sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Maracanãzinho não pode receber o torneio feminino, no mais importante revés da fase preparatória para o Pan

Rio naufraga, e Mundial é só de São Paulo


TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo será a única sede do Mundial feminino de basquete do ano que vem. O anúncio oficial foi feito ontem pela Confederação Brasileira de Basquete, que reconheceu a impossibilidade de o Rio de Janeiro dividir a competição com a capital paulista.
Principal evento preparatório para o Pan de 2007, o Mundial de basquete, que será realizado de 12 a 23 de setembro, saiu do Rio devido ao atraso nas obras do Maracanãzinho. "O ginásio deve ficar pronto em setembro, mas a Fiba [Federação Internacional de Basquete] exigiu a conclusão até março, quando seria feita uma inspeção final", falou o secretário estadual de Esporte do Rio de Janeiro, Francisco de Carvalho.
O plano B para o Mundial no Rio seria a arena programada para ser erguida no autódromo de Jacarepaguá. O ginásio, porém, ainda não saiu do papel.
Presidente da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, viajará na próxima semana para Genebra (Suíça), onde serão definidos os últimos detalhes da competição. Por meio de sua assessoria de imprensa, a entidade disse que os ginásios que receberão as partidas do Mundial serão divulgados apenas quando o presidente voltar da viagem, em 7 de novembro.
A Fiba determina que as arenas do Mundial devem ter capacidade mínima de 4.000 lugares na primeira fase e 8.000 na segunda. De acordo com Antonio Carlos Pereira, coordenador de Esporte do Estado de São Paulo, os locais definidos até agora são o ginásio Geraldo José de Almeida, no Ibirapuera (10.700 pessoas), e o ginásio de esportes de Barueri (32 km a oeste da Capital), com capacidade para 5.000 lugares. Cada sede abrigará dois grupos, com quatro seleções cada um.
"Nosso plano de trabalho será definido em uma reunião no próximo dia 9", falou Pereira. "O Lars [Grael, secretário da Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São Paulo] vai nomear uma comissão para cuidar do Mundial. Vamos nos programar com a maior antecedência possível."
Local marcado para a fase final do torneio, de acordo com o coordenador, o ginásio do Ibirapuera foi interditado em abril, quando passou por obras estruturais, como a colocação de extintores, grades, hidrantes e a reforma em banheiros para deficientes. O diretor administrativo do ginásio, Fernando Nogueira, garante que o local terá plenas condições de uso. "As reformas que ainda precisam ser feitas são apenas técnicas, como a colocação do piso e das tabelas. Isso será determinado pela Fiba e pela CBB. Temos autorização do Contru [Departamento de Controle do Uso de Imóveis] para sediar eventos esportivos de grande porte."
Outra opção ainda estudada é o ginásio de São Bernardo do Campo (a 21 km da capital), com capacidade para 7.000 espectadores. O secretário de Esportes da cidade, José Fiorizi Piovesana, diz que São Bernardo tem totais possibilidades de sediar o Mundial mesmo recebendo, no mesmo período, os Jogos Abertos do Interior, que serão disputados no município de 11 a 24 de setembro. "Temos estrutura e um ginásio em ótimas condições", afirmou.
País-sede, o Brasil já tem vaga garantida no Mundial, ao lado de outras 13 equipes. As duas últimas seleções serão definidas em dezembro, na seletiva africana. É o primeiro Mundial adulto de basquete realizado no Brasil desde 1983, quando a URSS bateu os EUA e foi campeã feminina.


Fonte: Folha de São Paulo

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