sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Os quebra-cabeças de Fabianna Manfredi



O time do São Bernardo/Metodista/Associação (SP) está na briga pelo título do 11º Campeonato Nacional de Basquete Feminino (CNBF 2008). E para isso, conta com o talento da armadora Fabianna Manfredi. Além do esporte, a jogadora se dedica aos estudos. Mesmo formada em Gestão Esportiva na Escola Superior do Esporte da Universidade São Marcos, Fabianna não pára. Agora está cursando Educação Física na UniSant’Anna, em São Paulo.

— Eu gosto de estudar e, além disso, não vou ser atleta para sempre. Terminei o curso de Gestão Esportiva no primeiro semestre deste ano. Gostei muito e, apesar de ser bastante voltado para o futebol, tem como aproveitar muita coisa. Tive contato com vários jogadores de futebol como Caio, Zetti, César Sampaio, e aproveitei para aprender mais um pouco, já que eles vivem no mundo do esporte número um do país.

Quando começou a praticar basquete no condomínio onde morava, no Rio de Janeiro, Fabianna nem pensava em levar o basquete a sério e fazer do jogo uma profissão. O objetivo era gastar toda a energia de maneira saudável, pelo menos era isso que os pais dela queriam no início.

— Comecei na escolinha do meu condomínio. Meu primeiro clube foi o Barra da Tijuca. Com 16 anos, fiz parte da equipe do Fluminense (RJ), que conquistou o Campeonato Nacional de 1998. Apesar de não ter jogado, aprendi bastante convivendo com grandes nomes do basquete, como Marta Sobral, Silvinha Luz e a Hortência, que era supervisora da equipe. Depois joguei no BCN/Osasco, onde conquistei alguns títulos nas categorias de base. Defendi o ACF/Campos (RJ), o São Caetano (SP) e o Club Uni Girona (Espanha). Estou em São Bernardo há quase dois anos. Me dou muito bem com as jogadoras. Já atuei ao lado da Lilian, Cíntia Luz, Lidiane outras vezes e conheço o estilo delas. Temos um grupo bom, com grandes chances de chegar na semifinal e até de brigar pelo título.

Pela seleção brasileira, Fabianna foi campeã sul-americana juvenil (Venezuela / 2000) e adulta (Colômbia / 2005). Na Copa América foi vice-campeã adulta (República Dominicana / 2005) e Sub-20 (Brasil / 2002) e terceira colocada na juvenil (Argentina / 2000). Todas as conquistas foram marcantes, mas nenhuma como o vice-campeonato mundial Sub-21 da Croácia, em 2003.

— A medalha de prata no Mundial Sub-21 foi um momento super emocionante, principalmente porque formávamos um grupo que jogava junto há muito tempo. Tínhamos uma história nas seleções de base do Brasil. Foi uma grande superação para nós, depois do sétimo lugar no Mundial Juvenil de 2001. Aprendemos muito durante a competição. Depois da derrota para a França, vencemos as americanas e passamos a confiar ainda mais no nosso potencial. Foi a coroação de um trabalho de muitos anos de uma equipe.

Não deu muito tempo para conhecer a cidade de Sibenik, na Croácia, mas entre um jogo e outro, sempre sobra um tempinho para descontrair.

— Um dia chegamos tarde no hotel. Não me lembro se a comida era muito ruim ou se não tinha mais jantar para a gente, só sei que pedimos pizza para toda a delegação. Ficamos todos sentados, jogadoras e comissão técnica, no corredor comendo. Foi um dia muito bom.

Além de ajudar no basquete, Fabianna também pode colaborar com as atletas na área tecnológica.

— Quando a internet começou a tomar a dimensão que tem hoje, eu já estava acostumada a mexer em computador. E quando nos juntávamos na seleção, ajudei algumas meninas a usar os programas, criei e-mail, MSN, perfil no Orkut. Essas coisas, nada de muito complexo não.

Mas a vida de Fabianna não é só jogar e estudar. Nos momentos de lazer, a atleta gosta de colocar o cérebro para funcionar de outra maneira.

— Eu adoro quebra-cabeças. Tenho mais de 20 montados em casa. O maior que já completei foi um de cinco mil peças. Esse é meu hobbie quando não estou treinando, jogando ou estudando.

No futuro, Fabianna pretende quebrar a cabeça para encaixar as peças de seu próprio time. A jogadora quer trocar a bola pela prancheta e comandar a equipe do banco.

— Eu sempre quis seguir a carreira de técnica. Além de habilidade, bom arremesso e passe, a armadora deve saber organizar e comandar o time durante o jogo. Acaba que o nosso papel é ser uma segunda técnica em quadra.

2 comentários:

Anônimo disse...

muito legal! adoro a fabianna. ela é craque, e uma boa pessoa. como faço pra enviar um quebra-cabeças pra ela?
ela dará uma boa técnica daqui a uns 10 anos
abs, cesar

Anônimo disse...

Muito boa a entrevista!
Bom saber que no meio do basquete feminino existe atletas que se dedicam aos estudos e não se limitam apenas a jogar.
Já admirava a Fabi pelo que vi e vejo o que ela faz nas quadras,seus passes perfeitos e ótima visão de jogo,e agora mais ainda depois da matéria.
Espero que a geração mais nova siga exemplos de jogadoras como ela.
Sucesso!