sábado, 25 de outubro de 2003

Mais Um Nacional menos...




Começa amanhã o VI Campeonato Nacional de Basquete Feminino, um torneio que a cada edição vem perdendo entusiasmo, qualidade, patrocinadores, participantes e que parece fadado a se tornar uma repetição do Campeonato Paulista. Enfim, um torneio muito aquém do que os torcedores e o basquete feminino brasileiro mererceriam. Mas totalmente compatível com a qualidade dos nossos dirigentes.

Constragedor o entusiasmo cínico do presidente da CBB ao anunciar o torneio como a oitava maravilha de seu (igualmente constrangedor) mandato.

Mas do lado de fora da quadra, aqui, na sede da CBB no Rio, ou em Brasília, como mostrou Magic Paula, só sobram decepções. Isso não é novidade.

Enfim, nos concentremos dentro da quadra, para observar o (pouco) que ainda há a ser visto.

Ourinhos parece estar fadado a ser o campeão esse ano. Não gosto muito de ver a tentativa de se montar mais uma nova super-equipe no basquete brasileiro, mas o que fazer? Sorte deles que tem dinheiro pra oferecer. O time reúne as duas maiores cestinhas da história da competição: Janeth e Silvinha (sempre uma delas é campeã do torneio: a primeira com Santo André, Vasco e São Paulo; a segunda com o Fluminense e Paraná). Tem a pivô Érika (além de Ana Flávia e Nathália, do sub-21), mais as talentosas Cris e Aide; Lígia e Eliane e ainda Vanessa Gattei. Muito, né? Caberá ao técnico Antônio Carlos Vendraminni alcançar a combinação ideal nesse elenco, o que parece fácil; mas que não aconteceu nos Jogos Abertos.



Americana, vice-campeã da última edição, vem animada pelas conquistas do Paulista e dos Jogos Abertos de Santos. O técnico Paulo Bassul tentará mais uma grande façanha no ano em que levou a seleção sub-21 à prata do Mundial. No garrafão, o grande trunfo é a presença de Êga e Geisa, que jogam juntas há algum tempo e tem uma sintonia afiada. As laterais, de estilos opostos, Micaela e Lílian formam uma combinação interessante. A chegada de Jacqueline na armação foi um belo reforço. O sucesso na empreitada pode esbarrar no banco de Americana, onde a maior aposta é a ala Silvinha Gustavo, também da seleção sub-21. Faz falta uma outra pivô, principalmente com a ida da jovem Flávia para a Espanha.

Santo André, a única equipe que participou de todas as edições do torneio, continua lutando para manter a cidade como referência do basquete nacional. Missão difícil, mas na qual a técnica Laís insiste. O grande destaque do time é a volta de Leila, depois de uma atuação destacada nas finais do Paulista e da reafirmação na seleção. O time ainda conta com a selecionável Vívian, com a evolução de Chuca e com a pivô Kátia, do sub-21.

O trabalho do técnico Borracha em São Caetano vem dando novas cores ao até então apático basquete da cidade. A aposta em jogadoras jovens vem dando certo e o time pode surpreender. Os destaques são a armadora Fabianna, a lateral Fernanda e a pivô Lelê, da seleção sub-21. Para o Nacional, a boa-nova deve ser a confirmação da contratação da ala Renata Oliveira, de volta ao Brasil, depois de temporadas na Europa.

São Bernardo traz um time jovem e não tem muitos compromissos no torneio, a não ser ganhar experiência. Trouxe alguns destaques do Vasco, depois que o time desistiu de jogar o Nacional. Vejamos...

O campeão nacional São Paulo/Guaru não tem mais o que temer. Depois de enfrentar cada pedriera no Mundial Interclubes, o Nacional não deve aterrorizar ninguém. Engraçado que o time reúne um conjunto de atletas que frequentaram a seleção, passaram por grandes clubes, mas que por um motivo ou outro faltou nelas aquele momento de explosão e afirmação na carreira (Simone Pontello, Karla, Regina Casé, Rosângela, Ana Lúcia e Kátia Denise). Cleo volta ao time depois de contusão. Os olhos, no entanto, devem estar voltados à jovem Palmira, boa surpresa no Mundial Interclubes.



A maior curiosidade desse Nacional é sobre o representante da cidade de Uberaba. Ninuém sabe em que vai dar a combinação de um técnico exímio especialista em tirar leite de pedra (Edson Ferreto), uma armadora em afirmação (Tina), três jogadoras recém-saídas de temporadas de destaque na segunda divisão espanhola (Maristela, Paty e Cíntia Luz), duas promissoras contratações (Gilmara e Maria), além de Roberta (ex-Ourinhos).

Lages retorna ao Nacional, com um time um pouco mais elaborado que o da temporada passada. Traz a veterana Mina e Íris (ex-Guaru). Também pescou alguns reforços da caravela vascaína e aguarda Patrícia Mara terminar sua temporada na África.

É...


Amanhã começa...

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