sábado, 27 de junho de 2015

Cara e coragem de Issy (Jornal A Cidade)

Poucos atletas de esporte coletivo conseguem construir uma prolongada história em Ribeirão Preto quanto à da cearense Issy. A pivô do time de basquete feminino da Recreativa/ABEC/SME completou em abril cinco anos consecutivos defendendo o clube ribeirão-pretano, marca que a transformou em uma referência dentro e fora de quadra. Associar o nome do time ao da jogadora passou a ser algo imediato.
Natural de Fortaleza, a pivô de 1,85m de altura trata Ribeirão Preto como se fosse a sua cidade natal. “Já tive chances de sair, mas preferi dar continuar por conta dessa identificação com o time e com a cidade de Ribeirão. A relação com o Marolo [Márcio, técnico da Recra] é ótima. Existe confiança dos dois lados, ele é um cara que exige bastante”, comentou Issy ao A Cidade.
Para seguir na Recreativa e a representar Ribeirão Preto, entretanto, a cearense precisou se acostumar com a distância de casa e do colo da mãe. Issy é de origem humilde e batalha a cada dia para auxiliar no sustento da família, que continua morando em Fortaleza. “Sempre procuro ajudar a minha mãe [Francisca Margarete]”, disse a atleta.
A distância da família passou a ser uma tônica desde quando foi contratada pelo Classista, de Osasco, em 2006. Mas, segundo ela, este é um fator minimizado devido ao desejo de construir uma carreira de sucesso no basquete. “Estou acostumada. Em Osasco eu ia bastante para casa, mas aqui é difícil. Não compensa comprar passagem para ficar poucos dias. Então procuro entrar em contato com meus familiares todos os dias”, comentou Issy.
Galeria de troféus
Há cinco anos defendendo a Recra, Issy coleciona troféus. A parceria com o técnico Márcio Marolo fez com que a atleta de 24 anos conquistasse três Jogos Regionais do Interior (2012, 2013 e 2014) e duas Séries A2 do Campeonato Paulista (2012 e 2014). Nesta segunda-feira, às 19h, ela estará em quadra diante do Jundiaí, no Ginásio da Recra, pela A2.

Pivô recebeu ‘ultimato’ da mãe
Issy viveu uma história de persistência no esporte até chegar ao basquete. Tentou o futebol, mas enfrentou a resistência da mãe. “Ela mandou eu escolher entre o vôlei e o basquete, senão eu não ia fazer mais nada relacionado ao esporte”, recordou a pivô da Recreativa.
Antes de ser contratada pela equipe de Ribeirão, Issy atuou pelo Pindamonhangaba na Série A2 do Paulista de 2010. Um ano antes, viveu o momento mais difícil da carreira: uma lesão no joelho quase a fez abandonar o esporte.
“Fiquei um ano parada, foi um momento complicado”, contou a jogadora. Apesar dos cinco títulos conquistados, a pivô afirma que ainda não está satisfeita e revela o desejo de levar a Recra à Liga Nacional e à Série A1 do Paulista. “Gostaria muito de retribuir tudo que a Recra me proporcionou representando o time nessas competições”, finalizou.

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