terça-feira, 28 de outubro de 2008

Nove Notas Sobre o Nacional

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[A bela mudança] Num país em que o número de atletas em atividade é insignificante, não permitir que jovens promessas joguem deveria ser crime. Infelizmente, nos últimos anos, a excelente Izabela foi vítima de tal equívoco. Em meio aos contratos exagerados e sem critérios de Ourinhos, a ala foi vendo seu espaço minguar e encarando a improvisação numa posição (4) que não era a sua. Era triste assistir em tempo real a involução da menina e uma crescente insegurança em seu jogo. Em boa hora, Iza deixou a equipe, então treinada por Paulo Bassul, para defender Catanduva. Edson Ferreto a trouxe para aquela posição em que ela pode efetivamente brilhar (3) e Iza é, até o momento, um dos grandes destaques do campeonato. Seu tempo em quadra quase dobrou em relação ao Paulista (de 19 para 36'), mas a média em pontos quase triplicou (de 7 para 19). Cresceram o aproveitamento de 3 pontos (de 32 para 47%, o segundo melhor do campeonato), de 2 pontos (de 38 para 47%); bem como os rebotes (de 3,8 para 7,4 por jogo). A reviravolta estatística de Izabela é um alerta para que outras jogadoras, em igual condição, não submetam seus basquetes à mesma geladeira estéril.

[Beleza Americana] Maior destaque do Nacional até o momento, a invicta Americana, da técnica Branca, tem contado com um bom envolvimento de suas atletas na competição; o que tem permitido um grau de revezamento um pouco superior às demais equipes. Nenhuma atelta do clube aparece entre as vinte que mais tempo têm em quadra. Em boa fase, as mais novas Karina Jacob e Renatinha têm ficado mais tempo em quadra (29', em média) possibilitando um refresco à Adriana (25') e Karla (20'). Carina e Milene também vêm correspondendo. E a aposta na armadora Babi funcionou. Quatro jogadoras do time ultrapassam os dois dígitos na pontuação: Renatinha (14.5), Karina (13.6), Karla (13.3) e Adriana (11.9).

[Caetano] Por trás da irregularidade da campanha, há grandes valores no projeto de São Caetano, comandado pelo técnico Borracha. É saboroso poder acompanhar a progressiva afirmação de suas meninas (Laís, Priscila, Djane e Patrícia), bem como o ótimo retorno de Nádia, nas últimas rodadas.

[A Fênix do ABC] Há algum tempo atrás me referi a ala Lílian como uma fênix, em função da sua impressionante capacidade de recuperação. E mais uma vez, a atleta (medalha de bronze em Sydney) reforça tal menção. Dispensada da equipe de Ourinhos, após o encerramento do Nacional 2006/7, Lílian se converteu numa das maiores e mais completas referências da equipe de São Bernardo do Campo. Aos 29 anos, e permanecendo em quadra por insanos 36' a cada jogo, a ala soma 14 pontos por partida. Os vôos de Lílian, no entanto, devem ser temporariamente suspensos no returno, em função de uma lesão no dedo.

[Hematomas] Algumas das equipes tecnicamente mais fracas têm recorrido a um expediente ultrapassado na luta pela sobrevivência no torneio: a agressão física. A pancadaria tem rolado solta nas quadras, sob o olhar conivente da arbitragem.

[Garrafão 61 anos] De volta ao Brasil, após a participação em Pequim, as pivôs Mamá (30 anos) e Êga (31 anos, a mais ''eficiente" no campeonato até o momento) são as grandes responsáveis por manter a equipe de Ourinhos viva na disputa pelo quinto título consecutivo. Destaques nos rebotes e maiores cestinhas do time, as duas têm amenizado o impacto do mau momento do quarteto de laterais (Ariadna, Micaela, Karen e Chuca) e a ausência da grande Lisdeivi.

[A Dama do Nacional] Há alguns dias, enquanto comentava o histórico de Laís Elena Aranha no torneio, um amigo me disse que as realizações da treinadora já mereciam um busto em praça pública. Realmente, a trajetória é absolutamente louvável. Laís completa onze edições à frente da (mesma) equipe no Nacional. Um feito inédito e dificílimo de ser alcançado no basquete feminino. Não fosse o bastante, Laís não está apenas sobrevivendo. Embora os tempos não sejam os melhores para a equipe, nem do ponto-de-vista financeiro, nem no surgimento de novos talentos, a treinadora não se cansa de surpreender os advsersários.

[Patrícias de volta] A edição do Nacional trouxe de volta às quadras, duas boas jogadoras, ambas de nome Patrícia, que andavam afastadas. Ainda como coincidência, as duas tiveram passagens breves pela seleção. A primeira, a pivô Patrícia Maria da Silva, que cumpre temporada com a correção de sempre em Florianópolis, com médias de 15 pontos e 8,7 rebotes por jogo. A segunda é a ala Patrícia da Silva, que ao menos no turno, cumpriu temporada discreta em Santo André.

[Carnaval] O incansável Guilherme Vos e suas meninas voltam a chamar atenção, agora com a camisa da Mangueira. É de se lamentar apenas que jogadoras como Ivana (21 anos), Clarissa (20) e Camila (19) possam enfrentar maiores desafios apenas em três dos doze meses do ano.

4 comentários:

Alan de Faria disse...

parabéns pela ótima análise, Bert! Cheguei a ver alguns jogos da Izabela, ainda em categorias de base, quando estudava jornalismo na Unesp em Bauru. Fã de basquete (joguei como amador até o cadete), ia até o longíquo ginásio do Bauru para assistir ao jogo das meninas... a Joice tb era do time da Iza!

Anônimo disse...

Em relação ao Ourinhos, eu discordo sobre a má atuação das alas...é interessante , q em cada jogo uma delas pelo menos se destaca.Quanto a cubana Ariadna, quando fica mais tempo em quadra , tem apresentado boas atuações sim,...O que eu acho é que há um excesso de estrelas, mas na verdade isso não tem atrapalhado..quando jogam o q sabem, não tem para ninguem...Eu também destacaria a evolução que a Tatiana vem apresentando ultimamente , que apesar de duas excelentes pivos(Ega e mama), tem tido seu espaço e correspondendo bem, deixando para trás os erros toscos do ultimo campeonato paulista.Mas acho q A Lisdeive faz uma falta enorme no time, não só pelo seu basquete , mas pela liderança no time.
Por fim , acho q quem fica falando mal do Ourinhos , na verdade esta querendo secar uma das candidatas ao titulo, sim pq esse titulo fica com o ourinhos ou com o Americana...

Anônimo disse...

Sta Imparcialidade

Bert,andei meio sumido,mas acompanhando seu blog que é o único com esta informação sempre atualizada.Concordo com seus comentários,e reforço que o Bassul não só matou a Izabela,como a Carina,a Karen,nesta loucura de ter todas as jogadoras possiveis em seu clube para seu irracional revezamento e enfraquecer seus adversários. A Mangueira este ano tem sido a grande surpresa ou revelação,não pelas vitórias mas pelas partidas bem jogadas,principalmente esta última no Rio,onde a Julia(já esteve em seleções sub 20 e sub 21)jogou muito,Clarissa e Ivana definitivamente são jogadoras para aclubes,nas seleções não conseguiram destaque,mas não podem ser desprezadas.Lais,esta precisa ser homenageada pela comunidade e dirigentes do basquete feminino,é a técnica mais antiga(não confudir com idade)e mais constante em atividade,já teve altos patrocinios,equipes fortissimas, e depois desceu a ladeira, mas continua firme,e com sua habitual sinceridade no que tem que falar e opinar.São Caetano ainda não mostrou uma regularida mesmo em seu nível.As Patricias de parabéns por estarem ainda ai vivas,a de S.Andre corre o mundo mas acaba voltando para S.André e a outra já andou jogando por S.Paulo, e poderia ter sido uma pivo melhor se tivesse ficado mais tempo ou pelo menos chegado antes a S.Paulo.

Anônimo disse...

Sta Imparcialidade

Bert,completando, A Lilian é uma jogadora que na era Barbosa,esteve em quase todas,e uma excelente jogadora, que ainda pode ser relembrada para seleções.
Sobre a Mama e a Ega, não fazem mais do que o esperado pela fragilidade na posição nas demais equipes.