quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Clarissa: a gigante esquecida

Jogadora de basquete do Flu se destaca no Nacional, mesmo sem nenhum apoio



Thiago Fernandes


Clarissa arremessando para mais uma cesta no Nacional RIO DE JANEIRO – O Fluminense perdeu todos os seus jogos no Nacional Feminino, mas uma jogadora conseguiu se destacar. A jovem Clarissa, de apenas 18 anos e 1,83m, terminou a primeira fase da competição como a melhor reboteira, a segunda jogadora mais eficiente e a quarta maior cestinha, segundo as estatísticas da Confederação Brasileira de Basquete. Apesar disso, a jogadora, que vai disputar o Mundial sub-20 com a seleção brasileira, não tem apoio algum e conta apenas com a boa vontade do técnico Guilherme.

No Fluminense, a jogadora conta apenas com a estrutura do clube. Não recebe salário nem vale-transporte para se deslocar de sua casa, em Campo Grande, para treinar no clube. Quando a situação aperta, a salvação da jogadora é o técnico Guilherme.

- O clube não me paga nada. As únicas pessoas que me conhecem são as que têm ligações com as equipes masculina e feminina. Às vezes fica complicado, mas o Guilherme sempre me ajuda. Ou eu durmo na casa dele para ir treinar no dia seguinte, ou ele paga minha passagem. É como se fosse um pai para mim – conta, por telefone, em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM

A outra pessoa que sempre apóia a jogadora é a sua mãe, que faz todos os esforços possíveis para que a filha possa treinar e jogar. Clarissa mora com a mãe e a avó e desde os cinco anos não tem contato com o pai.

Apesar das dificuldades, Clarissa tem certeza de que quer continuar no basquete e já recebeu propostas de grandes clubes brasileiros, como o Catanduva, que disputa as semifinais do Nacional, o Americana e o Santos. Mas apesar de tudo, a jogadora prefere continuar no Rio.

- Se o Fluminense me oferecer alguma coisa parecida com o que esses clubes me ofereceram, eu fico. É melhor para mim, já que posso fazer minha faculdade de educação física aqui e estar perto da minha mãe - fala.

Se hoje o basquete é uma realidade, no passado a jogadora teve muitas dúvidas. Aos 13 anos, começou a fazer atletismo e vôlei, e só ano passado, após conquistar o título do campeonato estadual no lançamento de peso e bater o recorde da competição, a multi-alteta decidiu se dedicar inteiramente ao basquete (já havia largado o vôlei aos 15 anos).

- Fui campeã estadual no lançamento disco e até ano passado ainda disputava competições, mas não dava mais para conciliar os treinos e optei por ficar só no basquete que é minha paixão - declara.

O basquete é tão importante na vida de Clarissa que ela conheceu o namorado por causa do jogo.

- Fui assistir a um torneio de basquete de rua e vi o Ronaldo. Começamos a namorar logo em seguida - afirma.


Fonte: GLOBOESPORTE.COM

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