sábado, 14 de fevereiro de 2015

Maranhão Basquete consegue renovação com atletas formadas no clube (Ministério do Esporte)

Com estrutura de ponta, uma das melhores equipes da Liga de Basquete Feminina, tem em seu grupo jogadoras de três diferentes gerações formadas no estado
Uma das melhores equipes da Liga de Basquete Feminina (LBF), o Maranhão tem em seu plantel jogadoras de três diferentes gerações formadas no estado.
Da lateral Iziane Castro, 31 anos, que tem no currículo a Olimpíada de 2004, passando pela ala Maria Cláudia, 20 anos, que passou pela seleção de base, até as recém-promovidas ao time principal Thalia Pinheiro, 16 anos, e Larissa Abreu, 14 anos, que estrearam na vitória sobre o Brasília (76 x 48) pela 12ª rodada do campeonato nacional. Todas usufruem de uma estrutura moderna, que tem facilitado o trabalho de integração entre a base e o profissional. 
“O trabalho da base com os professores Betinho e Paulinho com as comunidades locais é muito bom e já levou atletas para a seleção. Essas meninas treinam com a gente no adulto há dois meses. Estou dando oportunidade para que elas se familiarizem com um jogo de liga”, explica a treinadora cubana Lisdeivi Pompa. 
A chance de entrar em quadra, no último sábado (07.02) contra o Brasília, surpreendeu as jovens atletas, aplaudidas pela torcida. Reconhecimento de que o futuro da equipe está sendo planejado.
“Não esperava ter uma oportunidade como essa. Agradeço minha técnica e minha família. É uma sensação inexplicável”, disse Larissa, que se expressou com a mesma timidez e emoção da outra estreante da noite. “Eu não esperava ter entrado. Foi uma grande surpresa”, afirmou Thalia. 
O exemplo das atletas mais experientes é um estímulo para que novos talentos surjam no esporte. Maria Cláudia hoje joga ao lado de Iziane, quem ela via atuar antes de chegar ao profissional. Agora, ela pode ser o espelho para as futuras gerações.
“Desde cedo treino com a Iziane. Ela ensina, chama, mostra o que está certo e errado. Eu a tenho como amiga, ídolo e treinadora dentro de quadra. Da mesma forma, às vezes temos crianças das escolinhas que treinam com a gente, vem brincar e a gente procura incentivá-las a continuar no basquete”, descreve Cláudia.
Integração da base ao alto rendimento e de democratização do esporte que vão ao encontro das políticas do Ministério do Esporte. “Entendemos que espaços como esse permitirão que avancemos no apoio aos atletas de alto rendimento e da base, trazendo crianças que vivem em áreas de vulnerabilidade social, trazendo alunos no contra turno escolar. Por isso, a gente quer um Sistema Nacional, porque conseguiremos usar a estrutura das universidades, dos estados e municípios”, declarou o ministro George Hilton.
Estrutura 
O crescimento da modalidade no estado terá novo impulso com a estrutura instalada no ginásio Georgiana Pflueger, o “Castelinho”. O local de treinos e jogos do Maranhão Basquete foi equipado com um dos 10 kits entregues pelo Ministério do Esporte por meio de convênio com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) no valor de R$ 2,7 milhões. Cada conjunto é composto por piso flutuante, duas tabelas, placar e apontadores. 
Principal estrela do time maranhense e contemplada com o Bolsa-Atleta, Iziane Castro ressaltou a importância dos equipamentos. “Essa parceira é muito boa, porque nos possibilita treinar nas mesmas condições que os atletas internacionais.
O esporte evoluiu muito, principalmente na ciência. A gente vê um basquete mais dinâmico, rápido e forte. O surgimento de alguns aparelhos foi o que possibilitou tudo isso. Quando você não tem esses equipamentos, fica para trás”. 
De acordo com Iziane, o piso evitará lesões e mais desgaste das jogadoras entre uma partida e outra. “Para as atletas de alto rendimento, que treinam várias vezes por dia, intensamente, este piso diminui o impacto. Treinar em um piso de concreto diminui a vida útil do atleta. Esse piso aumenta nossa vida útil, diminui as nossas lesões e podemos jogar duas partidas consecutivas sem problemas. Por isso, padronizar todos os ginásios do país é algo muito importante”. 
A treinadora Lisdeivi Pompa explica que o piso amortece o impacto, evitando que a musculatura das jogadoras seja sobrecarregada. Para ela, os apontadores e o placar também contribuem para a dinâmica do jogo.
“O placar descrimina o tempo de partida, a quantidade de faltas cometidas por cada jogadora e equipe. Os apontadores, em cima das tabelas, servem para a equipe saber o tempo que resta para o arremesso. O piso é maravilhoso, amortece o impacto. O atleta de basquete salta muito, tem que correr e frear de repente, então, o piso preserva a musculatura e os ossos. São equipamentos importantes, que vão ajudar no desenvolvimento do basquete do Maranhão”. 
A entrega dos kits deu aos ginásios brasileiros o mesmo padrão de equipamentos, algo essencial para elevar o nível da Liga de Basquete Feminina, segundo Maria Cláudia.
“Eu acho que deveria chegar a todos os ginásios, porque teremos menos jogadoras fora por lesão. E hoje em dia, todas estão preparadas para os jogos, porque atuam no mesmo piso”. Opinião compartilhada por Iziane. “Isso é ideal, porque não sentimos a diferença entre jogar num dia em um ginásio bom e no outro em um ruim”, disse Cláudia. 
O ginásio “Castelinho”, com capacidade para 6,5 mil pessoas, integra o Complexo Esportivo Canhoteiro, em São Luís. Inaugurado em 1982, em uma área total de 420 mil m², o complexo conta com o estádio Castelão, pista de atletismo, pista de skate, kartódromo, parque aquático, quadras e um ginásio de artes marciais. 
Além da CBB, a Liga Nacional de Basquete (LNB) também recebe investimentos por meio de convênios com o Ministério do Esporte. Os recursos servem para a realização do Novo Basquete Brasil (NBB) e da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB) – voltada para atletas sub-22. Outros kits foram instalados nos ginásios de 19 clubes de todo o país que disputam o NBB, pelo valor de R$ 5,4 milhões do governo federal. 

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