segunda-feira, 27 de junho de 2005

Iziane faz oito pontos na derrota do Seattle para Minnesota e vai encarar Janeth



Na opinião da técnica Anne Donovan, a ala brasileira Iziane Castro Marques foi a única titular que se salvou na derrota do campeão Seattle Storm para o Minnesota Lynx por 73 a 70 (34 a 29 no intervalo) em Minneapolis na rodada de domingo da WNBA. Ela marcou oito pontos, cinco assistências, cinco rebotes e um toco em 25 minutos de atuação como titular, além de ter sido eficiente na defesa contra a russa Svetlana Abrosimova. Mas a estrela australiana Lauren Jackson fez uma das piores partidas da carreira com apenas seis pontos errando 10 em 11 arremessos de quadra, só compensou com 13 rebotes. A ala-armadora campeã olímpica Katie Smith, terceira cestinha na história da liga, comandou o Lynx com 22 pontos e cestas cruciais no final. O resultado embolou a disputa pela vice-liderança da Conferência Oeste e tirou o Storm da zona de classificação aos playoffs. Já o Detroit Shock conseguiu uma virada jamais vista na WNBA derrotando o Los Angeles Sparks por 79 a 73 (32 a 45 no intervalo) após estar perdendo por 25 pontos.

Em Minneapolis, Katie Smith se recuperou da má fase em que marcou em média só 9,5 pontos nos quatro jogos anteriores. Ontem, mesmo atuando só 19 minutos pendurada com faltas, ela converteu quatro em sete arremessos de três pontos e oito em nove lances livres, a maioria deles no momento decisivo da partida para repetir a vitória conseguida em Seattle na semana retrasada. O trio de estrelas do Storm jogou muito mal. Com a segunda cestinha da liga Lauren Jackson com dificuldades para pontuar, a ala-armadora melhor jogadora das finais de 2004, Betty Lennox, tentou comandar o ataque com 10 pontos, cinco rebotes e três assistências, mas errou todos os seus quatro arremessos de três, converteu três em sete finalizações de dois e todos os quatro lances livres, roubou duas bolas, no entanto também desperdiçou duas posses de bola e levou um baile de Smith. A armadora campeã olímpica Sue Bird, ainda se adaptando à máscara de proteção para seu nariz e queixo quebrados, fez oito pontos e três assistências, perdendo o duelo direto com a australiana Kristi Harrower, com 13 pontos, duas assistências e dois roubos de bola.

Foram as reservas que mantiveram o Storm vivo na partida. A pivô australiana Suzy Batkovic e a ala-pivô Simone Edwards comandaram o time campeão com 12 e 11 pontos, respectivamente, enquanto a pivô titular Janell Burse marcou só sete pontos e dois rebotes. As jogadoras do banco do Seattle combinaram 31 pontos acertando 11 em 17 arremessos (65%) contra 13 em 45 das cinco titulares juntas (29%). A equipe da casa chegou a abrir 11 pontos de diferença, mas uma cesta da vice-campeã espanhola pelo Valencia Batkovic colocou o Storm à frente por 58 a 55, daí Katie Smith respondeu com duas cestas de três virando o placar. As visitantes converteram mais duas bolas, mas dois lances livres da ala-pivô Nicole Ohlde, autora de 12 pontos e quatro rebotes, colocaram o Lynx definitivamente à frente por 63 a 62 faltando 2min13s. A cestinha Smith decidiu o quarto triunfo do time em Minnesota com uma assistência para cesta de três da reserva Stacey Lovelace-Tolbert fazendo seu sétimo ponto, e depois selou o placar convertendo sete lances livres seguidos no minuto final aproveitando as faltas do Storm para parar o relógio.

A maranhense Iziane e a armadora novata italiana Francesca Zara foram as únicas a acertarem um arremesso de três pelo Seattle. Mas Izzy errou outras duas tentativas de longa distância, quatro em sete arremessos de dois pontos, acertou seu único lance livre e perdeu apenas uma posse de bola. Novamente ela foi mais efetiva na marcação, deu um belo toco na russa Abrosimova numa repetição do duelo da decisão do bronze da Olimpíada de Atenas logo no início e limitou a rival direta a quatro pontos, três rebotes e uma assistência, errando oito em 10 finalizações. No lado do Minnesota, a gigante na defesa foi a pivô Vanessa Hayden, com 10 pontos, seis rebotes e cinco tocos.

Agora está tudo embolado, Los Angeles Sparks, Minnesota e Seattle têm sete vitórias e seis derrotas na terceira posição do Oeste, mas o Storm fica atrás de ambos e fora da zona de playoffs devido às duas derrotas para cada no confronto direto. A vice-liderança da conferência “sobrou” para o Houston Comets da veterana ala brasileira Janeth Arcain (6V-5D) por diferença de menos de 1 ponto percentual de aproveitamento. O líder do Oeste mais folgado é o Sacramento Monarchs (9V-3D), que ontem derrotou o Washington Mystics na capital americana por 62 a 57 (40 a 29 no intervalo). Na noite de terça-feira o Lynx pega o lanterna San Antonio SilverStars (3V-11D) e o Storm enfrenta o Comets em Houston em um duelo brazuca que vai pegar fogo.

“Tivemos alguns bons momentos, especialmente no segundo tempo, quando permitimos só três rebotes ofensivos depois de ceder 14 segundas chances para elas na primeira etapa. Não estávamos bloqueando para deixar as adversárias fora do garrafão. Permitimos jogadas de força que deixaram a liderança do placar com o Lynx. É decepcionante falar desse mesmo problema jogo após jogo. No final realmente tivemos dificuldades. Quando Lauren Jackson não está acertando os arremessos, nosso ataque sofre. Todas procuramos por ela na hora de definir as cestas, mas quando ela não está bem, temos uma tendência de nos precipitar, como fizemos nos últimos minutos. Lauren só tinha tentado dois arremessos no primeiro tempo e queríamos que ela chutasse mais, isso nos levou a ser culpadas de apressar e forçar jogadas para ela no segundo tempo. O fator positivo hoje foi o fato de nosso banco ter passado de 30 pontos, é uma marca notável para as reservas. Mas não conseguimos vencer com nosso grande trio numa noite ruim. Betty, Sue e Lauren jogaram mal”, analisou criticamente a técnica do Storm, Anne Donovan.

“Se tivéssemos entrado no primeiro tempo da maneira que jogamos o segundo, embora este não tenha sido perfeito de jeito nenhum, o resultado da partida seria diferente, simplesmente porque elas nos mataram nos rebotes ofensivos. O Minnesota foi para o intervalo com 10 rebotes no ataque e pegou só três depois disso, acho que essa foi a história do jogo, mesmo assim tivemos uma vantagem de três pontos no segundo tempo e criamos chances de vencer. Tentaremos a recuperação contra o Houston”, disse a armadora Sue Bird sobre a segunda derrota consecutiva.

“Foi um jogo duro dos dois lados da quadra. Várias jogadoras se superaram e fizeram grandes jogadas defensivas ou bolas de três pontos, acertamos nossos lances livres no final e conseguimos sair com a vitória. Tínhamos consciência do posicionamento de Lauren e nossas pivôs (Ohlde e Hayden) fizeram um bom trabalho para contê-la. Fizemos uma boa marcação sobre Sue. Fomos fiéis a nosso plano de jogo e ajudamos uma à outra. Não permitimos muitos pontos de contra-ataque a elas e fizemos um belo trabalho nos rebotes, principalmente no primeiro tempo. A liga é tão dura, todo mundo é igual, assim é muito bom derrotar qualquer time duas vezes seguidas, ainda mais sendo as atuais campeãs. Elas não tinham Sue quando vencemos em Seattle na prorrogação e sabíamos que viriam com mais força com o time completo, nos unimos para conseguir uma grande vitória coletivamente. Se jogarmos assim, teremos chances de vitória em todos os jogos. Vanessa Hayden estava pedindo a bola, Ohlde teve uma boa seqüência e todas as jogadores se empenharam em cumprir sua missão”, explicou a cestinha Katie Smith.

No Palace de Auburn Hills, o campeão de 2003 Detroit Shock também faz jus à fama de time da virada do time masculino Pistons. Após perder cinco das últimas seis partidas, o time de Michigan caminhava para mais uma derrota quando o Los Angeles Sparks abriu 11 a 4 e uma bandeja da pivô tricampeã olímpica Lisa Leslie faltando 7min21s no primeiro tempo colocou 35 a 10 no placar. Com oito pontos da armadora Deanna Nolan, o Detroit (6V-5D) reagiu e foi para o intervalo perdendo por 45 a 32, diminuindo o prejuízo de 25 pontos. O Shock começou o segundo tempo com uma série de 9 a 4 e encostou em 62 a 57 com uma jogada de três pontos da ala-pivô Cheryl Ford, filha do astro aposentado da NBA Karl Malone, faltando 9min35s para o final. Ford fez 11 de seus 15 pontos após o intervalo e ao todo pegou 15 rebotes.

A cestinha Deanna Nolan, que marcou 12 de seus 22 pontos no segundo tempo, acertou uma cesta de três e a reserva Chandi Jones a imitou no lance seguinte virando o placar para 63 a 62 a 7min25s do fim, diferença que aumentou para 68 a 62 com Nolan completando uma série de 14 a 0. Daí a equipe da casa administrou essa diferença de seis pontos até fechar o jogo em 79 a 73. A pivô Ruth Riley ajudou com 11 pontos e quatro rebotes. A maior virada da história da liga feminina americana tinha sido do próprio Shock, tirando 23 pontos de desvantagem para vencer o Indiana Fever por 83 a 79 na partida do dia 9 de junho de 2004.

A cestinha da temporada Chamique Holdsclaw fez 17 pontos para o LA Sparks, mas sofreu uma lesão no tornozelo que a tirou de quadra faltando 5min15s. Ela voltou no finalzinho, mas fez só dois pontos no segundo tempo. A ala Tamika Whitmore comandou o time californiano bicampeão em 2001 e 2002 com 19 pontos, já a pivô Leslie, melhor jogadora da temporada passada, marcou 16 pontos e 10 rebotes naquela que foi a apenas a segunda derrota do Sparks nos últimos seis jogos. O Detroit do técnico Bill Laimbeer, terceiro colocado na Conferência Leste, agora soma sete triunfos em nove confrontos com Los Angeles no Palace, conseguindo uma vantagem de 8 a 7 no placar geral dos duelos desse clássico da WNBA.

Fechando a rodada domingueira, o Sacramento Monarchs se recuperou da derrota em casa para o líder geral Connecticut Sun (10V-2D) superando o Washington Mystics (6V-7D) fora de casa por 62 a 57 graças a um recorde pessoal de 24 pontos e sete rebotes da ala Demya Walker. O time líder do Oeste abriu uma vantagem de 18 pontos (26 a 8) no primeiro tempo, mas deu mole e permitiu o empate por 54 a 54 faltando dois minutos. A veterana pivô campeã olímpica Yolanda Griffith, companheira de Iziane no Ekaterimburg da Rússia, fez seu 12º ponto numa bandeja, a armadora portuguesa Ticha Penicheiro, autora de sete assistências, fez outra bandeja para seu sétimo ponto, Nicole Powell acertou uma cesta de três e Walker bloqueou uma finalização de Alana Beard acabando com as chances do Mystics, apesar dos 15 pontos de Beard. A noite desta segunda-feira é de folga geral na liga.


Fonte: BasketBrasil

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