos, Lilian tem em seu currículo pela seleção brasileira o bicampeonato sul-americano (2001/2003) e a medalha de bronze nas Olimpíadas de Sydney (2000). No Sul-Americano do Equador, Lilian foi a cestinha do Brasil, com 85 pontos, e a cestinha de 3 pontos da competição.

— Sabíamos que ia ser uma partida bem mais difícil do que a primeira partida da fase de classificação porque a Argentina joga tudo contra o Brasil. Mas a nossa equipe teve cabeça para controlar os momentos difíceis e vencer o jogo. Receber um prêmio é sempre maravilhoso, mas o que me deixa mais satisfeita é ter contribuído para essa conquista — afirmou Lilian.

De Volta à Espanha

O Ourense, da Liga Espanhola, gostou da participação da jovem pivô Flávia de Souza, na temporada passada e já fechou um contrato com a brasileira, que jogou o Paulista por Americana e treina para o Mundial Sub-21.

O time trouxe ainda a iugoslava naturalizada sueca Selma Delibasic.
Projeto

Agora que acendeu à Primeira Divisão da Liga Espanhola, o Rivas (time em que Cíntia Luz jogou nesse ano) elabora um projeto para não fazer feio.

Já trouxe a croata Korie Hlede, a pivô Nieves Llamas e a sueca Tanja Kostic.

Destaque no triunfo da equipe, Cíntia Luz ainda não foi confirmada para a próxima temporada.
Maria Helena na Espanha?

São fortes os boatos de que a técnica Maria Helena Cardoso possa deixar o país para trabalhar em um clube espanhol.
Paty assina com Uberaba

Depois de retornar da Espanha, onde jogou a série A-2, a lateral Patrícia Perandini assinou contrato com o Sírio/Black&Decker.

Lá, volta a trabalhar com Edson Ferreto.

Outras ex-comandadas de Ferreto também estão praticamente com a transferência definida para a cidade mineira: Roberta, Milene, Gattei e Cíntia Luz.
Hein?

Segundo noticia a página oficial do Washington Mystics na internet, a verdade é essa:

Washington Mystics Senior Vice President of Business and Basketball Operations Judy Holland Burton today announced that forward Chamique Holdsclaw has been activated from the injured list and guard Helen Luz has been placed on the injured list with a right calf strain.


Ou seja, para que Chamique Holdsclaw voltasse, eles contundiram a Helen!!!!
WNBA

Houston 64 X 49 Silver Stars

Janeth - 35 minutos, 4 pontos, 5 rebotes, 2 assistências e 1 roubada

Phoenix 68 X 65 Detroit

Iziane - 11 minutos, 5 pontos, 1 assistência, 1 rebote
A Prosa de Barbosa




Aos 58 anos, Antonio Carlos Barbosa acaba de ser campeão sul-americano adulto pela sexta vez e passa a ser o técnico brasileiro com o maior número de títulos do continente. Em 2003, esse paulista de Bauru está completando 40 anos de carreira e 27 como técnico da seleção brasileira. Os próximos desafios são os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na Republica Dominicana, em agosto, e o Torneio Pré-Olímpico do México, em setembro, que irá classificar o campeão para as Olimpíadas de Atenas em 2004.


O que mudou no técnico Barbosa do Campeonato Sul-Americano do Peru (1977) para o Sul-Americano do Equador (2003)?

Amadureci muito, acumulei bastante experiência e vivência internacional. Continuo, como no início da minha carreira, priorizando a disciplina e a responsabilidade, porém, sem os extremismos e a intransigência que me caracterizava naquela época.


Pela segunda vez, você está no comando da seleção principal. De maio de 1997 até hoje, qual sua análise da seleção feminina adulta?

Minha volta à seleção foi em um momento bem diferente da minha chegada. Quando assumi a equipe adulta em 1977, tive que promover uma renovação completa, era uma geração saindo e outra entrando. Quando retornei, em 1997, o panorama era outro. Hortência já havia parado (1996) e Paula e Marta deixaram a seleção depois (em 1999 e 2000, respectivamente). Foi um momento de transição entre gerações, quando comecei a utilizar como titulares jogadoras que já estavam no grupo, porém tinham pouco tempo de jogo sem participações efetivas nas competições. O mérito do trabalho desses últimos seis anos é que conseguimos manter o alto nível do basquete brasileiro. Aqui no Equador, por exemplo, não temos nenhuma jogadora que estava no Sul-americano de 1997, no Chile. Isso mostra que as jogadoras que estão chegando estão conseguindo dar continuidade ao trabalho desenvolvido.


Se tivesse que recomeçar sua carreira no basquete, você faria tudo de novo ou mudaria alguma coisa?

Com certeza, faria as mesmas coisas. Talvez corrigiria alguns atos que cometi por imaturidade ou falta de experiência. Tenho convicção de que sempre procurei fazer o melhor.


Qual o título que falta na sua carreira?

Apesar de tantos anos de seleção brasileira, ainda não tive a felicidade de subir ao pódio em um Campeonato Mundial. Por duas vezes ficamos em quarto lugar (Mundial Juvenil do Brasil/1997 e Mundial Adulto da Alemanga/1998). Isso é o que falta na minha carreira.


Em 40 anos de carreira como técnico e 27 anos na seleção brasileira cite três momentos inesquecíveis.


O basquete vem me proporcionando sempre grandes emoções. A importância de uma conquista tem relação com o panorama em que a competição está envolvida. Em 1978, no Peru, fomos campeões pan-americanos juvenis vencendo as americanas na final. Em 1997, a conquista da Copa América Adulta em São Paulo foi muito gratificante. Foi na época da mudança da presidência da CBB, e como eu voltei na gestão anterior, algumas pessoas contavam com a troca da comissão técnica. A Copa América consolidou meu trabalho. Mas claro que para qualquer um que vive de esporte, nada substitui uma medalha olímpica. O bronze conquistado em Sydney 2000 sempre será um marco na minha carreira.


As Olimpíadas de Atenas (2004) e Mundial do Brasil (2006) podem ser as suas últimas competições no comando da seleção brasileira?*

É sempre difícil falar em permanência ou despedida. Na minha opinião, a função de técnico é a única em que quanto mais velho, mais experiente melhor, desde que, claro, procure, além de acumular experiência. buscar se reciclar, procurar novas informações, sempre adaptando-as à nossa própria filosofia de trabalho. Em uma seleção brasileira, o trabalho do treinador deve ser sempre avaliado. É preciso estudar o desempenho do profissional, da equipe e do adversário.

O que é fundamental para ser um bom técnico e atingir o seu nível?

Para ser um profissional de alto nível, é preciso, além da competência, muito trabalho, transparência e honestidade.

Uma mensagem para os novos profissionais.

A oportunidade surge para todos. Não a espere chegar. Vá em busca dela. Sucesso só chega depois do trabalho.


Entrevista publicada no site da CBB


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* - Nota do editor - A pergunta dá a entender que a mão de Barbosa ainda comandará o basquete feminino por mais alguns longos anos. Podendo até alcançar 10 anos consecutivos no cargo...

sábado, 28 de junho de 2003

WNBA: Lynx 67, Mercury 59

Iziane jogou 18 minutos e fez 12 pontos.
Norminha

O Renato, um verdadeiro apaixonado pelo basquete brasileiro, tem me surpreendido com matérias sempre interessantes e inesperadas sobre o tema.

Por isso, fiquei mais uma vez muito contente em receber um e-mail do rapaz, o qual compartilho com vocês.

Olá amigos do painel,

Dia destes estava fazendo pesquisas na Bilioteca Estadual do Rio de Janeiro, quando pude achar algo de grande valor. O livro "Cesta!(o basquete segundo Norminha)" de Lais de Castro, editora CLR Brasileiro conta momentos, não só de uma das nossas maiores jogadoras de todos os tempos, mas como também de uma geração que, em tempo distante, nos trouxe grandes alegrias. O livro além de contar a passagem de Norminha pelas quadras nacionais, é composto de ensinamentos de técnicas do basquetebol (fundamentos, passes, dribles, arremessos etc.).
Infelezmente o livro estava muito danificado e faltavam muitas páginas (principalmnete as que relatavam sobre o Mundial de 1971 em que o Brasil foi medalha de bronze jogando no ginásio do Ibirapuera, São Paulo).
Envio-lhes, com muito carinho, parte daquilo que consegui recuperar para ser compartilhado com nossos leitores e para que conheçam o nosso basquete feminino de outras épocas. Sugiro também que os nossos "editores" do Blog, buscassem mais este tipo de reportagem, neste mesmo teor, que falasse da carreira e histórias de nossas ex-atletas (Vânia Teixera, Marlene, Branca, Laís Helena, Cristina Punko, Suzete...). Algo como "Direto do Túnel do Tempo".

Um grande abraço,
Renato



Prefácio

Dois motivos muito importantes me levaram a escrever este livro.

O primeiro é o fato da memória brasileira ser curta, o que torna absolutamente necessário registrar a carreira de uma das maiores atletas nacionais de todos os tempos.

Norma Pinto de Oliveira, a “Norminha do basquete” está para o esporte que escolheu assim como Maria Ester Bueno para o tênis e João do Pulo para o atletismo. Essa afirmação não é minha: mais de mil e estrangeiros contam a história de sua carreira aos pedacinhos, sempre com apelidos simpáticos, aplausos ou elogios.

“Norminha, a grande revelação” (Gazeta Esportiva, S. Paulo, 1960)

“Campeã do decatlo” (Jornal do Brasil, Rio, 1962)

“A consagrada atleta” (Jornal dos Sports, Rio, 1963”

“La perla blanca” - “ A pérola branca” (La Crônica, Lima, Peru, 1965)

“Agilíssima e inteligente, Norminha és um espetáculo a parte...” –( Expresso, Lima, Peru, 1966)

“Todos observan un tiro de media distancia ejucatado por Norminha...” (Jornal não identificado, México, 1967)

“Norma provou que está em boa forma e vai ao Mundial” (Diário Popular, S. Paulo, 1970)

“Norminha... quase tão eficiente quanto Pelé” (revista Veja, S. Paulo, 1971)

“Os dribles e os jumpings de Norminha fizeram delirar a assist~encia presente ao ginásio do Ibirapuera” (última Hora, S. Paulo, 1971)

“Norminha mostro sus grandes cualidades” – “Norminha mostrou suas grandes qualidades” (La Prensa, Buenos Aires, 1972)

Além dos jornais havia a forma física: suas marcas em treinos serviam de parâmetro para os vestibulares da Faculdade de Educação Física da Universidade de São Paulo. E de suas colegas de seleção era exigido nos treinos apenas 70% do seu rendimento, também utilizado como parâmetro

Ela foi também tricampeã carioca de decatlo (feminino não olímpico) e vencedora do Campeonato Universitário de Natação (Costas, 100m, Rio, 1965) sem deixar de, simultaneamente, jogar basquete. Os títulos que Norma teve nesse esporte vêm a seguir, pois não caberiam neste prefácio. As aventuras de sua vida, toda dedicada ao esporte, recheiam de emoções todo este livro.

O segundo motivo que me fez levar em frente o projeto deste livro foi evitar que se perdessem, por falta de registro, os conhecimentos teóricos e práticos ( e a história) de uma jogadora-atleta que esteve presente em nada menos do que 372 partidas da Seleção Brasileira de Basquetebol Feminino, durante dezesseis anos ininterruptos; jogou mais de mil partidas em campeonatos regionais, jogos abertos do interior, campeonatos estaduais e brasileiros; auxiliou técnicos (chegou por seis meses ser técnica de seu próprio clube), foi condicionadora física; lecionou basquete durante oito anos numa faculdade de Educação Física paulista, foi técnica da seleção brasileira de paraplégicos e é hoje, ativa em sua academia de ginástica modeladora, ginástica terapêutica para pós-safenados, pré ou pós parto e ginásticas corretiva da coluna.


Formada e m Educação Física pela Faculdade Federal do Rio de Janeiro, Norminha fez ainda um curso de Fisioterapia em Buenos Aires, com pó professor Luiz Rodrigues e outro de Pedagogia da Faculdade de Educação e Cultura de São Caetano do Sul.

O diploma mais importante de Norma: ela é gente, formada na difícil escola da vida.

Lais de Castro

São Paulo, outono de 1984


Uma explicação

Dez e meia da noite, dia 21 de maio de 1971. No ginásio do Ibirapuera em São Paulo, corre o campeonato Mundial de Basquete Feminino. O marcador registra: Brasil, 75 pontos; Japão 76. O cronômetro está parado. A respiração das quase vinte mil pessoas que lotam o ginásio também. Há um misto de emoção, esperança e muito medo pairado no ar. Faltam apenas dois segundos para terminar a partida. O Brasil tem posse de bola. O juiz apita. Maria Helena Cardoso passa a bola para Nilza, que atira para a cesta. O tempo está esgotado mas a bola precisa terminar a sua trajetória. Se ela atravessar o aro fatal serão mais dois pontos, vence o Brasil. Essa caminhada das bola parece durar infinitamente. Todos os olhares convergem para um só ponto. O silêncio pesa no ar.

CESTA!

O ginásio explode. A seleção do Brasil ganhou mais uma batalha. As atletas japonesas choram. As brasileiras também mas de alegria. Enquanto vão se tornando heroínas para o público, o rádio,a tv, os jornais as revistas que até agora não tinham tomado conhecimento de sua existência. Mas, embora a vitória tivesse um sabor definitivo, o mundial de 71 estava apenas começando.

Uma das nossas jogadoras, Norma Pinto Oliveira, então com vinte e nove anos, onze de seleção, quando viu a bola atravessar o aro sentou-se na quadra e chorou copiosamente. Não conseguia falar, dar entrevistas. Apenas chorava. Como choraria se o seu time da época o São Caetano (SP), vencesse um jogo secundário num campeonato regional “ com três gatos pingados na arquibancada como a gente está acostumado a jogar”; diria ela.

Ela chorava porque vencer a seleção do Japão é um grande feito, pela emoção do estádio lotado ou porque na época o mundial era o mais importante torneio feminino de basquete do mundo. É preciso lembrar que até então, o basquete feminino não era considerado esporte olímpico (ou seja, não existia essa modalidade nas Olimpíadas).

Norminha, por isso, não teve a alegria de participar de uma.

Nem Norminha talvez soubesse – ela soube depois – mas aquelas lágrimas eram por ver triunfar, mo Brasil, o esporte ao qual ela dedicaria (e continuaria dedicando) grande parte e sua vida.

É a histórias dessa vida, com todas vitórias e derrotas, erros e acertos, momentos de glória, cansaço, alegria ou tristeza, que vamos percorrer agora através da palavra da própria Norminha, peça fundamental na vitória que acabamos de contar, contra o Japão.

Não pretendemos contar uma história completa e nem cronologicamente perfeita, já que ela sai – sincera e livre – de nossa campeã. Ela com certeza dará mais ênfase aos pontos que mais a emocionaram e poderá, inadvertidamente, pular partes que (talvez ela nem saiba) não a tenham tocado tão profundamente. Fala Norminha!

Nasce uma atleta

Sempre me dei muito bem com o esporte. Meu pai foi boxeur e minha mão jogava tênis antes de vir da Argentina – onde nasci – para Jacareí, no Vale do Paraíba, SP, onde fui criada (depois de alguns anos em Porto Ferreira, Alta Paulista, SP). Quase bebê ainda eu já me afogava pelas piscinas portenhas. Talvez tenha sido por isso que quando cheguei ao Brasil e entrei na escola, escolhi logo a natação como “meu” esporte. Naquela época não havia poluição e nós tínhamos aulas no Rio Paraíba (hoje morto). Mas logo de manhã já começava a minha atividade: eu ia correndo para a escola. Eram 2 Km todos os dias.

Corria o ano da graça em 1958. Meus professores de Educação Física, um casal fantástico – Rudyl e Juvenal Soares – me escalaram para a seleção de voleibol da escola porque acharam que eu tinha futuro. Eu acabei “pegando” também a de basquete. Nestas duas seleções tive as primeiras vitórias de minha vida nos “Jogos Estudantis do Vale do Paraíba”. Por isso fui convocada para jogar na equipe de São José dos Campos, cidade vizinha a Jacareí. Era uma equipe forte que competia com o Tietê, Corinthians, Pinheiros, com o excelente time de Sorocaba co o extinto Seri (Sociedade Esportiva Recreativa do Ipiranga). Eu tinha então, dezesseis anos. Porém naquela época não existia as categorias que hoje existem muito bem divididas por idade. (...)

Naquela época, ou você jogava bem e aparecia na equipe principal ou ia para casa. Não havia chances de sobrevivência para quem trabalhasse a bola mais ou menos. Era sim, ou não.

Comigo aconteceu que foi sim. Mas não sem esforços ou sacrifícios. E u não quero fazer demagogia, mas tenho que voltar um pouco no tempo para explicar algumas coisinhas. Meu pai era brasileiro, minha mãe é Argentina. Eles se casaram e lá tinham uma boa situação. Entretanto meu pai perdeu tudo e eles vieram para o Brasil recomeçar do zero. Minha mãe é forte, sempre foi. Meu pai também era muito corajoso. Herdei deles, posso garantir, o horror a qualquer tipo de derrota, que me acompanha até hoje. Só que nesse novo começo da nossa família, muitas vezes eu não tinha o que comer. Roubava pimentão do vizinho para comer com sal e, uma vez, estava com tanta fome que subi numa jabuticabeira e só parei de chupar jabuticabas ao sentir os primeiros sinais de indigestão. Só estou contando isso para dizer que eu, embora medisse 1,65 m (era alta para a minha idade)era magrela e miúda de corpo. A bola de basquete naquele tempo era de couro e “crescia” sob o sol ou sob a chuva. E o aro já estava como hoje, a 3,05 de altura. Imagine, então, eu lá no time de São José, treinando com gigantes como o Edvar, o Marson, o Rafael e o Bombarda (todos da seleção brasileira), tentando imitá-los na base do “quero fazer o quer eles fazem”.

Fiquei neste time uns sete meses e cheguei a participar de campeonatos regionais. Então o Orlando Valentim, respeitado técnico de basquete na época, me indicou para o Vicente Merlino, um dos diretores do Seri (Sociedade Esportiva Recreativa Ipiranga, São Paulo) dizendo que “dentro de alguns meses eu seria uma das maiores jogadoras do país”. Na verdade esse homem me descobriu.

Para treinar no Seri eu submeti minha mãe a uma dura prova de amor à mim e ao esporte amador do Brasil ... Era uma maratona de ônibus, diária, que nos deixava exaustas: o primeiro de Jacareí a São Paulo; o segundo de , da praça João Mendes (no centro da cidade) até o Ipiranga, onde ficava o clube; o terceiro, no fim do treino, até a agência do Pássaro Marron, na Av. Rio Branco, ônibus que finalmente nos levaria de volta a Jacareí.

Quantas vezes minha mãe e eu dormimos sentadas naquela agência, esperando o primeiro ônibus da manhã para a nossa cidade ... é que eu treinava mais que o nosso horário apertado permitia e perdia a última condução da noite. E a dona Amélia, super-mãe, sempre de bom humor, me incentivando.

Minha mãe nunca me viu perder um jogo. Todas as vezes que estava na platéia, meu time ganhava. Dava uma sorte !

No Seri, nessa correria, fiquei mais de seis meses. Mas foi lá que participei do estadual de 1958. E ganhamos. Foi ainda lá que perdi a chance de ir para o pré-pan, que escolheria as atletas que iriam, representando o Brasil, no Pan-americano de Chicago em 1959. Não pude ir porque era Argentina e não havia mais tempo para a minha naturalização que foi providenciada, em seguida pela Confederação Brasileira de Basquetebol.

Quando “virei” brasileira eu já era jogadora do Votorantim de Sorocaba (SP). Fui, convidada. E não sem problemas.

O rolo compressor

Não havia consciência de pioneirismo do Votorantim. Havia, sim, um pioneirismo intuitivo muito marcante. A fábrica de cimento Votorantim dava uma verba para o time ( e a prefeitura de Sorocaba também) o que era inédito naquele tempo. Hoje as empresas se interessam pelo esporte amador, (ainda bem), mas têm retorno em publicidade, simpatia, etc. Naquela época empresa nenhuma queria dar nada. A Votorantim foi, portanto pioneira nisso.

O Campineiro, por sua vez, formou dois times de basquete feminino: um das “cobras” (adulto) e outro das “minhoquinhas” (crianças). Ele estava inaugurando, sem saber, o trabalho de base no Brasil, criando as categorias esportivas.

A esse time é que eu cheguei ainda “verde”, aos dezessete anos. No meu primeiro dia , só consegui parar de trinar quando vomitei de cansaço. Sob os olhos do técnico. Porque ele queria que agente tivesse uma estupenda forma física, ainda que adquirida de forma não adequada. Porque o Campineiro realizava um trabalho empírico, sem bases científicas; mas recheado de garra. Depois do treino agente tomava suco de laranja, que ele fazia à mão. E todas nós do Votorantim _ mesmo cometendo a loucura de dar cinqüenta voltas na quadra para começar o aquecimento e, em seguida, subido e descendo várias vezes os quarenta degraus da arquibancada do ginásio de esportes – fomos parar na Seleção Brasileira. Pela abnegação daquele querido alucinado por basquete.

(...)

A primeira seleção brasileira

O Votorantim não tinha adversários nos campeonatos estaduais a não ser o time de Piracicaba, também celeiro da seleção nacional. No primeiro ano lá ganhamos o estadual de 1959. Treinávamos arduamente, com o Campineiro nos fazendo aproveitar cada segundo da partida, coisa que os outros técnicos da época nem pensavam em exigir. Naquele tempo era raríssimo um time fazer ais de 60 pontos nos quarenta minutos regulamentares (20 por 20) de um jogo (conseqüência das próprias regras do basquete, como já disse).

Pois bem,: nós fazíamos mais de 100 pontos com alguma freqüência. Por isso eu chamo o Newton Corrêa Jr., aquele nosso técnico Campineiro, de “Einstein do basquetebol”.

Ao mesmo tempo, era ele que – quando não estávamos treinando ou jogando – me mandava limpar a grande quantidade de troféus que o Votorantim já garantira, que estava guardado numa sala embaixo da arquibancada do ginásio de esportes de Sorocaba. Naquele tempo tudo era bem diferente, a gente suava na quadra e fora dela...

Enquanto eu limpava os troféus, lembro bem, sonhava jogar na seleção brasileira.

A convocação para a seleção veio. Mas havia doze vagas e dezenove atletas para brigar por elas. E, claro, as mais experientes tinham maiores chances. Eu não tinha idéia do quer seria essa “briga”. Era “crua”, desinformada. Até por isso, talvez tenha me despreocupado um pouco mais que as outras convocadas. Eu me fixei mesmo nos Jogos Abertos do Interior que tínhamos que ganhar pelo Votorantim antes de ir para a seleção.

Viajamos para Campinas, sede doa jogos, para brigar por mais um troféu que depois, na certa, eu teria que limpar... Não me lembro bem se foi no aquecimento do segundo ou terceiro jogo. Só me lembro que subi numa bandeja (...) e quando desci _ alguém dxa arquibancada tinha devolvido uma bola _ eu pisei na bola literalmente. Tive uma luxação no tornozelo e adeus: foi preciso engessar.

“Logo agora que tenho que me apresentar à seleção”, eu pensava, entre triste e furiosa, no inconformismo gostoso de quem tem dezoito anos. Foi a cabeça fresca, típica dessa idade, que me fez arrancar o gesso dois dias depois, imobilizar o pé com faixa e esparadrapo e com pó pé sob o efeito de uma infiltração anestésica fortíssima, entrar na quadra para participar da final dos Jogos Abertos do Interior contra Piracicaba.

Perdemos o jogo e eu quase perdi o pi. Quando tirei a faixa meu pé era uma pasta preta, minha perna foi inchando que eu tinha elefantíase. Mesmo assim fui para o Rio e naquele estado lastimável me apresentei ao técnico da Seleção Brasileira de Basquete Feminino, 1960, Antenor Horta. Durante os dez primeiros dias, enquanto as minhas companheiras treinavam e se adaptavam umas às outras eu fiquei tratando do pé. Na maior angústia.

Quando cheguei a entrar na quadra pela primeira vez, subi numa outra bandeja e a Neucy Ramos (que era craque) me deu uma entrada violenta: o que aconteceu mesmo ? Torci o outro pé. No dia seguinte fui com os dois pés imobilizados. Mas fui. Com o “demônio no corpo”. Grudei na Neucy de-não-deixar-ela-andar !

“Posso não fazer uma cesta, mas ela também não faz”, pensava então.

Eu não sabia, mas estava descobrindo uma característica que iria marcar toda a minha carreira de jogadora: de marcar e não deixar andar a adversária. Marquei, sem falsa modéstia, todas as grandes jogadoras do mundo da minha época.

Consegui minha vaga entre as doze (como reserva) e fui para o sul-americano do Chile em 1960. De cabeça tranqüila, pois não tinha consciência do que era estar lá com a camisa do Brasil. O técnico me mandou entrar – pela primeira vez – no segundo tempo de um jogo contra o Paraguai. Virei titular. Não saí mais até sermos campeãs, como fomos.

Ganhamos o sul-americano e eu ganhei dos jornalistas apelido de “La niña voadora” (a garota voadora), porque fazia muitas bandejas aéreas. Fui considerada a jogadora-revelação do campeonato. E só deixei de ser titular da seleção brasileira quando resolvi sair espontaneamente , em 1976.

Não sem antes conseguir a proeza de , no campeonato Mundial do Peru, (tendo como técnico o Almir de Almeida) ter sido considerada por toda a crônica especializada uma das cinco maiores jogadoras do mundo. Entre essas cinco não havia nenhuma outra jogadora da América do Sul, nem do Norte e nem Central.

Vermelho e preto

(um capítulo descontraído)


Como era uma jogadora de muito destaque no Votorantim de Sorocaba, acabei sendo convidada para ir jogar no Flamengo do Rio de Janeiro. Naquela época não existia o pagamento de “luvas”, nem “gordos” salários mensais. A gente ganhava pouco e jogava muito, era muito feliz assim mesmo. Aceitei e fui embora, Com uma mão na frente, outra atrás.

Lá, o meu primeiro técnico foi o Canela (Togo Renan Soares) que depois seria bi-campeão mundial com o basquete masculino do Brasil. Com ele agente já entrava na quadra sabendo exatamente o que cada jogadora adversária ia fazer _ “marque fulana”, ele dizia, “mas cuidado ela dribla, faz o corte e passa” _ e isso era meio caminho andado. Também o Flamengo tinha montado um time forte (com Angelina, Delcy, Didi, Ivani, Regina, Átila, Célia, Eny, Doranita e Amelinha _ mais tarde viria Marlene) e era dono de uma torcida que empurrava as atletas para a vitória. Fomos campeãs cariocas de 1962.

Naquela época, no entanto, no Rio de Janeiro, importante mesmo era participar dos jogos da Primavera, que toda imprensa e o público prestigiavam fanaticamente. Acho que por isso que D. Berta, diretora esportiva do Flamengo, me convenceu a participar da prova do decatlo (feminino, não-olímpico). Ou foi por causa de minha forma física, não sei. O que sei é que, sem treinar, fui tentar defendera camisa vermelha e preta nas dez modalidades que compunham a prova: lance-livre, natação, salto em altura, ginástica olímpica de solo (no chão), arremesso de dardo, arco-e-flecha, tiro-ao-alvo, corrida, ciclismo e saltos ornamentais. Bem “leve” como se pode ver...

Passei pelas provas de natação e lances-livres (em basquete) tranqüilamente, com primeiro lugar nas duas. Consegui também uma vitória nos saltos ornamentais e, por incrível que pareça, na ginástica olímpica (tinha treinado um pouco para o vestibular). No tiro, brilhou minha estrela de sorte: apesar de não saber atirar, garanti uma segunda colocação. Estas foram as provas do primeiro dia, das quais sai em vantagem. No segundo dia, entretanto, eu sabia que a coisa ia piorar. As adversárias eram fortes e eu nunca tinha atirado uma flecha em toda a minha vida. Bicicleta? Só tinha andado, quando era criança, nas das amigas...

Disse, repito e vou repetir pela vida afora: entro numa competição para ganhar. (Essa história de que o importante é competir, para mim, soa falsa. No calor da luta, todo mundo quer vencer).

Por isso mesmo, naquele dia, mesmo sabendo que as campeãs cariocas de arco-e-flecha e ciclismo estavam competindo, eu ia dar tudo de mim. Como sempre fiz na quadra de basquete.

No entanto, cansada das provas da véspera, quando peguei no arco para atirar minha primeira seta e não sabia o que fazer com aquilo na mão tive vontade de chorar. Mandei a primeira flecha tão longe do alvo que ela foi parar na rua! E quando larguei o tirante, ele raspou no meu braço e ralou-o todo, saiu sangue... Aí me deu raiva: ninguém tinha me avisado que agente precisava de uma luva longa, de couro, para praticar esse esporte. Joguei todas as flechas e só atingi o alvo com a porcaria de uma. Bem longe do centro...

Em compensação ganhei as quatro provas do segundo dia: a corrida (100m rasos), o salto em altura (pulei 1,35m na segunda tentativa), arremesso de dardo (21,40m) e, acredite se quiser: o ciclismo.

A prova de ciclismo, naquele tempo, era por cronômetro. Minha adversária mais séria era a Ana Maria Paulino (campeã carioca, do clube de ciclismo Monark, Rio). E se eu perdesse aquela prova, perdia o decatlo. Ela saiu e fez o percurso de 3.100m me 2 minutos, 22 segundos e 25 décimos. Meu Deus, eu nem tinha bicicleta! Pedi a bicicleta da Ana Maria emprestada. Subi e saí feito louca. Usei a única coisa que saberia usar naquele esporte: minha força muscular. Para fazer a primeira curva quase que fui para o chão. Continuei, porém, o mais rápido que pude. Nos 100m metros finais eu fechei os olhos e pedalei. Concluí o percurso em 2 minutos, 22 segundos e 22 décimos! Ganhei da campeã carioca com a bicicleta dela. Quase ganhei junto uma inimiga, mais fui a primeira colocada no decatlo.

No dia seguinte precisei tomar soro por causa desgaste físico a que tinha me submetido. E, como prêmios, recebi uma bicicleta Calói, uma enciclopédia Delta Larousse, um tênis não me lembro de que a marca...

As coisas eram feitas mesmo por amor à arte. Em 1963, lá estava eu, competindo na prova de decatlo pelo Flamengo. Então eu já sabia manejar o arco e tudo. E não é que ganhei?

Em 1964, confesso que foi bem mais difícil. Mas a verdade é que acabei tri-campeã de uma modalidade a que me dedicara por brincadeira.

Fiz isso sem deixar de jogar basquete. Em 1963, na Seleção Brasileira, fui campeã sul-americana. Em 1964, com a Seleção Carioca, campeã brasileira, título que se repetiu em 1965 e 1966.

O decatlo ficou nos jornais da época e nas minhas recordações. Considerada muito pesada, essa competição foi extinta logo em seguida.

Os anos férteis

Em 1967, a Seleção Brasileira de Basquete Feminino ganhou o pan-americano em Winnipeg (Canadá) e o sul-americano de Cali (Colômbia). Eu estava nos dois, titular o tempo todo. Foi neste ano ainda que recebi a medalha do Mérito do Basquetebol, honraria reservada pela Confederação Brasileira de Basquetebol a pouquíssimas atletas e beneméritos deste esporte.

Foi em 1967 também, que me formei em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, naquele tempo chamada Universidade do Brasil. E, embora imensamente do Flamengo _ a torcida, os dirigentes, as colegas do time _ era isso que eu esperava para poder voltar a São Paulo, para onde já havia se mudado a minha família (que, eu sabia, precisava de mim).

O convite adequado para as minha necessidades veio da Prefeitura de São Caetano do Sul _ cidade próxima à São Paulo _ que resolvera investir no basquete. Só que lá não havia um time com infra-estrutura, técnico, nada. Eu vim para jogar e acabei, durante boa parte de 1968, sendo técnica da equipe.

Ganhamos os Jogos Abertos do Interior e o campeonato regional (junho de 68), mas a carga de acumular as obrigações de jogadora e técnica era muito pesada. Começamos a procurar um técnico. Foi quando surgiu o Waldir Pagan Perez, que eu conhecia dos velhos tempos de Jacareí. Sem que o Waldir modificasse uma virgula do nosso treinamento, nós ganhamos _ Delcy, Angelina (portuguesa), Odete, Regina, Didi, Angelina Bizarro, Elzinha, Marlene, Rosália e eu _ todos os títulos que disputamos em 1969.

Em 1970, fomos convocadas para a Seleção Brasileira que disputaria o sul-americano na Bolívia. Forcei um pouco a barra e Waldir acabou indo como técnico. Ele já tinha se aprimorado, feito m curso de basquete nos Estados Unidos.

Na verdade, eu fui dando dicas: conhecia todas as atletas sul-americanas, que já tinha enfrentado várias vezes. Conhecer as adversárias é básico, porque agente tem que estar preparada para não ser surpreendida na quadra. Embora um jogo seja sempre diference do outro ( mesmo com as mesmas atletas, há certos pontos que agente pode prever ou antecipar). A seleção soviética, sob a técnica Ljdia Alejeeva, tem jogadas ensaiadas para cinco, dez, quinze, vinte, vinte e cinco e trinta segundos. E elas fazem estas jogadas como relógios. Acho que vai demorar muito tempo para que alguém possa destruir essa perfeição. Entrar na quadra sabendo como a adversária vai se comportar, facilita as coisas. Posso dizer que sei, até hoje, de cor como tinha de marcar essa ou aquela jogadora desta ou aquela seleção. E que isto _ diante as maiores craques do basquete feminino do mundo _ sempre foi a base do meu trabalho.

Vou falar um pouco destas grandes atletas e como eu as enfrentava no próximo capítulo. Mas não sem antes dizer que fomos campeãs sul-americanas na Bolívia. Como já havíamos sido em 1968, em Santiago do Chile. Não sei se seria falta de modéstia dizer que o Brasil tinha, na minha época um time invencível do lado de baixo de Equador. Houve sim uma hegemonia muito grande do nosso basquetebol pela América do Sul afora, na década de 60 e princípios dos anos 70.

Aliás em 1965, a Seleção Brasileira foi escolhida pela FIBA _ Federação Internacional de Basquetebol _ para fazer duas partidas com a Tchecoslováquia. Nessas paridas o COI _Comitê Olímpico Internacional_ decidiria se o basquete feminino já tinha nível técnico para fazer parte das Olimpíadas. Perdemos essas duas partidas, mas sempre de muito pouco. No entanto, nessa mesma viagem, perdemos apenas para a Alemanha Oriental. Ganhamos das seleções da França. Itália, Alemanha Ocidental, Espanha e Portugal.

Não que as européias jogassem menos. Elas tinham um estilo de jogo mais técnico, simples e objetivo, um esquema tático mais rígido. A Seleção Brasileira tinha um estilo de jogo-show, menos duro, mais versátil e, muito aqui entre nós, tínhamos uma facilidade de assimilar as coisa com mais rapidez. Como a tal história de aprender a marcar cada uma das adversárias muito rapidamente.

A despedida

Todo atleta tem que saber a hora de parar. Parar muito cedo é desperdício de talento. Parar quando a noite é alta, deixar o seu declínio físico ficar público, é expor-se ao ridículo. A frase “ela não é mais a mesma” é o que pior pode se ouvir dentro de uma quadra.

Eu sempre que ia para um treino, só tinha hora para começar. Nunca pensava na o hora em que o treino acabaria. Quando me dei conta de que estava preocupada com a hora do fim do treino, concluí que deveria “pendurar o tênis”.

Não houve nenhuma despedida, nenhuma festa, nenhum jogo especial. Eu simplesmente deixei de vestir o uniforme e entrar na quadra. Não vou dizer que foi fácil. A convivência com a bola, a alegria da vitória, a dureza da derrota fazem parte da gente. Para um esportista viver sem jogar é viver com um numero muito menor de emoções.

E quantos convites do tipo “joga só mais três meses” a gente tem que, contra a vontade, recusar. O lema é não amolecer. Para parar é essencial parar de uma vez, cortar a emoção com um golpe seco, sentir a dor uma vez só.

Pouco depois da minha saída o São Caetano (último time me que joguei) ia disputar uma final dificílima, do campeonato do interior, com o Santo André. Então nosso técnico, Waldir Pagan, me pediu que vestisse o uniforme e fosse para o banco, apenas para fazer uma guerra psicológica contra o Santo André. Eu fiz isso, com a condição de não entrar de maneira alguma. Vi, ali do banco, meu time empatar, ir para a prorrogação e perder. Sei que poderia ter ajudado. Não existem palavras para contar o que senti naquele jogo. No entanto, cumpri minha promessa. Ainda fiquei por ali, no São Caetano uns dois anos. Eu era responsável pelo condicionamento físico da equipe e auxiliar do técnico, depois fui técnica. Não sei se fui ficando por insistência deles, por falta de coragem de sair de uma vez, por hábito... Lá, do lado de fora da quadra era como se eu estivesse dentro...

O apito final do último jogo de uma atleta é melancólico. Não é, entretanto, o apito final de tudo. Há sempre uma maneira de continuar participar deste jogo maior que é a VIDA.

Marya Eduarda é apresentada à sociedade basqueteira

É com muito prazer que eu apresento a vocês a doce Marya Eduarda, filha do casal Orlandão e da ala-pivô Patrícia (Santo André):







BRASIL CONQUISTA 19º TÍTULO SUL-AMERICANO FEMININO E O NONO SEGUIDO INVICTO





O Brasil conquistou nesta sexta-feira o 19º título sul-americano de basquete adulto feminino e o nono invicto consecutivo. Na final, em Loja, no Equador, as brasileiras venceram a Argentina por 77 a 68 (38 a 20 no primeiro tempo). As cestinhas da partida foram as argentinas Natalia e Marcela, com 16 pontos cada, e a pivô Cintia Tuiú, do Brasil, com 15. Desde o Sul-Americano do Peru (1986), o Brasil não sofre nenhuma derrota, tendo vencido os 47 jogos que disputou.

O Brasil começou a decisão impondo seu ritmo de jogo, com uma forte marcação defensiva e dominando os rebotes, fechando o primeiro período em 20 a 11. No segundo quarto, as brasileiras estiveram perfeitas no ataque e melhoraram na defesa. Com isso, as argentinas só marcaram nove pontos e a vantagem do Brasil subiu para 18 pontos: 38 a 20. No terceiro período, o Brasil manteve o ritmo e terminou com 56 a 35. No último quarto, as brasileiras se desconcentraram na defesa e permitiram a reação argentina que chegou a seis pontos (70 a 64), quando faltava um minuto e meio para terminar. No final, valeu a experiência da equipe do Brasil que ganhou por 77 a 68.

— Estou muito contente por dar ao Brasil mais esse titulo que para mim tem um gosto especial, porque depois de cinco anos na Itália volto a disputar essa competição. Brasil e Argentina estão de parabéns porque fizemos um jogo emocionante e disputado até a última bola — comentou a pivô Cintia Tuiú, de 28 anos.

— Sabíamos que ia ser uma partida bem mais difícil do que a primeira porque a Argentina joga tudo de si contra o Brasil. Mas a nossa equipe teve cabeça para controlar os momentos difíceis e vencer a partida. Receber um prêmio é sempre maravilhoso, mas o que me deixa mais satisfeita é ter contribuído para essa vitoria — afirmou a ala Lilian, cestinha da equipe, com 85 pontos, e cestinha de 3 pontos do Sul-Americano.

Quem também tem um motivo especial para comemorar é o técnico Antonio Carlos Barbosa. Aos 58 anos, esse paulista de Bauru, acaba de se tornar o técnico brasileiro com o maior número de títulos sul-americanos adultos com seis (1978, 1981, 1997, 1999, 2001 e 2003), superando os cinco de Togo Renan Soares, o “Kanela”. Em 41 jogos, Barbosa acumula 40 vitórias e apenas uma derrota.

— Estou muito feliz. É emocionante fazer parte da história do basquete brasileiro de maneira positiva. Atravessei gerações tanto de atletas como de presidentes da CBB. Isso mostra a confiança depositada em meu trabalho, o que é tão importante quanto os títulos ou recordes. Essa é a minha grande conquista — disse, emocionado, Barbosa.

ATENÇÃO:
A delegação brasileira retorna ao país na segunda-feira (dia 30), desembarcando às 5:25 horas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo (Avianca 085)

BRASIL (20 + 18 + 18 + 21 = 77)
Adrianinha (8), Micaela (13), Lilian (9), Cintia Tuiú (15) e Kelly (7). Depois: Mamá (2),Vivian (7), Ega (14), Jacqueline (2), Cristina (0), Geisa (0) e Chuca (0). Técnico: Antonio Carlos Barbosa

ARGENTINA (11 + 09 + 15 + 33 = 68)
Laura (10), Chesta (13), Marcela (16), Alejandra (0) e Erica (7). Depois: Paula (4), Natalia (16) e Deborah (2). Técnico: Eduardo Pinto.
BRASIL VENCE EQUADOR E DECIDE TÍTULO SUl-AMERICANO COM ARGENTINA

No encerramento da fase de classificação do 28º Campeonato Sul-Americano Adulto Feminino de Basquete, que está sendo disputado na cidade de Loja, no Equador, o Brasil venceu o Equador por 118 a 41 (52 a 21 no primeiro tempo). A cestinha foi a pivô brasileira Kelly, com 20 pontos. Nos outros dois jogos da quinta rodada, a Venezuela derrotou o Peru por 106 a 63, enquanto a Argentina ganhou do Chile por 76 a 59. Com esses resultados, Brasil e Argentina decidem nesta sexta-feira, às 21:30 horas de Brasília, o título sul-americano. Na primeira fase, as brasileiras venceram as argentinas por 89 a 63. O Brasil busca o 19º título e o nono consecutivo invicto.

— Independente do adversário, fizemos um bom jogo, impondo nosso ritmo desde o começo e fazendo uma ótima marcação. Quanto a final, com certeza será uma partida bem diferente da primeira. As argentinas crescem muito quando jogam com a gente e temos que estar atentas para não cometermos os mesmos erros do inicio da partida de quarta-feira. De qualquer forma, vamos entrar com muito mais garra e determinação para conquistar esse título para o Brasil — disse a pivô Kelly.

Brasil e Argentina serão os representantes da América do Sul nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na Republica Dominicana. Já no Torneio Pré-Olímpico do México, as vagas ficaram com Brasil, Argentina e Chile. A delegação brasileira retorna ao país na segunda-feira (dia 30), desembarcando às 5:25 horas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

BRASIL (24 + 28 + 32 + 34 = 118)
Adrianinha (2), Micaela (12), Lilian (11), Cintia Tuiú (6) e Kelly (20). Depois: Jacqueline (4), Cristina (7),Geisa (14), Ega (10), Chuca (6), Vivian (11) e Mamá (15). Técnico: Antonio Carlos Barbosa

quinta-feira, 26 de junho de 2003

Amistoso

A seleção sub-21 bateu mais uma vez o São Paulo/Guaru no segundo amistoso da equipe que se prepara para o Mundial da categoria.

O placar foi 75 a 72, definido por uma cesta de três da armadora Karen Gustavo.
New York Liberty 70 X 64 Phoenix Mercury

Iziane jogou 3 minutos.
Magic Paula é madrinha do Festival dos Núcleos do BCN

A ex-jogadora de basquete Magic Paula foi escolhida como a madrinha do XIII Festival dos Núcleos de Formação do BCN, que será realizado neste sábado, a partir das 8 horas, no campo do Sesi, em Osasco. Uma das maiores estrelas do esporte, a ex-armadora defendeu por muito tempo o BCN, equipe em que teve inúmeras conquistas e também encerrou sua carreira vitoriosa. Paula, que assumiu recentemente o cargo de diretora de Esportes de Alto Rendimento do Ministério dos Esportes, em Brasília, confirmou presença no evento e será homenageada na oportunidade.

Paula faz parte da história do Projeto BCN Esportes. Em outubro de 1987, ela defendia a Unimep, de Piracicaba, quando o BCN passou a patrocinar a equipe. A jogadora viveu grandes momentos nesse período. Depois defendeu outros times e voltou a atuar no BCN, em Osasco. Paula, mais uma vez, teve papel destacado na equipe comandada por Maria Helena Cardoso, conquistando o título Mundial de Clubes, em 1998. A jogadora encerrou a carreira no ano seguinte.

O festival, realizado a cada seis meses, tem procurado nas últimas edições homenagear pessoas ligadas ao esporte. Já foram padrinhos, por exemplo, os ex-atletas Marcel, Dulce e Branca. Paula, além de ter sido uma grande jogadora, com títulos importantes como o Mundial da Austrália e a medalha de prata na Olimpíada de Atlanta, fez um bom trabalho durante dois anos e meio como diretora do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo.

O Festival dos Núcleos de Formação vai reunir cerca de 4.200 meninas, de 10 a 15 anos, nas modalidades de basquete e vôlei. O evento encerra as atividades do primeiro semestre e serve como uma interação dos profissionais envolvidos nesse trabalho. Considerado um dos principais e mais tradicionais projetos de iniciação esportiva do país, o programa tem reunido cada vez mais crianças de Osasco. De 2002 para 2003, o número de núcleos saltou de 53 para 81 e de cerca 3.200 para 4.200 crianças.

A abertura oficial do festival tem início às 8h30, seguida pela apresentação da Banda da Fundação Bradesco. Na seqüência haverá o desfile das alunas dos 81 núcleos, seguida pelas equipes de base do BCN: pré-mirim A e B (vôlei), pré-mini e mini (basquete), mirim (vôlei e basquete), infantil (vôlei e basquete) infanto-juvenil (vôlei e basquete), juvenil (vôlei e basquete) e equipe adulta de vôlei. Às 9h40 tem início aos jogos de demonstração e atividades esportivas das alunas. Os pais das crianças terão oportunidade de assistir à uma palestra contra as drogas, além da apresentação de um grupo cênico do Sesi.


BRASIL VENCE ARGENTINA, GARANTE VAGA NA FINAL E LIDERANÇA INVICTA


No encerramento da quarta rodada do 28º Campeonato Sul-Americano Adulto Feminino de Basquete, que está sendo disputado na cidade de Loja, no Equador, o Brasil venceu a Argentina por 89 a 63 (41 a 39 no primeiro tempo). As cestinhas da partida foram a armadora Adrianinha e a pivô Cintia Tuiú, ambas do Brasil, com 23 e 19 pontos, respectivamente. Nos outros dois jogos da rodada, o Chile derrotou o Peru por 77 a 63, enquanto a Venezuela ganhou do Equador por 99 a 71. As brasileiras voltam à quadra nesta quinta-feira, às 23:30 horas de Brasília, para enfrentar o Equador.

A quinta e última rodada da fase de classificação terá ainda Venezuela x Peru (19:30h) e Argentina x Chile (21:30h) decidindo o segundo lugar e uma vaga na final de sexta-feira contra o Brasil, que já está classificado para os Jogos Pan-Americanos e o Torneio Pré-Olímpico. O Brasil lidera com oito pontos ganhos (4 vitórias), seguido da Argentina e do Chile, ambos com sete (3 vitórias e uma derrota).

— A equipe estava desconcentrada no primeiro tempo, bobeando na defesa e errando algumas bolas. Além disso, elas acertaram muitos arremessos e mantiveram a partida equilibrada. No terceiro quarto, recuperamos a confiança e passamos a defender melhor. Isso fez com que o nosso contra-ataque funcionasse e passamos a frente no marcador abrindo uma vantagem de 12 pontos (65 a 53). No último período, a equipe esteve perfeita em todos os fundamentos e comprovamos nossa superioridade — explicou a armadora Adrianinha.

De acordo com o regulamento da competição, as duas primeiras colocadas na soma de pontos das cinco rodadas disputam o título na sexta-feira (dia 27). O campeão e o vice-campeão do Sul-Americano garantem suas vagas nos Jogos Pan-Americanos da República Dominicana (2 a 9 de agosto), enquanto os três primeiros colocados se classificam para o Torneio Pré-Olímpico do México (24 a 28 de setembro).

BRASIL (21 + 20 + 24 + 24 = 89)
Adrianinha (23), Micaela (14), Lilian (8), Cintia Tuiú (19) e Kelly (10). Depois: Jacqueline (9), Cristina (2), Mamá (2), Geisa (2) e Ega (0). Técnico: Antonio Carlos Barbosa

ARGENTINA (23 + 16 + 14 + 12 = 63)
Laura Nicolini (10), Alejandra Chesta (17), Marcela (10), Erica (14) e Alejandra Fernandes (0). Depois: Deborah (2), Paula (0), Natalia (8), Sandra (2), Maria Cecilia (0) e Carolina (0). Técnico: Eduardo Pinto.

BRASIL BUSCA 19º TÍTULO E BARBOSA ESTÁ PRÓXIMO DE RECORDE HISTÓRICO

Com a vitória sobre a Argentina por 89 a 63 (41 a 39 no primeiro tempo) quarta-feira à noite, o Brasil garantiu sua vaga na final do 28º Campeonato Sul-Americano Adulto Feminino de Basquete, que está sendo disputado em Loja, no Equador. O adversário dos brasileiros nesta sexta-feira, às 22:30 horas de Brasília, será o vencedor do confronto entre Argentina x Chile (quinta-feira – 21:30h). Nas 27 edições anteriores, o Brasil foi campeão 18 vezes.

Quem tem motivos para comemorar é o técnico Antonio Carlos Barbosa, de 58 anos. Esse paulista de Bauru dirige a equipe brasileira adulta pela sétima vez e já conquistou cinco títulos e um vice-campeonato. Uma vitória na decisão desta sexta-feira colocará Barbosa como sendo o técnico brasileiro recordista de títulos sul-americanos adultos, superando Togo Renan Soares “Kanela” que ganhou cinco. Até a quarta rodada do Sul-Americano do Equador, Barbosa disputou 39 jogos e venceu 38. A única derrota foi para o Peru (86 a 81) na final do Sul-Americano de 1977, realizado no Peru.

FINAL CONTRA A ARGENTINA
— A Argentina fez um bom jogo contra o Brasil na quarta-feira. Elas fizeram um bom primeiro tempo com bons arremessos de fora e jogaram buscando dificultar a nossa posse de bola. Em uma final, não podemos repetir a falta de atenção defensiva apresentada na primeira partida. Com certeza, não podemos negar que somos favoritos ao título, mas temos que provar isso em quadra.

FINAL CONTRA O CHILE
— Para mim, o Chile foi a equipe que mais evoluiu e merece estar na final. O técnico cubano Carlos Yanes vem desenvolvendo um trabalho sério e conseguiu unir experiência e juventude. A equipe conta com uma ótima pivô, Tatiana Gomez, e é uma seleção que joga um basquete rápido e tem um bom arremesso de média distância.

ANÁLISE DA COMPETIÇÃO
— Ainda há uma grande distância entre o nível do basquete brasileiro para o das outras seleções do continente. Com exceção do Peru, as demais equipes evoluíram em relação ao último Sul-Americano e se aproximaram mais da Argentina. Quem mais cresceu foi o Chile. A Venezuela tem boas jogadoras, principalmente a Villarroel, mas falta equilíbrio nos momentos decisivos das partidas. A Argentina está passando por uma renovação, mas mantém a mesma filosofia de trabalho há dez anos, quando o técnico Eduardo Pinto assumiu a seleção, treinando todas as categorias. Isso dá à equipe uma identidade de jogo bem definida. Quanto ao Brasil, fizemos nossa parte, buscando melhorar técnica e taticamente a cada partida. Treinamos em um ritmo bastante forte, visando às outras competições

JOGOS PAN-AMERICANOS
— Embora muitos digam que a competição está esvaziada, para mim é muito importante. Teremos um tempo razoável de treinamentos, incluindo quatro amistosos contra a Rússia, atual vice-campeã mundial. A ala Silvinha voltará à equipe e provavelmente contaremos com a pivô Alessandra e ala Leila. Vamos a Santo Domingo em condições de brigar por uma medalha que, por uma fatalidade, nos escapou no Pan de Winnipeg, em 1999.

RECORDISTA DE TÍTULOS
— É muito emocionante fazer parte da história do basquete brasileiro de maneira positiva. Atravessei gerações tanto de atletas como de presidentes da CBB. Isso mostra a confiança depositada em meu trabalho, o que é tão importante quanto os títulos ou recordes. Essa é a minha grande conquista.

quarta-feira, 25 de junho de 2003

Mais Cortes No Sub-21

Paulinho Bassul afia a tesoura e elimina mais quatro do grupo de atletas que treina em Americana para o Mundial Sub-21: a armadora Tina (São Caetano), as laterias Isabela (Bauru) e Tayara (São Bernardo) e a pivô Karina Jacob (Vasco).
JACQUELINE, CHUCA E CRISTINA BUSCAM TÍTULO INÉDITO NO EQUADOR

A quinta e última rodada da fase de classificação do 28º Campeonato Sul-Americano Adulto Feminino de Basquete será realizada nesta quinta-feira com três partidas: Venezuela x Peru (19:30h de Brasília), Argentina x Chile (21:30h) e Equador x Brasil (23:30h). Das 12 jogadoras brasileiras que disputam a competição, três buscam o primeiro título sul-americano: a armadora Jacqueline (Bourges/França e 26 anos), a ala Chuca (Santo André e 24 anos) e a ala/armadora Cristina (Unimed/Ourinhos e 24 anos).

Jacqueline Godoy chegou por acaso no basquete. Aos 10 anos, na escola de Jundiaí, estava esperando uma amiga terminar o treino na escolinha e a técnica deu uma bola para ela brincar. De brincadeira o basquete se tornou coisa séria. Jacqueline se formou em Educação Física nos Estados Unidos e especializou-se em administração esportiva. Está nos seus planos continuar os estudos e fazer mestrado.

— Eu fiz o caminho inverso da maioria das jogadoras. Em 1998, quando fui chamada para os treinamentos para o Mundial da Alemanha, pedi dispensa para ir estudar nos Estados Unidos. No ano passado, fui surpreendida com a convocação do técnico Antonio Carlos Barbosa. Acredito que ele aproveitou a oportunidade para me observar. Acho que fui bem e hoje estou disputando minha primeira competição oficial. Por isso, é muito gratificante estar hoje nesse grupo, é uma prova de confiança no meu trabalho. Pretendo continuar mostrando meu potencial para os próximos compromissos — comentou Jacqueline.

A ala Patrícia Ferreira, a Chuca, começou a jogar basquete na escola, com oito anos, na cidade paulista de Mauá. Aos 17, estava morando em uma república com outras jogadoras da equipe de Santo André. Em 1999, recebeu sua primeira convocação para a seleção adulta. Agora, a ala de 24 anos, encara seu primeiro Sul-Americano em um delicado momento pessoal. No segundo dia no Equador, Chuca recebeu a noticia do falecimento de seu pai.

— A competição acabou sendo um grande consolo para mim. O conforto das meninas, o ritmo de treinamentos e jogos ocupam a minha cabeça nesse momento difícil. Espero continuar mostrando meu trabalho e continuar tendo oportunidades no grupo — disse Chuca.

Cristina Carvalho começou a jogar aos oito anos de idade, em Piracicaba. Seu primeiro clube foi o BCN, de Piracicaba. Aos 17 anos, o clube se mudou para Osasco e Cristina saiu da casa dos pais. Em 1999, em Osasco, Cristina torceu o joelho direito e ficou sete meses parada. Um ano depois, quando defendia a equipe de Santo André, foi o joelho esquerdo que a tirou novamente das quadras pelo mesmo período. Em 2002, participou dos treinamentos para o Mundial da China e agora disputa sua primeira competição adulta oficial.

— Desde pequena adorava brincar com bola. Um dia, meus pais me levaram ao ginásio de esportes da cidade e vi um treino de basquete. Entrei na escolinha e nunca mais parei. Estou super feliz por ter chegado até aqui e com grandes expectativas de ganhar meu primeiro título na equipe adulta. Estou conseguindo mostrar o meu trabalho e espero estar correspondendo às expectativas. Estamos em um ritmo forte de treinamento, ganhando experiência internacional para o resto da temporada. Acredito que venho conquistando meu espaço na seleção aos poucos e estou bastante motivada para continuar a preparação para as próximas competições — explicou Cristina.
São Paulo/Guaru enfrenta a Seleção Sub-21 de basquete no ginásio do Morumbi

A partida tem como objetivo a preparação da seleção, comandada pelo técnico Paulo Bassul, para o Mundial da categoria

A equipe feminina de basquete do São Paulo/Guaru faz o segundo amistoso, amanhã, com a Seleção Brasileira Sub-21. O jogo será às 16 horas, no ginásio 4 do Estádio do Morumbi.

As partidas tem como objetivo a preparação da seleção, comandada pelo técnico Paulo Bassul, para o Mundial da categoria, que será disputado em julho na Croácia. Já o time são-paulino, se prepara para os Jogos Regionais que acontecem no mesmo mês, em Caieiras.

No primeiro confronto entre as duas equipes, ocorrido no último sábado, em Americana, o placar foi de 112 a 103 para a equipe brasileira. Segundo o treinador são-paulino, Alexandre Cato, esta é uma excelente oportunidade para a equipe pegar ritmo de jogo. "Temos competições expressivas pela frente, inclusive o mundial, em outubro, por isso, é importante enfrentar equipes fortes para dar ritmo e conjunto às atletas. No primeiro jogo o desempenho do grupo foi muito bom e esperamos melhorar ainda mais amanhã", disse.

A entrada será franca pelo portão 8 do Estádio, localizado à rua Jules Rimet.
LA 71 X 62 Commets

Janeth jogou 35 minutos, fez 7 pontos, pegou 2 rebotes e deu 3 assistências.

terça-feira, 24 de junho de 2003

BRASIL GANHA DO PERU E CONTINUA INVICTO NO SUL-AMERICANO FEMININO

Pela terceira rodada do 28º Campeonato Sul-Americano Adulto Feminino de Basquete, que está sendo disputado na cidade de Loja, no Equador, o Brasil venceu o Peru por 97 a 28 (56 a 24 no primeiro tempo). As cestinhas da partida foram a pivô Kelly e a ala Lilian, com 15 e 14 pontos, respectivamente. As brasileiras voltam à quadra nesta quarta-feira, às 19:30 horas de Brasília, para enfrentar a Argentina na disputa da liderança da competição. A quarta rodada terá ainda: Chile x Peru (21:30h) e Equador x Venezuela (23:30h).

Como nas duas primeiras partidas do Sul-Americano, o Brasil confirmou sua superioridade e não teve dificuldades para terminar o primeiro quarto com 28 a 12. No segundo período, o técnico Antonio Carlos Barbosa trocou as cinco titulares e a equipe com Jacqueline, Cristina, Chuca, Mamá e Geisa manteve o ritmo e fechou o primeiro tempo em 56 a 24. Na etapa final, mais um show de cestas das brasileiras para vencer a terceira partida consecutiva na competição: 97 a 28. No segundo tempo, as peruanas marcaram apenas quatro pontos.

— O jogo foi um pouco tenso porque forçamos muito no início. Estávamos um pouco pesadas no começo mas depois melhoramos e vencemos por uma larga diferença. O importante é a preparação para o resto da temporada. Acredito que amanhã teremos o jogo mais difícil. Sempre há rivalidade entre Brasil e Argentina e contra nós elas entram com muito mais garra e determinação. Se impormos o nosso ritmo como estamos fazendo até agora, conseguiremos mais uma vitória — disse a pivô Kelly.

De acordo com regulamento da competição, as duas primeiras colocadas na soma de pontos das cinco rodadas disputam o título na sexta-feira (dia 27). O campeão e o vice-campeão do Sul-Americano garantem suas vagas nos Jogos Pan-Americanos da República Dominicana (2 a 9 de agosto), enquanto os três primeiros colocados se classificam para o Torneio Pré-Olímpico do México (24 a 28 de setembro).

BRASIL (28 + 28 + 22 + 19 = 97)
Adrianinha (12), Micaela (11), Lilian (14), Cintia Tuiú (7) e Kelly (15). Depois: Jacqueline (5), Cristina (3), Mamá (12), Geisa (7), Chuca (4), Vivian (3) e Ega (4). Técnico: Antonio Carlos Barbosa

PERU (12 + 12 + 00 + 04 = 28)
Jennifer (7), Elvira (10); Patricia (2); Natalia (4) e Maria Paula (3). Depois: Kelly (2), Alexandra (0), Regina (0) e Maria Alejandra (0). Técnico: Walter Aguillar.
Vendramini aceita treinar o time de basquete de Ourinhos

O técnico Antônio Carlos Vendramini aceitou dirigir o Ourinhos/Unime/Pão de Açúcar. Ele comunicou sua decisão ao dirigente da equipe, Antônio Alves Passos, neste domingo à noite. “Fechamos, a nossa equipe já tem um novo técnico”, disse Passos. Apesar da confirmação, o contrato entre as partes ainda não foi assinado. “Por ora, estamos apenas comunicando a vinda do Vendramini. Os detalhes da contratação nós só vamos comentar na apresentação dele”, explicou.

A apresentação oficial de Vendramini à imprensa foi marcada para o dia 1º de julho, às 10h, no Ginásio Municipal de Esportes (Monstrinho), data da reapresentação da equipe. Para vir atuar em Ourinhos, o técnico deixará o Data Basquete, de São Bernardo do Campo. A equipe do Ourinhos/Unimed/Pão de Açúcar terá pouco tempo para se adaptar ao comando do novo treinador. No dia 18 de julho, o time já parte para Dracena, onde disputará os Jogos Regionais. Em setembro -dependendo do resultado nos Jogos Regionais-, a equipe seguirá para Santos para disputar os Jogos Abertos; em outubro, começa o Campeonato Brasileiro de Basquete. Passos também não quis comentar se a contratação se restringe somente a Vendramini ou se com ele virá uma comissão técnica, uma das reivindicações do ex-técnico da equipe, Edson Ferreto. “Como eu disse, no momento estamos anunciando apenas a vinda do Vendramini. Se houver mais alguma novidade, vocês (a imprensa) saberão no dia 1º de julho”, insistiu o dirigente.


Fonte: Jornal da Divisa







Sul-Americano

Ontem, as argentinas bateram as peruanas por 95 a 51 e as chilenas despacharam as equatorians por 96 a 72.
Perguntar Não Ofende

Barbosa está no Equador comandando a seleção no Sul-Americano. Paulo Bassul, em Americana, comanda a seleção sub-21.

E Laís Elena?
BRASIL E ARGENTINA DISPUTAM LIDERANÇA DO SUL-AMERICANO FEMININO

Brasil e Argentina jogam nesta quarta-feira, às 19:30 horas de Brasília, pela quarta e penúltima rodada do 28º Campeonato Sul-Americano Adulto Feminino de Basquete, que está sendo disputado na cidade de Loja, no Equador. As duas seleções estão invictas na competição e o ganhador desse confronto garante sua vaga na final de sexta-feira. Na história do Sul-Americano (1946 a 2001), Brasil e Argentina se enfrentaram 27 vezes, com 25 vitórias brasileiras contra apenas duas argentinas, sendo que a última foi em 1956, no Equador: 62 a 57. O primeiro confronto aconteceu em 1946, no Chile, e o Brasil ganhou por 37 a 22. A última vitória da seleção brasileira foi na final do Sul-Americano de 2001, no Peru: 94 a 90, que garantiu a conquista do 18º título.

— É um jogo importante e temos que encarar com a mesma seriedade de sempre. O que me deixa tranqüilo não é o adversário, e sim o comportamento da nossa equipe. Estamos evoluindo técnica e taticamente a cada jogo; O grupo está bastante consciente da importância dessas partidas para o treinamento e entrosamento visando as próximas competições. De qualquer forma, o nosso objetivo é sempre a vitória — analisou o técnico Antonio Carlos Barbosa.

— O Brasil tem obrigação de vencer a partida, pois tem um time de altíssimo nível e conta com atletas de enorme experiência internacional. Estudamos a equipe e estamos trabalhando para tentar fazer a melhor defesa possível para conter a velocidade e o poder ofensivo das brasileiras. Viemos para essa competição desfalcados de três jogadoras importantes e o nosso objetivo principal é a classificação para os Jogos Pan-Americanos e o Torneio Pré-Olímpico. Espero ter a oportunidade de jogar contra o Brasil de novo na final da competição — explicou o técnico da Argentina, Eduardo Pinto.

De acordo com regulamento da competição, as duas primeiras colocadas na soma de pontos das cinco rodadas disputam o título na sexta-feira (dia 27). O campeão e o vice-campeão do Sul-Americano garantem suas vagas nos Jogos Pan-Americanos da República Dominicana (2 a 9 de agosto), enquanto os três primeiros colocados se classificam para o Torneio Pré-Olímpico do México (24 a 28 de setembro).

BRASIL
4. Adrianinha; 5. Jacqueline; 6. Lilian; 7. Cristina; 8. Micaela; 9. Chuca; 10. Vivian; 11. Mamá; 12. Geisa; 13. Ega; 14. Cíntia Tuiú; 15. Kelly. Técnico: Antonio Carlos Barbosa

ARGENTINA
4. Laura Nicollini; 5. Sandra Pavon; 6. Maria Cecília; 8. Alejandra Chesta; 9. Paula Gati; 10. Natalia Rios; 11. Marcela Paoletta; 12. Alejandra Fernandes; 13. Deborah Dibella; 14. Erica Sanches; 15. Carolina Sanches. Técnico: Eduardo Pinto.
Escolha das titulares termina nesta terça. Janeth está em sexto.

Hoje, terça-feira, é o último dia para votar nas cinco titulares do All Star Game, o Jogo das Estrelas, da WNBA. A edição 2003 do Jogo das Estrelas será disputada dia 12 de julho, no Madison Square Garden, em Nova York e a brasileira Janeth Arcain, que participou do jogo na temporada passada, é novamente uma das opções de escolha. Para votar, basta acessar o site da liga (www.wnba.com) e escolher duas alas, duas armadoras e uma pivô em cada conferência, Leste e Oeste.
No último levantamento da liga, a jogadora do Houston Comets aparecia em sexto lugar entre as armadoras do Oeste com 12.576 votos. A mais votada em sua posição Sue Bird (Seattle Storm), com 41.615 indicações, superando a veterana Cynthia Cooper, companheira de Janeth no Houston, que tem 27.669 votos.

Mas a jogadora mais votada na eleição é a ala do Houston Sheryl Swoopes com 54.620 votos. No Leste, a liderança está com Tamika Catchings (Indiana Fever), que tem 48.378 indicações. Confira as mais votadas em cada posição:
Conferência Oeste
Alas: Tamika Catchings (Ind) 48.378 e Chamique Holdsclaw (Was) 39.299
Pivô: Tari Phillips (NY) 28.566
Armadoras: Teresa Weatherspoon (NY) 33.360 e Nikki McCray (Ind) 22.797
Conferência Leste
Alas: Sheryl Swoopes (Hou) 54.620 e Tina Thompson (Hou) 28.378
Pivô: Lisa Leslie (LA) 47.227
Armadoras: Sue Bird (Sea) 41.615 e Cynthia Cooper (Hou) 27.669


Fonte: Gazeta