terça-feira, 31 de maio de 2005

Vendramini mata saudade dos velhos tempos

Não foi apenas o título da primeira fase da Liga Mundial de Clubes feminina de basquete, que o técnico Antônio Carlos Vendramini obteve em Havana, Cuba, neste final de semana. O treinador do Pão de Açúcar/Unimed/Ourinhos também teve a oportunidade de fazer um verdadeiro revival de seu passado nas quadras. Na ilha de Fidel Castro, Vendramini reencontrou antigas adversárias que fizeram parte da história do basquete brasileiro.
Leonor Borrel, Regla Hernandez e Dália, foi como se Vendramini fizesse uma viagem no tempo para encontrar as jogadoras que se transformaram em adversárias clássicas de um dos períodos mais marcantes do basquete feminino brasileiro. O trio estava em quadra na histórica final do Pan-Americano de 1991, em Havana, no qual Fidel se rendeu à magestade de Hortência e Paula na conquista do título.

'Relembrei a fase áurea do basquete', admite o treinador, que viu o trio enfrentar suas atletas em clubes em muitas outras oportunidades. A pivô Borrel, uma das que ele mais se esforçou para fazer jogar no Brasil mereceu alerta especial às hoje comandadas por ele em Ourinhos, mas não porque iriam enfrentá-las em quadra.

Nenhuma das três veteranas está ainda em atividade, mas todas foram visitar o ex-adversário. 'Essa me deu muito trabalho', admite Vendramini, que ficou impressionado com a filha de Borrel. 'Ela tem oito anos e já calça 38', diz animado e o visitante fez sua parte na tentativa de atrair novos talentos para a modalidade. 'Ela dizia que queria fazer dança, mas levei camiseta de Ourinhos e tanto fiz que, quando vinha embora ela disse: vou fazer basquete'.


Medo tira cubana de equipe paulista na etapa


Marta Teixeira

São Paulo (SP) - A pivô Lisdaisi Victores Pompa tem sido um dos destaques do Pão de Açúcar/Unimed/Ourinhos na disputa do Campeonato Paulista feminino de basquete. Mas não pôde ajudar sua equipe na primeira fase da Liga Mundial de Clubes. O motivo não estava nas quadras e foi um só: receio de algum tipo de represália do governo cubano, já que a fase foi disputada em Havana.
Há quase um ano, Lisdaisi aproveitou a participação do Basketball Club Havana na primeira fase da Liga em Americana (SP) para desertar e pedir asilo no Brasil. 'A situação dela já está regularizada aqui, mas ainda não pode ir para Cuba', explica o técnico Antônio Carlos Vendramini.

Logo que deixou o time cubano, a pivô entrou com pedido de refúgio, mas sua solicitação foi rejeitada. 'Ela entrou com recurso e ficou aguardando, nesse meio tempo conheceu alguém, namorou, casou com um brasileiro e aí ficou mais fácil', acrescenta o treinador. 'Agora é fazer as coisas para poder voltar a seu país, rever a família. Dessa vez ela ficou preocupada de ir e acontecer alguma coisa'.

A família da jogadora, porém, matou um pouco a saudade de Lisdaisi por suas companheiras de equipe. 'Os pais dela foram nos recepcionar. Foi muito bacana. Eles já conheciam o time das conversas por telefone, e-mail', lembra Vendramini.

Na próxima etapa da competição, de 11 a 16 de outubro, na Rússia, a pivô poderá auxiliar o grupo paulista sem nenhum tipo de receio.

Vendramini pensa em reforços para fase final


Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Nem bem desembarcou no Brasil de volta de Cuba, o técnico Antônio Carlos Vendramini já tem um planejamento definido para a disputa da fase final do Mundial de Clubes feminino de basquete. Um dos primeiros objetivos é conseguir reforços para o grupo atual do Pão de Açúcar/Unimed/Ourinhos.
'Esta semana a gente senta com a diretoria para fazer o planejamento para o Mundial, porque não queremos ir lá para sermos meros coadjuvantes', diz Vendramini, lembrando das experiências de São Paulo/Guaru, em 2003, e Unimed/Americana, no ano seguinte.

Os dois times brasileiros foram para a competição pela conquista do título Nacional, mas não conseguiram boas campanhas na Rússia. A equipe de Guarulhos terminou na penúltima colocação, enquanto Americana ficou em quinto na última fase.

Sem querer falar em número de atletas ou nomes, Vendramini afirma que já tem uma relação de sugestões para apresentar à diretoria. Segundo ele, estas contratações não deverão ser em grande número, principalmente por acreditar na força da integração do grupo atual, mas reforços são fundamentais. 'Ganhar ou perder são contingências, o importante é saber que pode ser competitivo'.

Em Havana, ele competiu com um grupo de apenas nove atletas. Teve o desfalque da pivô cubana Lisdaisi para a competição, também perdeu a armadora Bethânia no início do último jogo contra o Basketball Club Havana e ainda ficou sem duas pivôs no final da partida por excesso de faltas. Isso obrigou as outras atletas a se adaptarem e tentarem parar as pivôs adversárias.

Mas a resposta ao desafio deixou Vendramini motivado. 'A equipe se superou com a garra característica da mulher brasileira no esporte. O time jogou o tempo todo de forma inteligente e com talento. O talento e a inteligência venceram a força da equipe cubana, que jogou completa', comemora, pensando no futuro.

'Essa conquista motiva ainda mais para a continuidade do basquete de Ourinhos, ainda que muitos critiquem dizendo que estamos sozinhos. Ainda bem que tem uma cidade como Ourinhos que está investindo. A gente torce para que outras surjam, até porque estou há tanto tempo no basquete feminino e sabemos que amanhã podemos estar passando pelo mesmo. O trabalho tem de ser a médio e curto prazo e vamos continuar com essa filosofia'.

Fonte: A Gazeta Esportiva



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