terça-feira, 22 de março de 2005

Ainda sem tabela, Campeonato Paulista se aproxima

Não se sabe como, mas o Campeonato Paulista de Basquete Feminino da Série A-1 deve começar no próximo mês. Como sempre, a tabela não está pronta na véspera do torneio, um total desrespeito a todos: técnicos, atletas e torcedores. Mas não podemos nem reclamar; é quase um milagre conseguir por esse campeonato de pé, no meio de uma das maiores crises que a modalidade já viveu no país.

Até o momento, não se sabe de nenhuma atleta presente na última Olimpíada que vá participar do torneio. Das doze, onze tem contratos no exterior. A única restante (Vívian) foi dispensada da sua equipe e até agora não acertou seu rumo.

Nas proximidades de uma eleição na CBB, e há cerca de 1 ano e meio do Mundial da categoria, a ser realizado aqui, o cenário é de incertezas.

Mas vamos aos fatos.

Ourinhos têm tudo pra faturar mais um título nessa temporada, apesar das mudanças. O time que muitas vezes gostava de dizer que tinha a base da seleção sub-21vice-campeã mundial desistiu desse investimento e ficou sem as quatro atletas: Fernanda, Lelê, Ana Flávia-Passarinho e Nathália. Mesmo assim, Vendramini tem, sem dúvidas, o melhor elenco do Brasil hoje. Seu trio de alas é imbatível: a regular Chuca, a eficiente Lílian e a promissora Palmira serão sustentáculos do time no torneio. Nos pivôs, seguem a valiosa cubana Lisdeivi, a veterana Lígia, a esforçada Milene e Ízis. Na armação, até o momento só se sabde de Bethânia. Mas são fortes os rumores, de que a boa filha Vanessa Gattei volte à casa ourinhense e reforce o time no Paulista, antes de retornar à Itália. Além do Paulista, o time encara no primeiro semestre a seletiva para a Liga Mundial, em Cuba. Não sei se do ponto de vista legal, Lisdeivi poderá jogar o torneio em sua terra natal, já que pediu asilo político no Brasil.

Força recente na história do basquete feminino, a equipe de São Caetano também se modificou. O garrafão, um dos pontos terríveis do clube na última temporada, recebe um excelente reforço: a talentosa Eliane (ex-Guarulhos). Maristela e Nani seguem na luta. A armadora Fabianna, que fez um bom Nacional, também está garantida. Os problemas estão nas laterais. O time perdeu Kattynha e, mais grave, Aide, sua maior referência. A ausência das duas vai ser um tormento para Borracha, que vai ter que fazer Loredana (em boa fase), Sandra Leão e Claudinha se superarem. O time trouxe ainda Kátia (ex-Guarulhos).

De volta ao torneio, está a equipe de São Bernardo, que assim como no ano passado, pode surpreender. A equipe estréia juvenis talentosas (Joyce, Thaís e Izabela). O garrafão se equilibrará com Simone Lima e Lelê. E Roberta terá a responsabilidade de segurar a molecada. Um projeto legal, que espero que tenha sucesso. Ouvi alguns rumores de que o clube flertava com a armadora Jacqueline Godoy, mas parece que não houve avanços.

A tradição de Santo André continua se equilibrando com o orçamento apertado. Para essa temporada, perde duas atletas que estavam no clube há cerca de uma década: Vívian e Simone Lima. Segura Gigi e Luciana. Aguarda a liberação de Kátia, com problemas médicos. E traz as esforçadas ala-pivô Patrícia e a ala Kattynha.

Por falar em tradição, a Unimep/Piracicaba está de volta. O time é modesto, conta com Kelly Cota e Fabiana. No entanto, o projeto de Branca é inovador. O maior trunfo da equipe será a paixão da técnica, da comissão e das atletas.

Em Marília, a técnica Valéria Cavecci aproveitou a verba do patrocínio do Pão de Açúcar e montou um bom time com as opções que o mercado oferecia. Terá na armação Ana Flávia (ex-Ourinhos), nas laterais, a valiosa Aide (ex-São Caetano) e Renata Oliveira (ex-Rio das Ostras) e nos pivôs, a jovem Flávia (ex-São Caetano) e a dedicada campeã mundial Simone Pontello (ex-Guarulhos). Um time com todas as condições de decolar.

Outra novidade é a equipe de Ribeirão Preto, que também aposta em promessas e montou um time interessante. Os maiores destaques são a armadora Karen Gustavo (ex-Americana), as laterais Nathália (ex-Ourinhos), Tayara (ex-Juiz de Fora) e a pivô Karina Jacob (ex- Ammericana).

Encerrando a lista, surge a equipe de Guarulhos, divorciada do São Paulo e novamente sob o comando de Alexandre Cato. O time mantém Sandrinha, recupera Ana Lúcia, Maria, Peixe (ex-Juiz de Fora) e traz Fabão (ex-Rio das Ostras).

Fora de São Paulo, fiquei feliz em saber que o basquete respira em Santa Catarina, com a formação da equipe Joinville/Bom Jesus, com Keite, Lisiane e outras. O time disputará com o Blumenau, da pivô Patrícia Maria, uma vaga para o Nacional no Campeonato Catarinense.

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