domingo, 24 de setembro de 2006

Sem título, EUA e Brasil duelarão por vaga olímpica em 2007

Giancarlo Giampietro e Vicente Toledo Jr.
Em São Paulo (SP)


Derrotados nas semifinais do Mundial feminino, Brasil e Estados Unidos perderam a chance de garantir antecipadamente uma vaga nas Olimpíadas de 2008, em Pequim, na China. Com isso, terão que duelar novamente no ano que vem no Pré-Olímpico das Américas.

"Sabemos que vamos enfrentar este mesmo Brasil no Pré-Olímpico e que será uma páreo duro. É uma competição muito importante. A Olimpíada significa muito para nós e vamos estar muito motivadas", disse a armadora Sue Bird, companheira da brasileira Iziane no Seattle Storm.

O torneio, marcado para o mês de abril, no Chile, classifica apenas o campeão continental para os Jogos Olímpicos. E as norte-americanas são ainda mais favoritas depois do massacre imposto às brasileiras dentro de sua própria casa na decisão do bronze (99 a 59).

"Não vamos entrar derrotados. Vamos encarar todos os adversários. Se não der, vamos buscar a nossa vaga no classificatório mundial", disse o técnico Antônio Carlos Barbosa, referindo-se ao torneio marcado para junho de 2008, que distribuirá cinco vagas olímpicas entre os países derrotados nos campeonatos continentais.

Além do baque de sua maior derrota em competições internacionais, o Brasil terá que superar também a perda da ala Janeth, sua principal jogadora na atualidade, que já marcou sua despedida da seleção para o Pan do Rio de Janeiro - isso se conseguir liberação da equipe da WNBA que estiver defendendo.

"Não jogo depois de 2007. Não vou para Pequim e não vou jogar o Pré-Olímpico, deixa a garotada jogar", disse a atleta. E Janeth não será o único desfalque em relação ao elenco que disputou este Mundial. As pivôs Alessandra e Cíntia Tuiu, campeãs mundiais em 1994, anunciaram no último sábado o fim de suas carreiras na seleção brasileira.

As norte-americanas também não deverão contar com as veteranas Lisa Leslie, que não veio ao Mundial, e Sheryl Swoopes, que jogou machucada. Mas possuem muito mais peças de reposição, como a pivô Candace Parker, de apenas 20 anos, que teve no Brasil o seu primeiro contato com o basquete internacional.

"Vamos tentar jogar da melhor forma possível, pois será uma competição valiosa. Temos de ter força máxima para lutar pela vaga", comentou a armadora Diana Taurasi, que atua pelo Phoenix Mercury.

Como a temporada da WNBA começa somente em maio de 2007, a técnica Anne Donovan não deverá ter problemas para montar e treinar sua equipe para o Pré-Olímpico, dificultando ainda mais as coisas para as brasileiras.

"Os EUA deverão contar com todas as suas principais jogadoras. Se elas ficarem com a vaga, não tem problema. Vamos buscar uma das vagas na repescagem mundial", disse o técnico Barbosa, para quem a vitória da Austrália sobre a Rússia na decisão prejudicou o Brasil.

Garantidas nos Jogos, as australianas abriram espaço para mais um representante da Oceania, que se classificará no fraco torneio continental. Como apenas o campeão do Europeu garante vaga, haverá mais seleções européias, reconhecidamente mais fortes, na disputa da repescagem mundial.

Mesmo assim, Barbosa confia na participação do Brasil nas Olimpíadas de Pequim, embora não tenha garantida a sua permanência no comando técnico da seleção.

"A direção da confederação vai avaliar o trabalho da comissão técnica no final do ano. Só então vai decidir ou não pela minha continuidade à frente da seleção. Se tiver que sair, saio com a cabeça totalmente erguida", afirmou.



Melhor do Mundial, australiana diz que pretende morar no Brasil

Giancarlo Giampietro e Vicente Toledo Jr.

Em São Paulo (SP)

Eleita a melhor jogadora do Mundial feminino, a ala australiana Penny Taylor revelou que pretende morar no Brasil no futuro. Ela é casada com o brasileiro Rodrigo Gil Rodrigues, jogador de vôlei que atua na segunda divisão italiana, desde dezembro de 2005. Os dois vivem atualmente em Schio, na Itália.

Penny, 25, está até estudando português para aprender a se comunicar com os familiares de Rogrigues, 28. Ela já entende um pouco da língua, mas por enquanto seu vocabulário está bastante limitado. "Obrigada", disse ela ao ser perguntada sobre quais palavras já conhecia. "Mas isso eu também sei e nunca estudei português", brincou a técnica Jan Stirling.

Esta foi a segunda vez que jogadora australiana visitou o Brasil. Antes do Mundial, no início do ano, ela passou um mês na casa da família do marido. "Eles me fizeram experimentar todos os pratos típicos da cozinha brasileira. Comi muita picanha, doce de leite, várias coisas gostosas", contou.

Ela revelou a intenção do casal de vir morar no país um dia e elogiou a postura da torcida brasileira durante a competição. "Gosto muito dos brasileiros, são pessoas muito amigáveis e alegres. E a maneira como eles apoiaram a seleção nesse Mundial foi fantástica", comentou Penny Taylor.

Apesar das excelentes médias estatísticas - 18 pontos, 5,1 rebotes, 3,1 assistências, duas roubadas e 70% de aproveitamento nos arremessos de dois pontos - e das grandes atuações na semifinal e na final, a australiana se surpreendeu com o prêmio de melhor jogadora do torneio. Sua expectativa era de que ele ficasse com a companheira Lauren Jackson.

"A medalha de ouro é o mais importante, mas é claro que estou feliz com esse prêmio. Acho que consegui fazer um grande torneio porque a Lauren atrai muita atenção das equipes adversárias na quadra. Isso abriu mais espaços para que eu pudesse pontuar e mostrar o meu jogo", comentou com modéstia.


Fonte: UOL

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