terça-feira, 29 de março de 2005

Unimep apresenta grupo para a Série A-1

Time piracicabano estréia na competição, depois de 13 anos, contra Ribeirão Preto sábado, às 18h, fora de casa; Babi é a novidade da equipe



A cinco dias de fazer a estréia na elite do basquete paulista, depois de 13 anos, a equipe de basquete feminino da Unimep/Amhpla/Selam foi apresentada oficialmente ontem, em evento realizado no Centro Cultural Martha Watts. O time piracicabano faz sua primeira partida no Campeonato Paulista da Série A-1 no próximo sábado, dia 2, às 18h, contra o Clube Verdade/Ribeirão Preto, em Ribeirão Preto.
Participaram da solenidade, a presidente da AD Unimep (Associação Desportiva da Universidade Metodista de Piracicaba), Ilda Borges, Gustavo Jacques Dias Alvim, reitor da Unimep, e o secretário de Esportes, Pedro Antônio Mello, que representou o prefeito Barjas Negri.
Ilda Borges, em seu discurso, lembrou que em seus 26 anos de existência, a AD Unimep passou por muitos altos e baixos. "Já tivemos uma jornada gloriosa, com muitos esportes, mas agora só podemos contar com o basquete feminino e com o atletismo, que é a única modalidade que está conosco desde a fundação da entidade", afirmou.
A presidente disse que o time que se tornou vice-campeão da Série A-2 de 2004 surpreendeu ao conquistar o acesso que garantiu a volta à elite. "Esse trabalho começou em janeiro de 2004 e rendeu frutos muito rápidos. Esse mérito é das atletas e da comissão técnica, que mostrou muita luta e garra", disse.
Ilda lembrou que de 40 partidas disputadas em 2004, a equipe venceu 31, fez uma média de 58 pontos por jogos e conquistou os títulos da Liga Regional de Basquete, dos Jogos Regionais de Jaú e foi a quinta colocada nos Jogos Abertos do Interior.
Representando a boa campanha, a ala Ângela recebeu o troféu Maria Zélia Januário, por ter sido a cestinha da temporada. "Zélia foi uma funcionária da Unimep e grande entusiasta do basquete. Ela viu o renascimento do time feminino, mas infelizmente não presenciou nenhum título. Resolvemos prestar essa homenagem a ela", disse. A marca da atleta não foi revelada. "O esporte é coletivo", disse Ilda.
Gustavo Jaques Dias Alvim fez uma analogia entre time de basquete feminino da Unimep com a ave fênix, da mitologia grega. "Quando a gente pensa que o basquete feminino vai morrer, que tudo parece que vai desabar, ele surge outra vez", disse. O reitor ressaltou algumas passagens históricas da equipe, que teve auges entre as décadas de 80 e 90, quando contava inclusive com Magic Paula, Branca ?? atual treinadora do time ?? e outras grandes estrelas do basquete. "Essa volta mostra que o sonho não acabou. A luta continua. Vamos voltar a ocupar um lugar que já foi nosso", disse.
O responsável pela Selam (Secretaria de Esporte, Lazer e Atividades Motoras), Pedro Mello, afirmou que o basquete feminino conta com o apoio irrestrito do poder público municipal. "Todos sabem que passamos por algumas dificuldades financeiras, mas estaremos sempre de portas abertas", disse.

ELENCO ? A equipe que vai disputar o Campeonato Paulista da Série A-1 é praticamente o mesmo da última temporada. O time teve apenas um corte ?? a ala Van Van, por deficiência técnica ?? e contratou apenas uma atleta, a ala Babi, que veio da extinta equipe de Americana. Um dos diferenciais da equipe piracicabana está no banco. A ex-atleta Maria Angélica Gonçalves, a Branca, uma das principais atletas do basquete brasileiro, continua sendo a treinadora do equipe.
São 14 atletas, com média de idade de 23 anos. Branca acredita que o grupo é um dos menores grupos do Campeonato Paulista. Formam a Unimep/Amhpla/Selam as pivôs Alessandra, Ana Claudia, Kelly Cota e Paula, as alas Fabi, Michelle, Graziela, Lili, Jô, Fernanda, Vanessa e Ângela e as armadoras Babi e Elisângela, a Lico.


Babi chega com status de campeã


Único reforço para a temporada 2005, a armadora Barbara Generoso Honório, a Babi, chega com status para a disputa do Campeonato Paulista da Série A-1. A atleta, de apenas 19 anos, veio da extinta equipe de Americana e é uma das principais apostas da técnica Branca para a competição. Babi acredita que poderá lidar com essa responsabilidade e disse que a equipe poderá surpreender positivamente na competição.
Babi traz no currículo o vice-campeonato Brasileiro, em 2004, além de outras boas colocações nas categorias menores, também pela equipe americanense. A atleta chegou a assinar contrato com Ribeirão Preto ?? equipe que a Unimep/Amhpla/Selam enfrenta na estréia ??, mas rescindiu o acordo e procurou a equipe piracicabana, que já tinha a sondado. "Escolhi vir para Piracicaba porque é uma equipe de estrutura e que teve uma boa campanha na Série A-2, em 2004. Vamos lutar pelo nosso objetivo, que é classificar para a Liga Nacional", afirmou.
A atleta chegou há menos de 20 dias e garante que está adaptada ao grupo. As novas colegas concordam. "No dia em que ela chegou já ficamos amigas. É uma jogadora muito boa, que vai ter muito a acrescentar para o grupo", disse a ala Graziela.

BASE - O projeto para a equipe adulta é ambicioso, mas a AD Unimep não pretende parar por aí. A solenidade de ontem incluiu também a apresentação da equipe pré-mini, composta por meninas com idades entre nove e 12 anos, que estão disputando o Campeonato da Associação Regional de Basquete. A iniciativa é uma parceria da associação, da Selam ?? através do projeto Desporto de Base ?? e da Aversa Motors.
Ilda Borges afirmou que "as menininhas do pré-mini" são suas novas paixões. "Estamos plantando uma semente para colher frutos no futuro", disse. Segundo a assistente técnica Joyce Maria Crivelani, o grupo é composto por 16 atletas. A equipe estreou em competições no dia 18 de março, em Americana, disputou dois jogos e venceu um. "Achei um resultado muito positivo para uma estréia. O grupo tem muito a progredir", disse.
Joyce destaca que a equipe é um celeiro de talentos, mas destaca uma atleta em especial. A "caçulinha" do grupo, a ala Tainá, 9, está agradando positivamente a comissão técnica e tem lugar garantido na equipe titular, mesmo jogando com meninas mais velhas. "Ainda é muito cedo para afirmar que ela será uma jogadora de basquete, já que ela só tem nove anos, mas é inegável que ela tem muito potencial", disse.


Unimep tem "fôlego' para encarar a A-1

Preparador físico Paulo Augusto Martignago garante que a condição das jogadoras é boa para a estréia no Campeonato Paulista sábado, às 18h, contra Ribeirão Preto



As atletas da Unimep/Amhpla/Selam já estão bem condicionadas fisicamente para a estréia no Campeonato Paulista da Série A-1, que será realizada no próximo sábado, às 18h, contra Clube Verdade/Ribeirão Preto, em Ribeirão Preto. Segundo o preparador físico Paulo Augusto Martignago, o time deve chegar no auge físico no segundo turno da competição, quando o grupo estará partindo para o tudo ou nada rumo a classificação para os play-offs decisivos.
Segundo Matignago, o grupo teve uma progressão física muito grande com relação ao ano passado, quando a Unimep/Amhpla/Selam disputou o Campeonato Paulista da Série A-2. O preparador afirmou que, para as atletas, o pior dos treinamentos já passou. "Já cumprimos a pré-temporada, que começou há sete semanas. Essa fase é muito sacrificante para as meninas, já que os treinos são muito fortes", disse.
No início da pré-temporada, o elenco realizou exames fisiológicos na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). "Cada atleta andou um certo período na esteira. Elas tinham acabado de voltar de férias, estavam sem condicionamento e muitas engordaram", disse.
Nas últimas semanas, a técnica Maria Angélica Gonçalves, a Branca, entrou em ação, o que também serviu para atenuar a parte física. Já estamos na fase competitiva, onde a prioridade são os treinos táticos afirmou. Ainda assim, as atletas completam a preparação com sessões de musculação na Academia Flex, parceira da equipe nessa temporada.
O preparador acredita que o grupo demorará pelo menos duas partidas para se adaptar à intensidade dos jogos, ainda mais tratando-se de uma competição que é inédita para a maior parte das atletas. "A partir do terceiro jogo, elas já estão bem. No segundo turno garanto que elas estarão praticamente "voando' em quadra", afirmou. Nessa fase, a equipe fará apenas três partidas em Piracicaba. Tendo que buscar a classificação jogando fora, o grupo pretende usar o preparo físico como diferencial.
A eficiência nos treinos também é obtida graças a alimentação balanceada e controlada por técnicos do departamento de nutrição esportiva da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). Paulo Martignago afirmou que cada atleta tem um cardápio específico. "A nutrição é fundamental para o sucesso do meu trabalho e do desempenho da equipe em quadra", disse.
Ser atleta de alto nível não é fácil. As jogadoras tiveram que dar adeus aos doces, refrigerantes e frituras. "Lógico que não somos nenhum exército, mas elas precisam ter consciência de que esse tipo de alimentação não traz uma performance adequada em quadra", afirmou.

EFEITO SERGINHO ? A técnica Branca foi ontem na sede da FPB (Federação Paulista de Futebol) entregar o resultado do exames periódicos a quais foram submetidas as atletas da Unimep/Amhpla/Selam no começo de março.
Esse ano, os testes foram mais rigorosos devido a morte do zagueiro Serginho, do São Caetano, em outubro de 2004. O jogador teve uma parada cardíaca durante a partida contra o São Paulo e morreu poucos minutos depois.
A FPB exige os testes para poder filiar as atletas. Cada uma foi submetida a um exame ergométrico, esteira, além de análise de sangue, fezes e urina. Segundo o preparador físico Paulo Martignago, o resultado foi positivo para quase todas as atletas. "Apenas duas tiveram uma pequena alteração no exame de sangue, que já foram corrigidas com medicação específica receitada pelos médicos da Amhpla (Associação Médica do Hospital dos Plantadores).


Fonte: Jornal de Piracicaba

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