sábado, 26 de agosto de 2017

Barbosa, Carlinhos e jogadoras devem dividir a culpa do fracasso com Nunes, Grego e Guy Peixoto

Na semana passada o presidente da CBB, Guy Peixoto, se posicionou sobre a fracassada campanha da seleção feminina na Copa América, a classificatória para o Mundial de 2018.

Guy colocou o tropeço na conta das administrações passadas, dos senhores Carlos Nunes e Gerazime Bozikis.

Realmente não dá pra discordar.

Mas a mesma incompetência que caracterizou tais gestões também já deu as caras na condução dessa primeira competição sobre a "nova administração". Assim acho justo que outros envolvidos dividam a fatura com os célebres ex-presidentes.

Antônio Carlos Barbosa, o diretor


É no mínimo estranho que justamente a peça mais presente nas administrações agora culpadas pela derrocada do basquete feminino seja o escolhido para "resolver a situação".

O ex-treinador  não apresenta credenciais para implementar as mudanças que a modalidade carece, justamente porque seu "sucesso" sempre esteve mais alinhado ao seu perfil político e conciliador.

Quando o estrangulamento da modalidade pede por uma forma nova de pensar e agir, o presidente Guy Peixoto escolhe como comandante o que há de mais arcaico nela. É desanimador.

É ainda complicado porque esse histórico faz do Sr. Barbosa uma força de potencial interferência sobre a comissão técnica. Quando o vi ali sentado no banco, pensei: "não vai dar". Pode ter sido apena o feng shui da organização do banco. Mas não, não deu.

Sabemos que a situação não tá fácil pra ninguém. Entendo as complicadas e limitadas finanças da Confederação. Não, não sei se Barbosa tem salário ou é apenas um "voluntário do bem". Mas eu não consigo lidar de maneira confortável com a notícia de que no meio do furacão o diretor conseguiu um "bico" no banco da seleção de Camarões. Provavelmente a reunião com Alessandra vai ficar para um outro momento.

Da boca do novo amigo de Barbosa, o técnico da seleção camaronesa Jean Claude Ntep veio uma definição precisa: "Ele é uma enciclopédia do basquete!".

Talvez seja ótimo mesmo. Principalmente para quem ainda estuda na Barsa.

Carlos Lima, o técnico



É difícil analisar a participação de Carlos Lima nessa empreitada.

O treinador aceitou uma missão em cima da hora, com jogadoras fora de atividade e sabia que tinha chances altas de fracassar. Uma disputa de vagas contra Canadá, Cuba e Argentina dentro de casa não era nada animadora para a atual seleção.

O sorteio de grupos e a má fase de Cuba até tentaram ajudar o novo comandante, mas não deu para vencer Porto Rico apenas com a sorte.

O que dá pra dizer é que Lima tentou um esquema de jogo que não se adequou ao material humano que ele tinha em mãos.

Embora parecesse até interessante a movimentação de ataque com trocas de passes rápidos no perímetro, seu time titular tinha duas laterais (Patty e Tati), que não vinham bem de pontaria nas últimas apresentações em clubes e na própria seleção e que não se apresentam para o jogo interno.  Mesmo com resultado ruim, ele insistiu com a dupla, talvez por já ter trabalhado antes com ambas.

A dupla de pivôs titulares (Gil e Kelly) também não favorecia. Como as duas sobrevivem do jogo embaixo da cesta, ficou fácil para os adversários matar o jogo.

Completando o time titular (e a confusão), Carlinhos esteve embananado e indeciso entre os vícios e virtudes de Joice e Babi.

Um prenúncio do fracasso surgiu nos amistosos contra a seleção angolana. O mesmo time que deu trabalho à seleção brasileira venceu por 2 pontos o time juvenil do Bradesco (Osasco) e foi superado por vinte pontos por uma desfalcada equipe de Santo André.

Com esquema tático pobre e orientações vagas, Carlos Lima deixa uma má impressão na execução de uma tarefa para a qual parecem ter faltado experiência, competência e liberdade.

As jogadoras



Apesar do ambiente interno caótico do basquete feminino, já passou da hora de as jogadoras também vestirem a carapuça.

Temos uma geração de atletas que alcançou a façanha de apresentar um basquete medonho com sete técnicos diferentes.

É inadmissível que para elas esteja "tudo bem" e que o resultado tenha sido "normal", quando estamos falando da derrota de um time que tem atletas profissionais (o Brasil) contra outros nos quais a maioria é amadora (Ilhas Virgens e Argentina, para citar apenas dois exemplos).

As armadoras Babi e Joice, embora façam uma dupla no clube, em que a lentidão de uma se ampara na velocidade da outra e a visão de jogo de uma alimenta a ousadia da outra, não tem se apresentado bem em oportunidades prévias na seleção e andam algo acomodadas na LBF. Ambas comandaram mal o time e arremessam muito mal. Não dá pra continuar se sustentando apenas da visão de jogo (Babi) e da vontade (Joice). O basquete - especialmente em uma seleção brasileira - é mais que isso.

A caçula Izabela Nicoletti é cercada por uma expectativa enorme. De longe a impressão é que ela tem carregado essa cobrança para a quadra e se apresentado muito tensa. Tão tensa que após participar de 2 Copas Américas Adultas, Nicoletti soma 1 ponto.

Nas alas, é gritante a involução da dupla titular na maioria dos jogos. Tatiane passou 12,2 pontos em média na Copa América 2013 para 5 nessa. Patrícia de 7.3 para 3,4.

Na reserva, se esperava um pouco mais de Ramona após sua primeira temporada na Espanha, em que pese o fato de ela estar voltando de contusão. Ainda é uma jogadora que erra bastante.

Sobre a veterana Jaqueline já foram tantas as oportunidades e o rendimento sempre tão baixo, que é de se estranhar a insistência.

A jovem Raphaella Monteiro (outro presente do incansável Guilherme Vos ao ingrato basquete) foi das poucas que se salvaram das trevas. Lamenta-se apenas que o treinador tenha demorado algumas rodadas para perceber isso e que a tenha usado na posição 4, repetindo um equívoco do ex-clube da ala.

Entre as pivôs, a veterana Gil foi  ao lado da jovem Letícia o a metade mais agradável do garrafão.

Êga, aos quase 40 anos, é uma atleta que faz um esforço muito grande na atual conjuntura para se manter no mercado e para jogar uma competição nível LBF. Considerar que isso a credencia a estar na seleção é um equívoco sem tamanho.

Por fim, a falta de rumos e formas do basquete de Kelly é evidente pelo menos na última uma década. Estranhamente é outra que continua. Se a fraca performance dentro de quadra já não é novidade, choca a ausência de auto-crítica. Após a derrota no jogo do bronze, a pivô acreditou que o fato de ter sido cestinha contra as porto-riquenhas lhe dava salvo conduto e se apressou em despejar nas redes sociais expressões como "os críticos que me engulam" e "fiz a minha parte".

Só faltou engrossar o coro de Guy, acrescentando um "A Culpa é do Nunes!".

Do lado de cá, talvez seja melhor encerrar o assunto (ou a modalidade?), inocentar todo mundo e botar a culpa em Magic Paula Hortência, Janeth, Marta, Vânia Hernandes, Alessandra, Maria Helena Cardoso, Heleninha e tantas outras... Elas nos acostumaram muito mal.

19 comentários:

Anônimo disse...

Bacana suas palavras, mas sempre vc pega no oe da kelly??? E mais fácil??? Culpar qiem deu a cara pra bater ???????? Porque vc não criticou as jogadoras qie não quiseram vir ou aque vc semore vc defendeu e tbm nao fez nada ??????? Pela seleção.

Não vejo cilpa das meninas não pelo contrário ja estava na hora do Brasil nao participar de nada chega do famoso jeitinho brasileiro tem que começar tudo de novo Berth um novo basquete e tbm um novo blog pois vc tbm esta passado como as jogadoras ops e falando em jogadoras ... vc acha que eles vao conseguir alguma coisa com essa geração ????? Joganfo 2 divisão na Espanha ??? Jogando em Portugal ???????

Anônimo disse...

Aí Palmira, ex jogadora da seleção, assuma sua culpa desse basquetizinho que vocês todas estão jogando e pelo descaso de anos da CBB junto à essa modalidade. É fácil escrever nas redes sociais que sua missão (que missão? ) está cumprido e que agora é com as novas. Incompetência.

Anônimo disse...

excelente comentario, disse tudo e mostrou que se fazemos amesma coisa, o resultado sera o mesmo. ta na hora de escolher um tecnico com ideias novas, que possa escolher seu auxiliar, preparadorfisico e supervisor, convocar as jogadoras, ter tempo para trabalhar, fazer amistosos na europa e com isso ser cobrado os resultados a medio e longo prazo. Fazer crescer a base, com um trabalho continuado e unico nas selecoes menores, ocaminho e longo e penoso, mas a hora de recomecar chegou, fora Barbosa, aceite a aposentadoria, va para Bauru e comece um trabalho de base.

Anônimo disse...

Concordo em gênero, número e grau. Com o insucesso das duas seleções - masculina e feminina - está na hora da nova gestão cair a ficha e ampliar o debate para o resgate do basquete brasileiro. Hortência, Paula, Oscar, técnicos, diretores de clubes, amantes do basquete de uma forma geral tem que ser convocados para uma grande reflexão/ação. Parar com esse nhenhenhem de antiga diretoria. Começar do zero, mas dando ouvidos a todos: melhor errar com o grupo do que acertar sozinho.

Anônimo disse...

Precisa fazer uma limpa na CBB em relacao ao basquete feminino. Barbosa, Adriana Santos, Vita enquanto essas pessoas estiverem a frente da selecao tudo vai continuar como esta pq nao da para piorar. A foto do Barbosa com Carlos Nuner e Grego retrata bem que o Barbosa sempre fez parte da antiga gestao. Agora se o novo presidente vai manter o Sr. Barbosa no cargo quem tem que tomar atitude sao as jogadoras se juntando e recusando vestir a camisa da selecao ate que essas pessoas estejam fora da CBB, ou vcs querem continuar perdendo de Ilhas Virgens etc??? ate quando vcs jogadoras vao ficar quietas aceitando tudo, so vcs tem forca para mudar isso. Acorda meninas!!!! Todo mundo sabe que Barbosa e Adriana nao podem fazer nada pela selecao! Chega de politicagem ta na hora de colocar os melhores nos seus respectivos cargos e acabar com os cargos politicos. CBB continua uma vergonha!

Anônimo disse...

Desculpe, mas acho desnecessario e até um pouco cruel fazer uma análise crítica individual das atletas nesse momento.
As veteranas são carta fora do baralho, pois só vamos voltar a competir em 2019, então é como bater em cachorro morto apenas pelo prazer de ferir. Não curto. Claro que elas tem responsabilidade pelos próprios erros, mas tudo foi feito tão errado desde o início que já sabíamos que o resultado seria esse.
O que me espanta de verdade é a nova gestão da CBB assumir o comando com discurso de mudança e colocar na direção do basquete feminino os mesmos dirigentes responsáveis pelo retumbante fracasso olímpico. Prometer que vai cumprir a exigência da FIBA de investir mais na seleção feminina e pela primeira vez na história do esporte olímpico fechar um contrato de patrocínio apenas para a seleção masculina. Estão fazendo o contrário do que prometeram. Esse tal de Guy já foi Deputado?

Anônimo disse...

Não dá pra ser otimista mesmo... eu penso: quem poderia ser o gestor do feminino na CBB? quem poderia ser o técnico da seleção feminina? pessoas que representam uma nova visão, mas tenham qualificações necessárias para os cargos e bom relacionamento com as atletas? Não vejo nenhum nome que seja unânime. Soma-se a esse cenário, as atletas sub-27 que não evoluem (pelo contrário) + a falta de um projeto para a seleção feminina... fica difícil acreditar que estaremos em Toquio 2020.

Anônimo disse...

Com certeza; faço minhas suas palavras. Esse técnico tem que ser o VENDRAMINI!!!!

Anônimo disse...

Vendramini, está na hora de voltar a comandar a Seleção Brasileira de Basquete.

Anônimo disse...

Não concordo com as críticas as jogadoras. Não existe preparação/planejamento/centro de treinamento, é sempre tudo em cima da hora, não há treinamento para as competições. Continuo defendendo a intervenção da FIBA, chega de fazer tudo nas coxas. Lembro do boicoite liderado pelo Molina antes das olimpíadas, no qual a CBB colocou o Barbosa para acalmar os ânimos, o final todo mundo sabe.

Anônimo disse...

Anônimo das 22:38 na época de Magic Paula e Hortência também não existia preparação adequada/planejamento/ Centro de treinamento. O diferencial dessa pífia geração para aquela era que as jogadoras tinham atitude dentro e fora das quadras. Foram campeãs mundiais e prata olímpica. Ponto final.

Anônimo disse...

Sabe o que falta???
Trabalhar, trabalhar....
Vontade, vontade...
Principalmente respeito, amor por esse esporte fantástico, só para lembrar era o segundo esporte do Brasil.
Eu vejo que em tudo que fazemos hoje há uma política do toma lá
dá cá.
E no final a bomba vai estourar e estourou....
Parem de mimi.
Como pode ter qualidade se não temos quantidade, vão para as
escolas brasileiras e perguntem sobre o basquete para as garotas.
O basquete é quase inexistente, é até engraçado se não fosse triste.

Anônimo disse...

O dia que Jogadora Brasileira ENTENDER que pra jogar bem precisa TREINAR MUITO saimos desse buraco negro !! As jovens atletas são MUITO RUINS e os treinadores são muito participantes disso pois não se esforçam para oferecer treinos tecnicos de qualidade para as meninas . Junta a falta de atitude e de ambição de AMBOS = Seleção Brasileira de Basquete Feminino !

Anônimo disse...

Pela lógica teria que ser o Vendramini das últimas 4 LBF ele ganhou 3 e foi vice na outra. Se for algum técnico brasileiro tem que ser o Vendramini com Lisdeive de assistente e Magic Paula no lugar do Barbosa.

Anônimo disse...

Primeiro tem que pagar as dívidas de 46 milhões, o basquete não vai crescer com uma dívida desse tamanho. Nenhuma empresa vai ajudar a CBB se não sabe se vai receber.

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Concordo , tem q ir pra seleção quem está bem, não quem tem futuro ou mais velha, todos deveriam ter vergonha por td q a seleção vem fazendo, ou melhor por nada, porque as jogadoras parecem que estão jogando com o revolve na cabeça, obrigadas a fazer aqui, e não fazem nada! Feio de ver e os diretores e técnicos aproveitam para tirar fotos e se vangloriar por estarem ali!deveriam é ter vergonha

Anônimo disse...

culpar as jogadoras que deram a cara a tapa foi pakabá.....tem q criticar a patriotíssima erika, Clarissa e até a damiris........

Anônimo disse...

Se é uma nova administração, porque não fazer um limpa no basquete feminino???

Barbosa, Adriana Santos, Hortência, Vita, todos esses antigos sangue sugas, já tiveram sua parcela e não contribuíram a frente da seleção. Essa foto do Barbosa com Carlos Nunes e Grego retrata bem que o Barbosa sempre fez parte da antiga gestão, chega!!!

Agora o novo presidente tem que tomar atitudes diferentes das já tomadas, com um novo comando jovem, gerente Magig Paula, técnicos Bruno / Lysdevy /Cris (somar experiência novas com vontade), novas jogadoras com idade máxima de até 28 anos, escolher as melhores, sem politicagem, essas que recusam a seleção, que estejam fora dos planos para sempre.

Amistosos com seleções bem ranqueadas na FIBA, não importa se vamos perder, não podemos deixar essa oportunidade de renovação passar.