quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Karina & Carina, em Americana


Com 100% de aproveitamento no 11º Campeonato Nacional de Basquete Feminino, a equipe do Unimed/FAM/Goodyear/Americana (SP) segue forte, confiante e já pode ser considerada a grande favorita da competição desse ano. No ótimo elenco que o clube conseguiu reunir para esta edição do CNBF, estão as duas pivôs de nome igual, porém, com grafias diferentes: Karina Jacob e Carina Felippus. A primeira, carioca da gema, flamenguista, nascida e criada no bairro do Méier, zona Norte do Rio de Janeiro. A segunda, natural de outra bela cidade do litoral brasileiro: Florianópolis, capital de Santa Catarina.


Quando, durante os treinos, a técnica Branca chama por uma delas, a confusão é total. Fato que não tem atrapalhado em nada a eficiência do time.

— Ela tenta fazer apelidos. No começo, quando a Branca chamava “Ka”, além de mim e da Carina, a Karla também olhava. Ficou mais confuso ainda. Agora, parece que eu fiquei como Kaká e a Carina como Cari — explica Karina Jacob.

— E para piorar a situação, nós duas jogamos na mesma posição, que é a de pivô — complementa Carina Felippus.

Rivais no CNBF do ano passado – Carina jogava por Ourinhos e Karina por Catanduva – elas agora uniram forças para ajudar Americana a conquistar o bicampeonato.

— Nosso grupo é bastante homogêneo. É uma equipe com várias armas. Cada uma se sobressai em um jogo. Temos oito ou nove atletas que se destacam a cada jogo — explica Carina.

Aos 23 anos, com 1,87m de altura, Karina Jacob já estava na equipe de Americana no Campeonato Paulista desse ano. Em junho último, integrou a seleção brasileira que conquistou o ouro no Campeonato Sul-Americano, disputado na cidade de Loja, no Equador, onde anotou 46 pontos em seis jogos. No currículo, a jogadora já tem um título brasileiro pelo Vasco (RJ), em 2001, além de dois vice-campeonatos (Americana/2004 e Catanduva/2007). Karina também se arriscou em terras mais distantes: jogou pelo TTT Riga, da Letônia, por dois meses no início de 2008. Para a carioca, acostumada ao sol e à praia, a experiência no país do leste europeu não foi nada fácil.

— Na Letônia, o povo é frio e o clima, gelado. A companhia da Micaela (atleta de Ourinhos/SP), que também estava lá e jogava pelo mesmo time, ajudou bastante. Não sei como seria sem ela. Aqui no interior de São Paulo já me sinto adaptada. No início, foi um pouco complicado também. Americana, por exemplo, é uma cidade muito calma, não tem movimento. Às vezes sinto falta do agito do Rio de Janeiro e até do barulho. Mas o calor aqui é igual ao do Rio ou até maior — conta Karina.

Por enquanto, os planos da atleta, que começou a jogar basquete aos 11 anos no Grajaú Country (RJ), não incluem uma volta para a Cidade Maravilhosa. No Nacional, Karina quer continuar invicta pelo menos até a semifinal. E os convites para a seleção brasileira serão sempre muito bem-vindos.

— O Sul-Americano foi a minha primeira convocação para uma seleção oficial. É completamente diferente de jogar por um clube. A pressão é maior, estamos representando o país. Temos que saber lidar com isso. Agora, meu foco é fazer uma boa campanha por Americana e trabalhar bem para entrar nas próximas convocações — explica.

Já Carina Felippus, de 29 anos e 1,84m, estava em Ourinhos até o fim do Campeonato Paulista desse ano e acabou de se mudar para Americana. Junto com Adriana Santos e Karla, foi um dos reforços que o time trouxe para a temporada 2008. Assim como a xará Karina, também começou no basquete aos 11 anos. Aos 12, já estava disputando o primeiro estadual, em Santa Catarina, e chamou a atenção da técnica Marli Müller, com quem passou a treinar. Sua estréia em clubes foi no ADIEE Florianópolis (SC), hoje Clube Doze Floripa, também sob o comando de Marli. Apesar da distância, as duas mantém contato e conservam até hoje a amizade que já dura 17 anos.

— Nos falamos sempre. A Marli é uma “figuraça” e também uma “mãezona”. Ela queria que eu fosse para Floripa esse ano, mas não deu, infelizmente. Minha família está toda lá. É uma terra muito boa, que eu amo. Mas não sei o que vai acontecer. Por enquanto, estou focada no presente e no Nacional. Se vencermos, será meu segundo título. O primeiro foi no ano passado, por Ourinhos — diz Carina.

De 1999 a 2004, a atleta viveu nos Estados Unidos, onde estudou Nutrição e defendeu os times do Northeastern Oklahoma Junior College e da Southeast Missouri State University. O curso terminou mas, para tirar o diploma, ficou faltando apenas um ano de estágio, que Carina pretende fazer pela faculdade de Nutrição de Americana. Mas esse é o segundo plano mais importante do momento. O primeiro, claro, é ser campeã do Nacional 2008.

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