quarta-feira, 23 de julho de 2003

Micaela Martins Jacintho

A ala Micaela Martins Jacintho vem se destacando na seleção brasileira em 2003. Logo no Sul-Americano, a atleta teve a terceira maior pontuação do Brasil na competição com 73 pontos no total. Já nos quatro Jogos Desafio contra a Rússia, Caé anotou 61 pontos, 10 rebotes e 5 assistências. Aos 24 anos, a jogadora já foi medalha de ouro na Copa América Juvenil (1996) e 4º lugar no Mundial Juvenil (1997). Na sua estréia pela seleção adulta em 2001, foi campeã da Copa América e do Sul-Americano, título que também ganhou em 2003. Pelos clubes, foi campeã carioca e brasileira pelo Vasco em 2001, e paulista pelo Unimed/Americana em 2003. Agora, Micaela se prepara para disputar uma medalha para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo (2 a 9 de agosto) e conquistar a vaga para a Olimpíada de Atenas no Torneio Pré-Olímpico do México (24 a 28 de setembro).

Que análise você faz desse início de temporada da seleção brasileira?

O Sul-Americano foi a nossa primeira competição do ano e acho que fizemos um bom papel. É claro que tivemos altos e baixos, mas isso é normal. Além disso, nós conquistamos o 19º título sul-americano para o Brasil, nada melhor do que uma vitória dessas para começar a temporada com o pé direito. Já nos Jogos Desafio o nível técnico foi muito melhor. As russas são muito altas e jogam muito bem, tanto é que são vice-campeãs mundiais. Achei que o desempenho da equipe melhorou bastante em relação ao Sul-Americano. Apesar do nosso baixo aproveitamento nos lances-livres, a defesa funcionou muito bem e conseguimos vencer duas partidas. Os amistosos foram muito válidos para dar mais ritmo de jogo a equipe e observar nossos erros para corrigi-los antes das próximas competições.



Você foi uma das principais pontuadoras do Brasil no Sul-Americano e nos Jogos Desafio. O que você está achando do seu desempenho?

Acho que eu poderia ter jogado um pouco melhor no Sul-Americano, cometi alguns erros muito bobos. Nos amistosos contra a Rússia, meu desempenho melhorou bastante. Quando cheguei na seleção, estava muito travada, mas fui me soltando com o tempo e consegui me destacar em algumas partidas.


Quais as suas expectativas para o Pan-Americano e o Pré-Olímpico?

As duas competições vão ser difíceis. A equipe não vai estar completa para o Pan, mas vamos com um grupo muito bom, que joga com muita garra e determinação. Já no Pré-Olímpico, teremos o reforço da Helen e da Janeth. Apesar disso, a nossa responsabilidade é muito grande. Só tem uma vaga e ela tem que ser nossa. Vamos enfrentar equipes fortes, mas temos condições de garantir a medalha de ouro no Pan e a classificação para Atenas.


Na sua opinião, quem são os adversários mais difíceis que o Brasil poderá enfrentar nessas competições?

Acho que nessas competições todos os adversários são difíceis, principalmente no Pré-Olímpico, onde todos vão brigar por uma vaga. Os Estados Unidos nunca mandam a equipe principal e não acho que vai ser diferente desta vez, mesmo porque elas já garantiram a vaga para as Olimpíadas ao conquistar o título mundial ano passado. Não sei muito sobre a seleção cubana atual. A última vez que joguei contra elas foi na Copa América de 2001, e foram jogos duros. Perdemos uma partida por um ponto (78 a 79), mas vencemos na final por apenas cinco pontos (88 a 83). Quanto às seleções da América do Sul, não acredito que encontraremos dificuldades. Já conhecemos bem as argentinas, a gente sempre joga contra elas, e não tivemos problemas para ganhar do Chile no Sul-Americano.


Quais são os pontos fortes e fracos da equipe brasileira?


Nós temos pivôs grandes e experientes. As nossas laterais têm bons arremessos de três e a nossa defesa tem sido o ponto forte da equipe. Em compensação, estamos errando muitos lances-livres, estamos tendo um rendimento muito baixo nesse fundamento. Nós começamos bem as partidas e nos minutos finais estamos errando coisas bobas. Temos que manter a concentração até o final. Precisamos ter um jogo constante do início ao fim e defender bem o tempo todo.


Como você começou sua carreira?

Eu comecei a jogar com 13 anos em Miracema, no Rio de Janeiro. Os professores Ronaldo e Milton viajaram para Portugal para assistir ao Pré-Olímpico Feminino. Um deles era da cidade e, quando voltou para o Brasil, resolveu montar uma escolinha para ensinar basquete as crianças. Fiz parte da primeira turma da escolinha, que foi formada em 1992.


Fale um pouco sobre a sua trajetória no basquete?


Em 1994, eu fui para o Ponte Preta, em Campinas. Essa mudança foi muito difícil para mim, porque saí de uma cidade pequena do Rio e fui morar em São Paulo. Depois joguei no BCN/Osasco (SP), Guaru (SP), Vasco da Gama (RJ), Dom Bosco (MS) e agora estou no Unimed/Americana (SP). Eu me considero uma atleta de sorte porque sempre tive bons técnicos, um deles é o Paulo Bassul com quem treinei desde a categoria mirim e hoje estou com ele no time principal de Americana.


Quais são suas características como jogadora?

Me considero uma jogadora muito rápida e ágil. Tenho uma impulsão muito boa e chuto bem de dois, ainda estou aprimorando minha bola de três pontos. Mas acho que a minha característica marcante é a velocidade com que me movimento em quadra.

Fonte: CBB

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