quarta-feira, 28 de março de 2007

Janeth: duas semanas para definir o destino

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Com prazo limite para responder ao convite da WNBA até a semana de 10 de abril, Janeth lança um ultimato à Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Se antes disso, o presidente Gerasime Grego Bozikis não apresentar um cronograma completo da seleção para os Jogos Pan-americanos, ela fica oficialmente fora da competição.
"Não posso mais esperar porque preciso dar uma resposta na WNBA. Esta semana é a última", garante a jogadora, que espera um posicionamento do presidente. Janeth cobra do dirigente informações sobre o programa de preparação da equipe.

"Eu quero saber quais vão ser nossas condições, o local de treinamento, como serão nossas folgas, este tipo de coisa. Não adianta só a comissão técnica saber. Vamos deixar isso para quando: maio, junho?", questiona.

Campeã mundial em 1994, medalhista olímpica (prata, Atlanta-96 e bronze, Sydney-2000), Janeth classifica a situação como uma falta de respeito profissional. "Você se sente desrespeitada e com certeza todos se sentem assim", garante a jogadora, que ficou duas temporadas sem participar da WNBA.

Em 2004, Janeth abriu mão da Liga por causa dos Jogos Olímpicos de Atenas. No ano passado também não foi desta vez por causa do Campeonato Mundial. "São duas temporadas fora e fica até difícil dizer não".

Segundo Janeth, a conversa com Grego deveria ter acontecido na semana passada, mas ele pediu o adiamento. "Agora, ficou de conversar comigo na semana que vem. Espero que isto aconteça para colocarmos os pingos nos 'is' tanto para a seleção quanto para mim".

Mesmo desgostosa com os acontecimentos, a ala reconhece que a situação não é nova. "Isso é desde sempre. Mas vou lutar enquanto estiver podendo, porque acho que todo mundo tem de ficar sabendo", garante a ala cujo destino na WNBA é mantido em segredo.

Depois de oito temporadas defendendo o Houston Comets, franquia com a qual foi tetracampeã, Janeth deve ter outro endereço caso confirme sua presença no torneio. "O presidente (da franquia) me pediu sigilo. Só posso dizer que é uma equipe na mesma Conferência ( Oeste ) que jogava antes".

A jogadora que defende o país desde 1989 reconhece que sua situação atual é incômoda. "Já é difícil pensar em encerrar a carreira ainda mais nesta situação", completa a atleta que não descarta a possibilidade de se tornar técnica ou dirigente no futuro.

Os Jogos Pan-americanos são a última competição oficial na qual a jogadora planejava vestir a camisa brasileira. No Pré-olímpico no final de setembro, em Valdívia, Chile, ela reafirma que não estará, "de jeito nenhum".

Apesar disso, Janeth garante que vai torcer para o grupo conseguir a classificação para Pequim. "Com a vinda do Paulinho (Bassul) as meninas vão estar unidas e empenhadas para que a gente consiga a vaga", acredita.

Patrocínio - Enquanto não sabe exatamente o que estará fazendo em julho, Janeth toca a vida. Continua com a associação que leva seu nome e oferece aulas e treinos de basquete para jovens e, na noite desta terça-feira, a jogadora foi apresentada como um dos 11 atletas do programa de patrocínio da Samsung para o Pan. O grupo conta ainda com Falcão (futsal), Hugo Hoyama (tênis de mesa), Carol (vôlei), Franck Caldeira (atletismo), Laís Souza (ginástica, Renzo Agreste (esgrima), Bia e Bianca (nado sincronizado) e o padrinho Maurício (ex-vôlei).



Na festa de Paula, Oscar cobra postura política

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - A comemoração era pelos três anos de existência da unidade Diadema do projeto Passe de Mágica da ex-armadora Magic Paula. Mas o Mão Santa Oscar Schmidt aproveitou a oportunidade para cobrar mais empenho governamental no esporte de base. Nesta segunda-feira, a dupla trocou alguns ‘passes mágicos’ com cerca de 100 crianças atendidas pelo programa no município do ABCD paulista.
“Este é um projeto vitorioso, que tende a crescer, mas o verdadeiro programa de esporte deveria ser na escola pública. Seria necessário um projeto de cima para baixo porque os clubes não têm espaço nem para 20% das crianças que estão por aí. Clubes e Federações são pequenos para toda a vontade de massificação do esporte”, afirmou o ex-jogador. Para Oscar, o dinheiro público deveria priorizar ações na escola. “Ao invés de colocar dinheiro no esporte profissional, tem que investir na criança”.

Mas apesar de criticar a canalização dos recursos para os esportes de competição, Oscar não discorda dos investimentos feitos para a realização dos Jogos Pan-americanos no Rio. O Governo Federal já investiu cerca de 1,65 bilhão no evento. O valor é muito superior ao que foi inicialmente previsto e corresponde a cerca de 50% dos gastos com os Jogos.

“Pan tem de ter, assim como Olimpíada. Não é o dinheiro do Pan o problema”, defendeu o jogador . “As crianças não estão largadas na rua, é só ampliar o que já existe. Contratar mais professores... olha só como é fácil”, diz, indicando a iniciativa de Paula como exemplo.

Sem contar com recursos governamentais, apenas com o apoio de empresas privadas e do SENAI, que cede a quadra, o programa de Paula oferece, além das aulas de basquete, uniformes, lanches, aulas de inglês, além de noções de cidadania. Desde que foi criado, nunca registrou um caso de evasão e há uma lista de espera de candidatos interessados.

Trabalhando com crianças de 7 a 15 anos, o projeto beneficia 300 crianças distribuídas em três unidades. Duas em Piracicaba, a primeira inaugurada em 2004, e a de Diadema. Em breve, a iniciativa deve ganhar mais um núcleo em Interlagos, contando com a parceria dos pilotos Rubens Barrichello (F-1) e Tony Kanaan (IRL).

Festa - O aniversário do Passe de Mágica serviu para colocar Oscar e Paula em ação mais uma vez. Mas é claro que ficou claro a falta que faz um pouco de treino.

Paula até acompanhou o ritmo da garotada, que se revezou em quadra para que todos pudessem jogar com os ídolos, mas Oscar... Vinte quilos acima do peso, com problemas no joelho esquerdo, sem treinar, ele não acertou uma cesta da longa distância. Deixou a quadra mancando e confessando bem-humorado: “Tenho pena de mim”.


Fonte: Gazeta Esportiva

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