segunda-feira, 31 de julho de 2006

Helen: disposta ao sacrifício

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Com uma medalha olímpica (Sydney-2000), além de participação em outras duas edições (Barcelona-92 e Atenas-2004) e um título mundial (Austrália-94), a ala/armadora Helen Luz poderia se dar ao luxo de pedir dispensa para o Campeonato Sul-americano, que começa nesta terça-feira, em Assunção, no Paraguai. Mas a jogadora não fez uso da prerrogativa e promete que, se necessário, vai para o sacrifício para ajudar o Brasil a obter seu 21º título.
'Fiz questão de vir desde a primeira fase de treinamento porque estou pensando lá na frente', explica a atleta, de 32 anos, de olho no Mundial em setembro. 'Nesta idade se você fica três semanas sem jogar perde muito da condição física'.

Mas até aqui, Helen não tem dado mostras de cansaço ou desgaste e promete fazer até mais se for necessário. Com a ausência da armadora Adrianinha, que pediu dispensa por causa do nascimento de seu filho, Helen tornou-se a 'armadora' de segurança do grupo, que também conta com as alas/armadoras Lílian e Vivian na composição. O resultado é que a veterana acaba sendo a mais acionada na posição. Ela porém não se incomoda com o possível desgaste. 'Se tiver que jogar 40 minutos vou jogar', garante. 'Não estou preocupada com meu rendimento pessoal. O que quero é ajudar o grupo'.

E na linha de uma mão lava a outra sobrou até para a ala Karen, que está tendo de reaprender a ser armadora. Assim como Helen, ela também não se incomoda com a situação de emergência. 'Se precisar assumir (a posição) vou para o pau', promete.

Torneio vale vaga nos Jogos Pan-americanos

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Se na seleção brasileira a disputa do Campeonato Sul-americano é crucial para as atletas que querem chegar ao Mundial, em setembro, para os outros países, a competição é porta de entrada para os Jogos Pan-americanos Rio-2007. O torneio classifica seu campeão para o evento do próximo ano. Caso as brasileiras confirmem seu favoritismo e conquistem o título, a vaga vai para o vice porque o Brasil tem classificação assegurada por ser sede.
Mas isso não diminui a determinação da seleção, que pretende defender sua soberania no torneio. Campeão das dez últimas edições, o Brasil pode chegar a 21 títulos nos 28 campeonatos realizados até hoje.

“É uma competição importante porque é um título que o Brasil defende há muito tempo e serve de preparação para o Mundial”, lembra a ala Lílian, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000 e tricampeã sul-americana (2001, 03 e 05). Na sua opinião, a responsabilidade da seleção no torneio é bem clara. “Tem que ir lá e ganhar”.

Atleta com mais participações no torneio (5) dentro da seleção que está no Paraguai, a ala/armadora Helen também vê na luta pelo ouro o principal motivador. 'Vou defender mais um título', diz, animada, a pentacampeã sul-americana em 1991, 93, 95, 99 e 2005.

A estréia brasileira é nesta terça-feira, contra a seleção do Peru. O jogo começa às 16 horas, em Assunção.

Sul-americano: hora de mostrar serviço

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Três vagas para oito candidatas. É com esta proporção na cabeça que parte da seleção brasileira feminina de basquete vai disputar o Campeonato Sul-americano a partir desta terça-feira, em Assunção, no Paraguai. A equipe estréia enfrentando o Peru, às 16 horas. Para a seleção, será a oportunidade de conquistar o 21º título, o 11º consecutivo. Para as jogadoras que não fazem parte da ‘lista forte’ do técnico Antônio Carlos Barbosa é a chance de mostrar serviço.
“Claro que você tem que respeitar todo o histórico das jogadoras. Mas é bom saber que ninguém está garantido”, diz o treinador. Na briga por uma oportunidade de chegar ao Mundial estão desde completas novatas até medalhista olímpica.

A ala Lílian estava com o grupo na Austrália durante a conquista do bronze olímpico em 2000 e volta a disputar vaga em uma competição principal. Para ela, lutar para reconquistar espaço não é um problema. “Claro que isso causa alguma tensão, mas encaro da melhor forma possível. É assim que se conquista uma vaga e a confiança do técnico”, conforma-se.

A estreante Palmira é sua ‘adversária’ e chega motivada para a disputa. “É a realização de um sonho”, diz emocionada. “Representar o Brasil vindo do interior. Consegui chegar onde tanto almejava e agora é lutar para ir bem no Sul-americano e estar no Mundial”, diz a jogadora, que nasceu na cidade de Reserva (PR).

Karen é outra candidata, mas que tem desafio duplo em quadra. Ala até a última temporada, na seleção ela está sendo preparada para atuar como armadora. “A última vez que armei foi em 2004, no Americana”, lembra. “Claro que fico um pouco nervosa, mas as meninas têm me ajudado. A Helen fala bastante, mas é preciso tempo para me adaptar”. Quanto a briga por posição, ela tenta lidar com tranquilidade. 'Fico muito ansiosa, mas quero encarar como normal'.

Sua irmã, a ala Silvia Cristina, também candidata a uma oportunidade, parece mais preocupada e esperançosa com a situação de Karen. “Acho que a Karen se encaixa perfeitamente e torço para que ela consiga”, diz, consciente que seu desafio extrapola a questão do Mundial.

“Para mim vale muito a pena para ganhar ritmo e confiança. Estou a fim de conseguir provar que fui mãe, mas ainda sou jogadora”. O técnico Barbosa concorda que sua situação é complexa. “Ela chegou com sérios problemas físicos e antes jogava de 3 (ala) ou 4 (ala/pivô), mas agora ficou muito baixa e passou a jogar de 2 (ala/armadora)”. Mas além da mudança de posicionamento em quadra, ele lembra que a atleta ainda precisa recuperar seu verdadeiro basquete. “Um ano de basquete mal jogado, precisa de mais um ou dois para recuperar”.

No ano passado, Silvia protagonizou um dos momentos mais pitorescos da história esportiva dando a luz a Luis Fernando pouco tempo depois de disputar a Copa América. Desta vez, ela garante que não haverá surpresas. “Eu fiz teste, tomei injeção. Não vai ter surpresa, não”, brinca a jogadora, que integrou a seleção nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004.

A lista de candidatas a uma vaga inclui ainda a ala Tayara, a ala/armadora Vivian e as pivôs Êga e Graziane. Com tanta concorrência, Barbosa acredita que o Brasil só terá a ganhar no Paraguai. “Esta competição interna é até mais difícil que no exterior”, lembra o técnico que defende a importância do Sul-americano para a evolução da seleção.

'No Sul-americano eu vou compor a seleção para o Mundial e vamos estar testando as jogadoras, é um torneio que tem importância sim', argumenta.


Fonte: Gazeta Esportiva


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