terça-feira, 26 de junho de 2012

Entrevista – Joice (CBB)

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Joice começou sua carreira no basquete com apenas dez anos, em Bauru (SP). Depois, jogou nos times paulistas de São Bernardo, Divino/COC/Jundiaí, Catanduva e Sport Recife. Sua estreia na seleção brasileira foi na conquista do título no Sul-Americano Cadete, em 2001. Disputou também o Sul-Americano Juvenil, em 2004, ficando com a medalha de ouro. Na seleção sub-20, conquistou a prata no Pré-Mundial do México, em 2006. Agora, aos 25 anos, ela vai defender a seleção adulta nas disputas dos jogos olímpicos de Londres. A ala-armadora que entrou no basquete por curiosidade, contou sobre sua vida e paixão pelo esporte da bola laranja.
CBB: Como que o basquete entrou na sua vida?
Joice: Entrei no basquete quando tinha 10 anos. Nessa época fazia vôlei e handebol também, mas um dia me desafiaram a driblar a bola de basquete com o passe pelo meio das pernas. Foi então que iniciei na escolinha de Basquete do Bauru (SP). Entre as modalidades que eu praticava, o basquete é o que eu considerava o desafio maior.
CBB: Sua família te incentivava a praticar basquete?
Joice: Minha mãe queria que eu estudasse e cheguei a deixar de ir a viagens por causa das aulas, mas nunca desanimei. Meu pai sempre foi meu grande incentivador. Ele tinha todos os recortes de jornal que eu saia e mostrava para os amigos. Era hilário, eu adorava.
CBB: Para quem você dedica as suas conquistas?
Joice: Meu pai não esta mais vivo, mas sempre dedico para ele todas as minhas vitórias. Perdi meu pai na véspera de uma final entre Catanduva e Ourinhos. Fui ao funeral, mas não tive coragem de ir no enterro. Voltei para Catanduva e joguei a final. Sabia que se ele pudesse escolher ia me querer em quadra naquele momento. Ganhamos o jogo e dediquei para ele a vitória.
CBB: Você foi mãe muito jovem, como foi esse processo na sua vida?
Joice: Estar grávida foi a melhor fase da minha vida. Joguei até aos 4 meses e não perdi nada. Fui convocada para todas as seleções de base posterior a isso. Esse processo só me ajudou a amadurecer e querer ser uma pessoa cada vez melhor.
CBB: Nesse tempo que está com a seleção, você sente muita saudade do seu filho e de casa?
Joice: Sinto sim, mas quero ser mortivo de orgulho e exemplo para o meu filho. Procuro dar tudo o que está ao meu alcance para ele, mas quero mesmo é que ele tenha disciplina e sabedoria para tomar as decisões na vida.
CBB: Esta é a sua primeira vez em uma seleção adulta. Ao que você deve esta convocação?
Joice: Agradeço muito a Ourinhos, que abriu as portas para mim e todos os clubes e técnicos que passei. Sempre procurei tirar ensinamentos de todos os meus técnicos, e acho que deu certo. Todos foram importantes na minha formação como pessoa e atleta. Acho que o somatório de tudo que aprendi nesses anos é que me fez a jogadora que sou hoje.
CBB: Como é o convívio com o treinador Tarallo?
Joice: Ele foi meu técnico na Copa América / Pré-Mundial Sub-20, em 2006, em que fomos vice-campeãs no México. A Macau também foi a assistente técnica daquela seleção. Fiquei muito feliz em reencontrá-los, pois gosto muito do estilo e filosofia de jogo do Tarallo. Estou aprendendo muito e presto atenção em tudo que ele nos passa. Estou bastante focada no nosso objetivo.
CBB: Você vê muita diferença em treinar na seleção brasileira ou em um clube?
Joice: É muito diferente você estar em um clube. Na seleção só pensamos em basquete. Não existe mundo exterior, o foco é cem por cento na preparação. No clube treinamos, mas temos nossa vida pessoal. Estou adorando estar com a seleção, pois o aprendizado é diário.
CBB: O que você sentiu quando recebeu a convocação?
Joice: Fiquei extremamente feliz. Minha família está contente e pude escutar pela primeira vez da minha mãe que ela estava muito orgulhosa de mim. Foi emocionante e inesquecível. O pai do meu filho também me dá muita força, e meu filho sempre me apoia e diz para eu nunca desistir. Acredito que isso tudo seja resultado de muita dedicação.
CBB: O que você está achando do nível dos treinos?
Joice: A pressão é muito grande, mas eu não esperava que fosse diferente. Está passando muito rápido e só há tempo para pensar na preparação. Tudo que eu almejo como profissional é disputar uma olimpíada. Tiro força de onde não há e sigo em frente. O grupo está muito focado e vamos atrás de um resultado positivo.
CBB: A seleção está disputando os amistosos contra a Austrália. Como você espera que a equipe saia desses jogos?
Joice: Acho que os amistosos são muito importantes sempre. Tenho certeza que nosso nível vai subir bastante depois dos jogos. Sempre surgem detalhes a serem corrigidos e é visando a quase perfeição que vamos fazer esses e os próximos amistosos. Queremos entrar no pico da forma em Londres.

5 comentários:

Bruna disse...

Essa menina é guerreira e merece estar na seleção, pois ela coloca a força de vontade que ela tem em quadra! Parabéns!

Anônimo disse...

te amo nega...boa sorte sempreeeeeeee.....

Anônimo disse...

Mais do que merecido. Joga muito !!

Anônimo disse...

Detoooooooooooooooona, Seleção é seu lugar !!

Anônimo disse...

Fazia tempo que não aparecia uma jogadora assim, guerreira acredita em cada bola sem cansar. Muito merecida a convocação e espero que não seja cortada, porque ultimamente estão cortando quem joga e levando quem baba ovo.
Puxa-saquismo não traz medalhas, só pra avisar se alguém ainda não sabe.
Força Joice, recupere-se logo e brilhe em Londres.
Estamos com você guerreira.