quarta-feira, 27 de julho de 2005

Comissão de clubes é criada e buscará dissidentes

Confederação imita Nossa Liga e se arma para dar xeque em Oscar


MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A confederação brasileira iniciou ontem a cartada final no processo para enfraquecer a Nossa Liga de Basquetebol. E usou exatamente os argumentos da rival.
A entidade que comanda o basquete nacional oficializou a criação de uma comissão de clubes. Segundo a entidade, a partir do próximo Nacional, os times terão poder para buscar patrocínios, discutir e fiscalizar o campeonato e o destino da verba.
A concentração de poder na mão da CBB é um dos maiores motivadores da liga criada pelo ex-jogador e cestinha Oscar.
"Às vezes tínhamos de tomar decisões, muitas unilaterais, e eu acabava ficando com o pepino. Os clubes sempre foram ouvidos, agora só terão ação mais efetiva", disse o presidente da entidade, Gerasime Bozikis, o Grego.
Além disso, a CBB sugeriu a possibilidade de abrir o Nacional para equipes de outros Estados que não os que devem compor a edição deste ano -São Paulo, Rio, Minas, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, além do Distrito Federal. Isso seria feito por meio de disputa entre os interessados nas vagas extras.
O tão esperado patrocínio, porém, não foi anunciado. A Embratel teria feito proposta, desde que houvesse só um campeonato.
"Temos de usar o que ficou de bom disso tudo. A CBB está mais flexível, os clubes terão mais voz, agora só temos de chegar a consenso sobre o torneio único", disse Nilson Curti, diretor do COC, que banca o time de Ribeirão Preto, integrante da comissão de clubes aliados da CBB ao lado de Universo, Bandeirante (RS), Tijuca, Minas e Pinheiros. O Minas, inscrito na Nossa Liga, já havia dito que só disputaria o evento com aval da confederação brasileira.
A comissão será a linha de frente na tentativa de convencer os membros da liga de Oscar a jogar o torneio da confederação.
Na reunião de ontem, diz a CBB, estavam presentes cerca de 20 clubes -dentre eles, nove agremiações participantes da Nossa Liga- e 10 federações estaduais.
"Sabíamos que muitos iam. Era reunião aberta, eles foram ouvir... Eu estou cansado de escutar. A CBB não quer dar o Nacional de fato na mão dos clubes. E não quer tentar conversar", disse Fernando Mauro, dirigente do Araraquara e vice-presidente da liga.


FRASE

"Vamos atrás dos dirigentes pelo entendimento. Apostamos numa boa resposta"
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GERASIME BOZIKIS
presidente da CBB

Fonte: Folha de São Paulo

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