quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Sport Recife também jogará Nacional masculino da CBB neste ano

Por Ariella Medeiros

Depois de quase cinco anos sem concorrer ao Campeonato Nacional de Baquete da CBB, neste ano, o Sport Club do Recife está vindo com grandes novidades. Além do time feminino, pela primeira vez, o masculino também participará do torneio, ambos sendo os únicos que irão representar as regiões Norte e Nordeste.

De acordo com o diretor de Basquete, Cláudio Marquês, a volta do Leão pernambucano às competições nacionais é devido ao ano centenário do Sport. “Por conta do aniversário do clube e por o Sport não ter ido muito bem nos outros esportes, procuramos concorrer ao campeonato, tendo por objetivo estarmos pelo menos nas quatro primeiras colocações. E sabemos que podemos chegar lá, as meninas estão preparadas. O time vem se esforçando muito”, diz o diretor.

Marquês também acredita no incentivo dos torcedores e afirma que eles sempre comparecem aos jogos, apoiando o esporte pernambucano. “O público daqui é o maior público, e se tiver uma competição de nível, os torcedores sempre comparecem, sempre demonstrando muita alegria e confiança nas meninas”.

As jogadoras estão empolgadas com a competição, apesar de sentirem um pouco de dificuldades no entrosamento, mas dizem estar preparadas para os jogos. “Entraram algumas meninas novas no time, e por não nos conhecermos bem, estamos sentindo um pouco de dificuldade no entrosamento, mas estamos nos esforçando muito para ficarmos pelo menos nas primeiras colocações”, explica Fátima Viana, a Fau (na foto, posando ao centro, entre Bira, à esquerda, e Tunner, à direita), pivô do time feminino do Sport Recife. Já Mirna Tunner, a ala do time, acha que a maior dificuldade é física, na hora do confronto. “Enquanto nós treinamos apenas quatro horas por dia, elas (as adversárias do Sul e Sudeste) treinam oito horas. A realidade é que, no Sudeste, há mais investidores no esporte do que aqui no Nordeste, dando a elas mais oportunidades e segurança na hora do treino. Fora que nosso time é amador, elas já são profissionais, estão acostumadas a competirem com grandes times e nós não.”

Mesmo que as meninas percebam algumas dificuldades nos jogos, elas estão se sentindo bastantes seguras e orgulhosas de participarem do torneio. “Particularmente, a felicidade é muito grande, nós estamos sentindo o maior orgulho de estarmos participando do campeonato, e estamos trabalhando duro para que tudo dê certo”, comenta Adeayla Raquel, mais conhecida como Bira, ala do time.

Natalia Gabriele e Tayara Pesenti, jogadoras da seleção brasileira, ambas de São Paulo, optaram neste Nacional por ficar no time do Sport, mesmo com grandes oportunidades para migrarem para times dos seus lugares de origem. “Eu preferi continuar por aqui, por conta dessa oportunidade de conhecer um trabalho novo, por eles me abrirem mais espaço para mostrar o meu jogo”, explica a lateral Natalia.

Tayara acredita que o que fez com que ela ficasse e lutasse pelo clube foi todo o valor reconhecido pelo time, abrindo mais espaço para elas poderem mostrar seus trabalhos. “Além deles acreditarem na gente, eles nos apóiam. No Sudeste, é mais difícil mostrar nosso trabalho”.

Já no basquete masculino, os meninos e o seu treinador Rildo Accioli, mesmo não estando ainda com seus jogadores definidos – esta definição só acontecerá no final do mês – estão muito orgulhosos por, pela primeira vez, conseguiram seu espaço no campeonato nacional de basquete. “Temos uma expectativa boa em relação aos jogos, para sabermos em que nível a gente está, já que ainda não participamos de um campeonato com âmbito nacional. Sabemos que a nossa vantagem é o entrosamento do time. E temos como meta, descobrir nossas falhas”, explica Bruno Lousada, o Xuxa, ala do time masculino do Sport.

Além dessa vantagem no entrosamento, os meninos sabem que estão preparados para pelo menos chegarem na oitava colocação. Eles dizem que esta oportunidade aconteceu porque eles sempre correram atrás dos seus sonhos. “Para nós, é o sonho de que sempre fomos atrás e agora está se concretizando. Estar nas competições, já é uma grande vitória”, completa Xuxa.

Segundo o ala Roberto Mafra, nem todos os jogadores pensam igual a Xuxa. A maioria apenas utilizará o torneio para se promover, com o intuito de crescer e se destacar como profissional. “Muita gente quer jogar para aparecer, para se valorizar como jogador. Não é como a gente, que está colocando nossos sonhos em prática”, diz Mafra.

Em relação as meninas, todo o time masculino faz questão de vê-las jogar. Sendo no clube, ou até mesmo em outros lugares, através da televisão. Eles dão todos os incentivos necessários para elas. “A gente faz questão de olhá-las em qualquer lugar que elas forem jogar, de darmos apoio. Até porque, o Sport é uma coisa só, o Sport é único, o Sport é Sport”, afirma o Xuxa.


Fonte: BasketBrasil

Nenhum comentário: