quarta-feira, 29 de junho de 2005

Houston Comets de Janeth leva a melhor no duelo com campeão Seattle, sem Iziane

O Houston Comets da veterana ala brasileira Janeth Arcain conseguiu sua terceira vitória consecutiva para ocupar a vice-liderança da Conferência Oeste da WNBA ao derrotar em casa por 71 a 67 (35 a 29 do intervalo) o campeão Seattle Storm, time da ala maranhense Iziane Castro Marques que por sua vez perdeu três seguidas e caiu fora da zona de classificação aos playoffs. Janeth ganhou o duelo com a melhor jogadora das finais de 2004, Betty Lennox, marcando 11 pontos, cinco rebotes, uma assistência e três roubos de bola. O duelo verde-amarelo não se concretizou porque Iziane não entrou em quadra, depois de 13 partidas como titular. A estrela tricampeã olímpica Sheryl Swoopes comandou o Houston (7V-5D) com 21 pontos, nove assistências e cinco rebotes para se vingar da derrota no primeiro confronto com o Storm (7V-7D) em Seattle. O líder do Oeste Sacramento Monarchs (9V-4D) perdeu fora de casa para o vice-campeão e líder geral Connecticut Sun (11V-2D) por 70 a 66. Já o Los Angeles Sparks (8V-6D) bateu o Indiana Fever (8V-5D) em Indianápolis por 61 a 58 e o Minnesota Lynx (8V-6D) venceu em casa o lanterna San Antonio SilverStars (3V-12D) por 63 a 53, ambos seguindo na cola do Comets.

No duelo em Seattle, a marcação de Izzy tinha conseguido neutralizar Swoopes na vitória por 79 a 69 tirando uma desvantagem de 14 pontos. Desta vez a segunda cestinha da Seleção Brasileira sentiu dores e foi poupada, mas a técnica Anne Donovan já falava em mudar o time titular em meio à crise. Alicia Thompson começou como ala, mas em 29 minutos de ação marcou só quatro pontos, quatro rebotes e uma assistência, foi dominada pela cestinha do Houston, que acertou só cinco em 15 arremessos de quadra, sendo dois de três pontos, e compensou acertando nove em 10 lances livres, incluindo quatro seguidos de Swoopes nos 76 segundos finais.

O time da casa abriu uma diferença máxima de oito pontos e fechou o primeiro tempo com seis de frente. No segundo, o Storm reagiu e virou o placar, mas cestas seguidas da pivô Michelle Snow, autora de 11 pontos e 11 rebotes, uma bandeja de Janeth e um arremesso convertido pela armadora Dominique Canty, autora de 12 pontos, quatro rebotes e três assistências, colocaram 64 a 59 no placar faltando 3min06s. O Comets selou a vitória da linha de lance livre, acertando sete dos últimos 10 cobrados definindo a diferença final de quatro pontos no ginásio com 5.610 pagantes.

Em 31 minutos de ação, Janeth ficou acima de suas médias no campeonato (9 pontos e 2,5 rebotes por jogo), mas errou sete em 12 arremessos de quadra, converteu um em dois lances livres, desperdiçou duas posses de bola (uma andada e um passe errado) e cometeu três faltas . Na defesa a brasileira de 36 anos roubou três bolas, duas da armadora campeã olímpica Sue Bird e uma da pivô Janell Burse, e deixou a ala-armadora Betty Lennox abaixo da média, anotando 12 pontos, quatro rebotes e uma assistência, com 11 arremessos errados em 15 tentativas. O Comets volta a jogar em casa no sábado contra o lanterna geral Charlotte (2V-10D).

A pivô australiana Suzy Batkovic novamente se destacou saindo do banco do Storm com 16 pontos em 18 minutos, pegou cinco rebotes e deu três assistências antes de ser eliminada com seis faltas. A armadora Sue Bird marcou 13 pontos e sete assistências, mas a ala-pivô australiana Lauren Jackson, estrela principal do Seattle, decepcionou com só seis pontos, sete rebotes e três tocos. A pivô Burse anotou 10 pontos, seis rebotes e dois tocos. O time perdeu a batalha dos rebotes por 37 a 34 para a equipe texana que é a segunda pior da liga no fundamento. A técnica Donovan não estava nada satisfeita no treino da véspera do jogo no Toyota Center de Houston. A esta altura do campeonato em 2004, o Storm tinha vencido nove em 13 jogos e estava confortável no topo da conferência, hoje não estaria classificado se os playoffs começassem hoje.

“Ela (Donovan) está muito chateada conosco porque não temos feito as coisas que ela pede e perdemos o caminho das vitórias. Se permitimos rebotes ofensivos e cestas em segundas oportunidades, toda a defesa está falhando. Temos de voltar a vencer, mesmo fora de casa. Se entrarmos concentradas, podemos derrotar qualquer time nesta liga, como mostramos contra o Connecticut”, disse Iziane, que tem médias de 8,2 pontos e 2,8 rebotes na temporada.

“Eu não gostaria de ter falado tão duro e forçado no último treino, mas o fato é que não estamos melhorando nos rebotes, não estamos evoluindo nas coisas fundamentais que estamos trabalhando nos treinos. Sempre respondemos bem nos treinos, mas quando chega a hora da aplicação nos jogos, não temos visto resposta, por isso voltamos aos fundamentos básicos. Mudar o time titular é algo que vamos continuar avaliando. Simone Edwards nos deu ótimos minutos vindo do banco, Suzy entrou muito bem no ataque, mas não ajudou tanto na defesa. Estamos realmente tendo uma boa produção das reservas, mas não sei se escalar as duas como titulares vai fazer muita diferença, a questão é mais de atitude. Lauren Jackson é nossa líder e precisa se reencontrar”, afirmou a técnica Anne Donovan.

Ontem as australianas vice-campeãs olímpicas pareciam estar mais ligadas no draft da NBA, torcendo pela escolha do pivô australiano Andrew Bogut fosse escolhido na primeira posição pelo Milwaukee Bucks para alavancar a popularidade do esporte no país, que dá mais valor aos ídolos da natação, do tênis e do rúgbi. Mas a disparidade de um primeiro escolhido no draft da liga masculina para a feminina é enorme. Bogut deve assinar um contrato de US$ 15 milhões por três anos. No seu primeiro ano como novata número 1 da WNBA aos 19 anos, Jackson ganhou US$ 60 mil pela temporada e hoje recebe US$ 89 mil/ano, mais de 50 vezes menos que o salário inicial do compatriota., mas considerando que a liga feminina dura só quatro meses e permite às atletas jogarem por equipes de outros países na intertemporada.

“Não me importo com isso, mas claro que ficaria feliz se o dinheiro fosse o mesmo para mim e qualquer outro primeiro escolhido no draft, porque é uma cifra enorme. Mas a escolha de Bogut será ótima para o basquete australiano, então acho que é incrível”, disse Lauren.

“Lauren é uma superestrela na Austrália e tem popularidade lá há muitos anos. Andrew ainda não é um astro, agora ele começou a construir seu nome, mas como número 1 no draft ele passará a ter tanta publicidade quanto Loz e o interesse pelo basquete australiano vai crescer ainda mais”, opinou Batkovic.

No duelo dos melhores times da temporada em Connecticut, o líder geral Sun repetiu a vitória conquistada em Sacramento e superou o Monarchs em casa por 70 a 66 (40 a 34 no intervalo) com 19 pontos da cestinha Nykesha Sales, que se tornou a nona atleta na história a atingir a marca de 3 mil na carreira na WNBA. A armadora Lindsay Whalen, premiada a melhor jogadora da semana passada pela liga, ajudou com 14 pontos e cinco assistências. A veterana pivô Yolanda Griffith e a ala-pivô Demya Walker comandaram o Sacramento com 16 pontos cada, sendo que esta última pegou 12 rebotes e deu seis assistências. A armadora portuguesa Ticha Penicheiro foi batida com seis pontos e quatro assistências. Sales decidiu o terceiro triunfo consecutivo com seu 3000o ponto com um arremesso colocando 64 a 55 no placar a 1min46s do fim na volta para Connecticut de uma excursão pelo Oeste americano com quatro vitórias e apenas uma derrota, para o campeão Seattle.

O Los Angeles Sparks se recuperou da maior virada da história da liga americana feminina, na qual desperdiçou uma vantagem de 25 pontos perdendo para o Detroit Shock por 79 a 63, e acabou com a invencibilidade de seis partidas do Indiana Fever no Conseco Fieldhouse de Indianápolis, ganhando por 61 a 58 (29 a 25 no intervalo). O time californiano levou outro susto ao permitir o empate por 58 a 58 depois de abrir 39 a 29 no segundo tempo, mas a ala Tamika Whitmore converteu uma jogada de três pontos faltando 41 segundos para definir o resultado. Ela terminou com 15 pontos e sete rebotes, contando com o apoio de 17 pontos e seis rebotes da ala-pivô Chamique Holdsclaw, cestinha da temporada. A pivô tricampeã olímpica Lisa Leslie ajudou com oito pontos, 11 rebotes e dois tocos. A armadora Kelly Miller liderou o Fever com 12 pontos e três assistências, a ala-armadora Tully Bevilacqua encestou 11, e a ala-pivô campeã olímpica Tamika Catchings anotou 10 pontos, oito rebotes e seis assistências pelo time vice-líder da Conferência Leste.

Em Minneapolis, o Minnesota Lynx derrotou o lanterna do Oeste San Antonio SilverStars por 63 a 53 (28 a 30 no intervalo) virando uma desvantagem que chegou a 11 pontos no primeiro tempo. A ala russa Svetlana Abrosimova virou o placar para 43 a 41 numa jogada de três faltando 12min03s e o Lynx abriu vantagem até garantir sua quinta vitória seguida em casa. A pivô Vanessa Hayden foi a cestinha com 17 pontos, cinco rebotes e três tocos, a ala-armadora campeã olímpica Katie Smith colaborou com 14 pontos e três assistências, e a ala-pivô Nicole Ohlde ajudou com 12 pontos, sete rebotes e quatro passes para cesta. A pivô novata Katie Feenstra comandou o Alvinegro texano com 16 pontos e nove derrotas. O jogo contra o SilverStars na quinta-feira é a grande chance de recuperação para o Seattle de Iziane.

Fechando a rodada da noite de terça-feira, o lanterna geral Charlotte Sting (2V-10D) perdeu em casa para o Washington Mystics (7V-7D) por 66 a 61 (37 a 26 no intervalo). O time da capital americana teve como cestinhas a pivô Chasity Melvin e a ala-armadora Alana Beard com 15 pontos cada, contra 13 da ala-pivô Tangela Smith para o Sting.


Fonte: BasketBrasil

Nenhum comentário: