domingo, 27 de novembro de 2005

Assistindo São Caetano 76 X 51 Catanduva...

Aproveitei a manhã de sol em São Paulo para descer ao ABC e assistir o jogo entre São Caetano e Catanduva, no encerramento do turno. Foi a primeira partida que acompanhei nesse campeonato.

"Um ato de coragem." me definiu alguém quando soube da minha decisão de ir ao jogo. Brinquei que precisava ir para também não esquecer o que é basquete feminino, quantas jogadoras ficam em quadra e etc, tão desprestigiado que anda o esporte. Dia desses tive impressão de estar tendo uma alucinação: basquete feminino na Tv aberta. Ledo engano. Era uma propaganda das Casas Bahia.

Mas vamos ao Joaquim Cambaúba Rabello, local do jogo.

Era o confronto do vice-líder com o quarto colocado do torneio. Mas não houve equilíbrio.

Catanduva já entrou em quadra mostrando que não poderia muito. Realmente, depois de um começo até certo ponto surpreendente, o time arriou. A impressão que tenho é que o excesso de partidas (o time disputa a A-2 do Paulista simultaneamente) e a falta de recursos minaram jogadoras e técnico.

No banco, só eles estavam lá: Ferreto e suas 11 atletas. Ninguém mais. Dado significativo, o time, até então invicto no Paulista A-2, já conhece derrotas na competição.

Por Catanduva, em quadra, não há muito de animador. Nem tática, nem tecnicamente. No segundo quarto, quando São Caetano ampliou a vantagem, Ferreto incorporou o folclórico Zé Buscapé. Só resmungava, resmungava. Por alguns momentos, chegou a deixar o time sem armadoras, colocando Cléia, Luciana e Roberta simultaneamente em quadra. Um exemplo da arriscada filosofia "chute quem puder", muito desgaradável de assistir.

A armadora Natália passou em branco na minha observação, bem como a pivô Tati e ala Wívian.

O trio Roberta-Cléia (22 pts)-Silmara Gorda ganha o respeito pelo esforço, mas via de regra, mostram pouco a mais que isso.

A moça Lelê tem muitos problemas para lidar com a bola. Apesar de ser a maior reboteira do torneio, patina no ataque e nos passes.

Luciana Perandini está abaixo do esperado. Talvez o período de inatividade tenha a prejudicado. Tentou 6 arremessos hoje, sem sucesso.

Por fim, duas jogadoras que não se sabe por que tiveram a evolução brecada no esporte:

Juliana Belinazzo está irreconhecível. Ana Lúcia (9 rebotes) foi bem enquanto esteve em quadra.

Por São Caetano, o panorama é um pouquinho mais favorável. Mas o time precisa ter "um dia de princesa" se quiser ameaçar Ourinhos de alguma forma.

A partida reafirma a boa visão de jogo da armadora Fabianna. É uma atleta de talento. Potencial, ela tem. Temo por ela estar jogando no país, num momento muito desfavorável, que oferece poucas referências para uma jogadora em formação como ela. O baixo nível do campeonato exige pouco esmero ofensivo da atleta. É essencial ao time. Nos minutos finais, Borracha deu um descanso à menina. Com um acidente durante o jogo, a reserva Kátia estava sem condições de entrar. A armação foi parar nas mãos de Lore e o caos se instalou na quadra.

Nas laterais, apesar dos números favoráveis (10 pontos, 9 assistências), Vívian acrescenta pouco à equipe. A moça precisa aprender a ter os pés no chão. Depois de conseguir uma bela roubada e uma boa bandeja, a ala pisa nas nuvens. E de lá de cima, começa a desfilar seu repertório de excessos: um passe medonho, uma tentativa frustada de cesta usando as costas da adversária... Irritante! Até que ela volta ao chão novamente, parece uma eternidade. Talvez não por coincidência, no melhor momento de São Caetano (o segundo quarto), Vívian estava no banco.

O basquete de Cláudia é correto, mas ainda discreto. Os pontos obtidos saíram de lances que pareciam replays. Gostaria de ver mais ousadia na jogadora.

A mamãe Sílvia está de volta. Foi a cestinha, com 18 pontos. A pontaria está ok. No entanto, a menina precisa de uma reconstrução. A agilidade está comprometida. Num contra-ataque, o motor arriou. Sil defende muito curvada. Na corrida, o esforço parece extenuante (será o joelho?), como se q queda fosse iminente. Nada que impeça que ela continue se destacando num Nacional como esse, por exemplo. Mas muita coisa a ser aprendida e melhorada para que ela conquiste o papel que se espera dela na seleção brasileira.

Boa atuação de Leão (12 pontos, 8 rebotes), uma opção interessante no banco de Borracha.

A dupla de pivôs (Maristela - 16 pontos e 9 rebotes; Eliane - 10 pontos, 8 rebotes) é discreta e eficiente.

Loredana não esteve num dia dos mais inspirados, mas se encaixa melhor ao time que Vívian.

Bem, é isso.

Apesar dos pesares, é bom ver basquete.

Estou curioso para conhecer a jovem equipe de São Bernardo tão logo uma nova manhã de sol acorde São Paulo.








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