quinta-feira, 21 de agosto de 2003

CBB confirma apresentação de Janeth

Declarações da ala, quarta-feira, afirmando que não sabia de sua convocação para o Pré-Olímpico deixou surpreso o técnico Antônio Carlos Barbosa.


Rio de Janeiro - As declarações da ala Janeth à Agência Estado, quarta-feira, afirmando que não sabia de sua convocação para a seleção brasileira de basquete, que participará do Pré-Olímpico do México, deixou surpreso o técnico do Brasil, Antônio Carlos Barbosa. Além dele, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) frisou que a atleta está ciente de todas as datas e sua apresentação está marcada para o início de setembro.

Barbosa acredita que deverá estar acontecendo algum problema administrativo para Janeth ter dado as declarações. O treinador, no entanto, frisou que a apresentação da ala está confirmada e sua presença é indispensável à seleção, que embarca nesta sexta-feira para a disputa de oito amistosos na Europa, a partir de segunda até o dia 8. A preocupação do técnico é quanto à participação da jogadora no Torneio Pré-Olímpico, entre os dias 17 e 21 de setembro, que dará ao campeão uma vaga a Atenas.

A CBB explicou que Janeth sabia da sua convocação desde o início de março, quando começaram as negociações para que ela permanecesse no Brasil. Mas, a atleta decidiu ir atuar novamente nos Estados Unidos, pelo Houston Comets. De acordo com a entidade, a ala viajou ciente do calendário da seleção, colocando-se à disposição do País três dias após o término da temporada na WNBA.

Mas uma boa notícia para Barbosa e a CBB pode ter sido o teor da conversa, via internet, na quarta-feira, entre Janeth e a também ala Iziane, outra atleta brasileira que atua na WNBA, pelo Phoenix Mercury, e já está integrada à seleção. “Falei com a Janeth e ela disse que está vindo se juntar a nós. Até brincou dizendo para eu ir aproveitando enquanto ela não chega."



Iziane abdica da WNBA pela seleção


Rio de Janeiro - Optar entre servir à seleção brasileira feminina de basquete ou atuar por clubes há muito deixou de ser uma novidade para a ala Iziane Marques, de 21 anos. Atleta do Phoenix Mercury, da WNBA, a jogadora está treinando no Rio com a seleção que embarca sábado para a disputa de oito amistosos na Europa, a partir de segunda-feira até o dia 8 de setembro. Os jogos são preparatórios para o Pré-Olímpico do México, entre 17 e 21 de setembro.

"Ao escolher jogar nos Estados Unidos, sabia que ia perder alguma coisa", disse Iziane, que este ano abdicou do direito de disputar o Campeonato Mundial sub-21 da Croácia, onde a equipe foi vice-campeã, e os Jogos Sul-Americanos do Equador com a equipe principal, que conquistou o título.

Iziane explicou que desistiu de participar de ambas competições, porque seria mais interessante ficar nos Estados Unidos atuando contra as "melhores" jogadoras do mundo. No entanto, frisou que jogar em um Pré-Olímpico é "diferente".

E foi por causa da importância dada ao Pré-Olímpico que, agora, foi a vez de Iziane deixar o time americano, sem chances de conquistar o título da WNBA, para vir atuar pelo Brasil. "É a hora da seleção", frisou a atleta, que aos 19 anos estreou pela equipe principal, conquistando o título da Copa América, e já atuou, inclusive, no Mundial da China, no ano passado.

Aos 21 anos, a maranhense Iziane já acumulou vasta experiência internacional. Antes de se transferir para o Phoenix Mercury neste ano, atuou pelo Aix Basket, da França, pela equipe espanhola Yaya Maria Breogan e no ano passado já estava na WNBA, mas atuando pelo Miami Sol.

"Tive que me readaptar ao ir para o Phoenix nesta temporada. Novas táticas e técnicas. Foi meio difícil", revelou. Segundo ela, a "peregrinação" serviu para lhe dar mais experiência. Lembrou que enquanto a Europa pratica um basquete técnico, nos Estados Unidos o que mais conta é a força.

"Defesa forte e o físico das americanas são diferentes das brasileiras. Vejo meninas que têm uns braços que mais parecem uma tora", contou Iziane, que ainda não renovou seu contrato para a próxima temporada. "Os próprios juízes de lá permitem um contato físico maior, o que não ocorre no Brasil."


Michel Castellar


Fonte: Estadão

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