Na teoria, o jogo-treino entre a seleção brasileira feminina de basquete sub-18 e a equipe masculina sub-17 do Praia Clube era o duelo entre a técnica e a força. Mas na prática, foram disputas acirradas pela bola e as meninas da seleção tentando correr de igual para igual com os meninos do time praiano que acabou levando a melhor no jogo disputado em Uberlândia. Para o técnico Júlio César Patrício, um ótimo teste para as atletas que ainda estão sendo avaliadas para a disputa da Copa América Sub-18 Feminina em agosto.
O treinador da seleção afirmou que, praticamente, todas as categorias femininas do basquete fazem jogos-treinos contra equipes masculinas. Os amistosos contra os homens visam a intensidade de jogo. A potência muscular dos homens superior a das mulheres faz com que elas tenham que se esforçar mais.
- Nossa seleção adulta que vai participar da Olimpíada em Londres também fez amistosos contra meninos de 17 anos. Os homens acabam tendo uma potência muscular, uma velocidade maior gerando dificuldade para as meninas atacarem e defenderem – disse Júlio César.
De início, as diferenças pareciam ter ficado para antes do apito e nos gritos fora da quadra. Jogadas duras, disputas de bolas no chão da quadra e muito contato entre os atletas. Mas nos contra-ataques elas sentiam a diferença. Tanto, que a cada jogada, fosse na defesa ou no ataque, o técnico da seleção pedia que elas corressem o máximo. Para chegar à frente dos meninos do Praia.
- Eles são bem mais rápidos. A explosão física deles é maior, então temos que ter uma reação de contra-ataque anterior a deles. Quando a gente arremessava tinha que pensar em voltar, se não eles revidavam na nossa frente. Eles são mais fortes, não tem como – avaliou a ala Ana Borges, um dos destaques da partida.
Para equilibrar as ações, a meninas abusavam da técnica que a credenciaram a vestir a camisa da seleção brasileira. O pivô João Pedro Galassi considerou que elas jogaram forte e não deram moleza para o time do Praia Clube, mas que priorizaram a capacidade técnica durante o jogo.
- A chave do jogo para elas tentarem ganhar da gente foi mais técnico, pois com certeza, elas têm um déficit na parte física. A técnica e a visão de jogo delas é muito bom e fizeram a diferença – explicou.
A vitória dos meninos do Praia Clube por 55 a 44, no entanto, foi o que menos importou para o técnico Frederico Carvalho Rocha. O treinador que prepara a equipe para o Campeonato Mineiro do Interior, em agosto, e para as duas etapas da Copa Brasil Central, em agosto e setembro, considerou positiva a experiência.
- Colocamos em prática tudo o que estamos treinando durante estes meses, sobretudo na parte defensiva. Sem contar que os meninos tiveram que abrir mão um pouco mais da técnica para enfrentar a seleção – avaliou.
Para o treinador da seleção brasileira, o jogo foi um grande teste para fazer uma avaliação emocional e física das atletas que tiveram dificuldade contra a potência e a estatura melhor dos meninos do Praia, dificultou as ações da jogadoras da seleção.
- Quando a gente joga com uma equipe com qualidade física não pode tentar fazer jogo de igual para igual, mas fazer um jogo diferenciado, mais técnico. Jogos como este são a tendência como confrontos contra os Estados Unidos, por exemplo, com quem a gente precisa fazer um jogo mais cadenciado. Foi um bom teste para a nossa parte tática que, em uma semana e meia, foi construída 60% para a Copa América.
O time feminino de basquete volta a encarar uma equipe masculina nesta sexta-feira. Desta vez, o jogo-treino será contra o time do UTC. O amistoso está marcado para as 17h no ginásio do Uberlândia Tênis.
Fonte: Globo Esporte
2 comentários:
Poderia ser divulgada a lista das jogadoras que atuaram no jogo e seus respectivos aproveitamentos.
e a nossa sub 17 não vai fazer também nenhum amistoso contra equipe masculina? Vale muito a pena fazer amistosos contra equipes masculinas.
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